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Com o cenário de juros em alta e inflação crescendo, é comum que os investidores se perguntem como proteger a carteira de investimentos. Afinal, esse cenário pode influenciar negativamente a rentabilidade real e os resultados dos aportes.

Mesmo que você alcance bons rendimentos com seu portfólio, eles podem não ser suficientes para superar o aumento da inflação. Portanto, entender o que significam os juros em alta e como eles impactam seus investimentos é essencial.

Quer saber mais sobre o assunto? A seguir você descobrirá o que é a inflação e os juros altos e conhecerá 3 investimentos para proteger sua carteira. Confira!

O que são os juros?

Antes de conhecer os investimentos atrelados à inflação, é preciso entender o que são os juros. Esse conceito pode ser definido como a remuneração devida em uma relação de crédito. Desse modo, o termo é aplicado em diversos mercados e tem uma relação direta com a economia de um país.

Por exemplo, a taxa Selic é a taxa básica de juros brasileira. Assim, ela serve como base para as principais relações de crédito no Brasil. Portanto, quando se fala em juros em alta significa que a taxa Selic está em um patamar maior.

Essa taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), um órgão do Banco Central (BC). Isso acontece a cada 45 dias, quando há duas reuniões para avaliar o cenário econômico brasileiro e suas expectativas — especialmente em relação ao controle da inflação.

Qual a relação dos juros com a inflação?

Como vimos, a principal função da taxa Selic é controlar a inflação. Afinal, quando os preços de produtos, bens e serviços no país crescem, o poder de compra do dinheiro diminui. Ou seja, a mesma quantia compra menos do que no passado — e isso pode trazer impactos negativos.

Assim, o Governo tem interesse em manter a inflação controlada, para que o poder de compra dos brasileiros não seja muito reduzido. Ao manter o índice equilibrado, é possível evitar crises e outros problemas. E a taxa básica de juros é uma ferramenta para fazer esse controle.

Nesse caso, quanto mais alta a taxa Selic, mais custoso é o crédito — o que desestimula o consumo e diminui a inflação. Por outro lado, quanto mais baixa é essa taxa, mais fácil fica de conseguir crédito — o que pode incentivar a economia, mas aumenta a inflação.

Como a inflação impacta os investimentos?

Agora você já sabe que a taxa básica de juros do Brasil (Selic) é utilizada para buscar um equilíbrio entre o controle inflacionário e o incentivo à economia. Mas, você sabia que esse tema tem uma relação direta com os seus investimentos?

Como foi possível acompanhar, a inflação gera a perda de poder de compra do dinheiro. Portanto, ela sempre deve ser considerada ao calcular a rentabilidade real de determinado aporte. ]

Imagine, por exemplo, que um título de renda fixa oferece como rentabilidade o percentual de 10% ao ano. No entanto, durante o período, a inflação chegou a 11% ao ano. Isso significa que a rentabilidade real, na verdade, foi 1% negativa. Afinal, o dinheiro perdeu poder de compra devido à inflação — e a rentabilidade não conseguiu superá-la.

3 Investimentos atrelados à inflação para proteger a carteira

Depois de entender como os juros e a inflação funcionam e afetam a rentabilidade dos investimentos, é importante saber como proteger a carteira.

A seguir você conhecerá 3 investimentos que podem servir a esse fim. Veja só:

1. Tesouro IPCA+

Os títulos do Tesouro Direto são alternativas de renda fixa emitidas pelo Tesouro Nacional. Portanto, eles possuem uma rentabilidade ou lógica conhecida antes mesmo do aporte, conforme as disposições do Governo.

Existem três tipos principais de títulos em negociação no Tesouro Direto:

  • Tesouro Prefixado: esse título utiliza uma rentabilidade prefixada, que é calculada conforme um percentual anual;
  • Tesouro Selic: essa é a alternativa pós-fixada do Tesouro Direto. Desse modo, sua rentabilidade é atrelada à taxa Selic;
  • Tesouro IPCA+: esse é o título híbrido, que acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescido de uma taxa prefixada.

O IPCA é considerado o indicador oficial da inflação no Brasil. Com isso, o título de Tesouro IPCA+ oferece a oportunidade de ter rendimentos garantidos acima da inflação. Portanto, mesmo que o dinheiro perca poder de compra, seu patrimônio investido nesse título estará protegido.

Nesse sentido, o Tesouro Selic também pode oferecer proteção em determinados cenários, já que a taxa básica de juros costuma acompanhar os movimentos da inflação. Contudo, nem sempre ele traz uma rentabilidade real positiva em momentos de IPCA alto.

2. Fundos de investimento

Os fundos de investimento são veículos do mercado financeiro que proporcionam aporte coletivo e apresentam um gestor profissional. Logo, é o gestor o responsável por fazer as negociações necessárias e compor o patrimônio com ativos ou títulos determinados pela estratégia de cada fundo.

Os investidores que desejam participar do fundo podem comprar cotas — que representam uma fração mínima do patrimônio do veículo. Com isso, as cotas podem variar de preço conforme os movimentos observados no portfólio do fundo e no mercado.

Existem diversos tipos de fundos de investimento. Alguns são focados em títulos de renda fixa e acompanham taxas de inflação, como o IPCA. Desse modo, eles podem ser usados para proteger seus investimentos contra a inflação.

3. ETF

Mais uma alternativa que pode servir como proteção para a carteira de investimentos com os juros em alta são os ETFs — exchange traded funds. Eles também são fundos de investimentos, mas têm a finalidade de replicar os resultados de um índice financeiro previamente escolhido.

Desse modo, há ETFs que replicam índices de renda fixa. Entre eles, estão aqueles que medem os resultados de títulos indexados ao IPCA ou à Selic. Então há como encontrar um fundo que seja útil para a proteção de carteira.

Além disso, os ETFs também podem replicar índices internacionais, que costumam ser descorrelacionados ao mercado nacional. Por isso, eles tendem a servir para diversificar o portfólio e consolidar a estratégia de proteção.

Agora você já entende mais sobre o cenário de juros altos e conhece 3 investimentos atrelados à inflação para proteger a sua carteira. Ao avaliar as alternativas, busque aquelas mais alinhadas ao seu perfil e objetivos!

Quer entender melhor como funciona o IPCA e como ele pode influenciar a sua carteira? Então acompanhe nosso texto sobre o assunto!

 

 

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