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Ao observar a história da humanidade, é possível notar que as alianças se revelam como uma importante estratégia para a expansão e manutenção de uma nação, cultura, economia, ideologia política, entre outros.

Uma das alianças que exerceu um papel relevante na Guerra Fria entre Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi a OTAN. Porém, ainda que esse conflito tenha acabado em 1991, nem todos sabem o papel dessa organização — que existe até hoje.

O conflito entre Rússia e Ucrânia — iniciado em fevereiro de 2022 —, no entanto, reascendeu o interesse de muitos acerca desse tema. Assim, vale aprender ou relembrar as informações sobre esse tratado.

Tem interesse no assunto? Então continue a leitura para entender o que é a OTAN e qual é a sua finalidade. Confira!

O que é a OTAN?

O mundo contemporâneo passou por duas guerras globais: a Primeira Guerra Mundial (1914 —1919) conhecida como “A Grande Guerra” e a Segunda Guerra Mundial (1939 — 1945). Outro conflito de relevância histórica foi a Guerra Fria (1947 — 1991).

Na primeira guerra, a Tríplice Entente, formada pela Inglaterra, França e Rússia venceu a Tríplice Aliança que unia a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália. Já na segunda guerra, os “Aliados” (Inglaterra, França, Estados Unidos e, posteriormente, a URSS) derrotaram o “Eixo” formado pela Alemanha, Itália e Japão.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, surgiu uma grande preocupação dos países europeus em relação à proteção da Europa Ocidental — que tinha o capitalismo como ideologia política.

Isso porque o leste europeu era formado por países que adotavam o regime comunista da URSS. Ele era visto como antagônico aos ideais de propriedade privada, acumulação de capital, etc.

Assim, em 1948, a Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Reino Unido criaram, inicialmente, o tratado de Bruxelas. A proposta era integrar as forças militares dos países visando à defesa e segurança mútua, caso algum deles fosse atacado.

No ano seguinte, outros países manifestaram interesse em participar dessa aliança, sendo que alguns deles não faziam parte do continente Europeu. Então foi criado um novo tratado conhecido como a Organização das Nações do Atlântico Norte (OTAN) — do francês Organisation du Traité de l’Atlantique Nord.

Quais são os países que fazem parte da Otan?

Para compreender mais sobre o tratado, é fundamental identificar os países integrantes. Em 2022, a OTAN contava com 30 Estados-Membros — em grande parte europeus.

Porém, os membros fundadores são:

  • Bélgica;
  • Canadá;
  • Dinamarca;
  • Estados Unidos;
  • França;
  • Islândia;
  • Itália;
  • Luxemburgo;
  • Noruega;
  • Holanda;
  • Portugal;
  • Reino Unido.

Ao longo dos anos, diversos outros países entraram no tratado. É o caso da Albânia, Alemanha, Bulgária, Croácia, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Grécia, Letônia, Lituânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Polônia, República Tcheca, Romênia e Turquia.

Qual o papel da OTAN?

Após aprender o que é a OTAN e os países que fazem parte dela, é preciso saber o papel dessa aliança. Ela foi criada para oferecer um sistema de defesa coletiva. Por meio desse tratado, todos os signatários se comprometem a promover a defesa mútua em resposta a um ataque de qualquer país ou entidade que não faz parte da organização.

Além disso, também fazem parte de seus objetivos impedir o crescimento do militarismo comunista na Europa, bem como encorajar a integração da política europeia ocidental.

Em oposição à OTAN, a URSS e seus aliados comunistas criaram o Pacto de Varsóvia em 1955. Nele, foram estabelecidos compromissos semelhantes aos da OTAN — como ajuda mútua dos países integrantes em caso de agressões militares contra algum membro da aliança.

Embora a Guerra Fria tenha se mantido por mais de 35 anos, nunca houve um conflito armado entre a OTAN e o Pacto de Varsóvia. Com o fim da URSS no ano de 1991, o Pacto de Varsóvia foi dissolvido e, nos anos seguintes, alguns países que faziam parte do grupo se uniram à OTAN.

Qual a relação da OTAN com a guerra entre Rússia e Ucrânia?

Em fevereiro de 2022, a Rússia iniciou a invasão do território ucraniano. Entre as razões apontadas para o conflito estava a expansão da OTAN pelo leste europeu — em especial, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar.

O Governo russo dizia querer impedir o cerco à sua fronteira, considerando a expansão da OTAN pelo leste europeu diante da anexação de 14 países do antigo bloco comunista. Além disso, a Rússia fazia acusações de crimes contra russos cometidos pelo Governo ucraniano.

Já a Ucrânia e países da OTAN viam os ataques como uma tentativa do presidente russo, Vladimir Putin, de restabelecer a zona de controle e influência da antiga URSS. Portanto, o entendimento era de que essa guerra violava a soberania da Ucrânia em escolher seus aliados.

Por que o investidor precisa entender sobre esse tema?

Após conhecer todo o contexto histórico da OTAN, talvez você esteja se perguntando o motivo de entender sobre esse tema, sendo um investidor. A resposta é simples: os períodos de guerra geram incertezas e inseguranças econômicas — e podem impactar os mercados e a sua carteira.

Após a realização dos primeiros ataques, por exemplo, a Rússia foi alvo de diversas sanções econômicas, esportivas e culturais. Entre elas estavam:

  • banimento em relação ao sistema bancário internacional Swift;
  • congelamento de ativos no exterior;
  • bloqueios de exportação;
  • proibição da participação da seleção russa na Copa no Qatar;
  • suspensão de vendas no país por companhias como a Nike e Apple;
  • entre outras.

Logo, diante desse tipo de conflito, é comum que ativos (como as ações) sejam impactados — especialmente de empresas do mercado Europeu, no caso do conflito entre Rússia e Ucrânia. Afinal, há diversas companhias que podem ter suas receitas reduzidas, o que normalmente afeta o preço de seus papéis.

Ainda em relação ao conflito recente, é importante saber que a Rússia é uma grande exportadora de commodities, como o gás, petróleo, trigo, entre outros. Tendo em vista que muitos desses produtos têm sua formação de preços definida pelo mercado internacional, a escassez tende a gerar inflação e obrigar países — como o Brasil — a aumentar as taxas de juros. Diante desse contexto, o investidor deve ficar atento tanto para aproveitar oportunidades quanto para proteger seus investimentos.

Conclusão

Como você viu, a OTAN é uma organização criada para fins de proteção de seus signatários. Em 2022, no entanto, sua presença e expansão no território europeu aumentou as tensões entre Rússia e Ucrânia — impactando os mercados mundiais. Assim, vale conhecer mais sobre o assunto para entender melhor os noticiários e tomar decisões de investimento mais embasadas.

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