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Na hora de selecionar os investimentos para compor a carteira, é fundamental considerar o seu perfil de investidor para fazer escolhas adequadas. Afinal, ele indica a sua tolerância aos riscos do mercado financeiro. E uma dessas classificações é o perfil arrojado.

As pessoas que se enquadram nele têm especificidades em relação à abertura ao risco. Elas costumam preferir investimentos de maior potencial de ganhos — mesmo que precisem abrir mão da segurança.

Quer saber mais sobre as características do investidor arrojado e os investimentos que podem fazer parte do portfólio de quem se enquadra nessa classificação? Acompanhe a seguir!

Qual a importância do perfil de investidor?

Fazer o teste de perfil de investidor é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para acessar as alternativas do mercado financeiro. Essa medida visa oferecer mais segurança aos investidores — demonstrando a importância de identificar o perfil.

Na prática, os perfis podem ser: conservador, moderado e arrojado — em ordem crescente de tolerância ao risco. Desse modo, selecionar os ativos que combinem com o seu perfil é importante para evitar inadequação às suas preferências.

Se, por exemplo, uma pessoa de perfil conservador investe em alternativas mais arriscadas, ela pode se sentir muito desconfortável com as oscilações do mercado. Ademais, o risco de ter prejuízo por não saber lidar com a volatilidade também é maior.

Já um investidor arrojado não tem interesse em manter a sua carteira restrita a investimentos mais conservadores. Caso ele fizesse isso, seria provável sentir frustração por perder chances de ter retornos mais elevados.

Quem é o investidor de perfil arrojado no mercado financeiro?

Depois de conhecer os três perfis principais, vale a pena saber mais sobre quem são os investidores arrojados. Para tanto, é preciso considerar que os investimentos contam com um tripé que foca em três características: rentabilidade, segurança e liquidez.

O diferencial do investidor arrojado no mercado financeiro é priorizar a rentabilidade em sua carteira. Como o potencial de rendimentos tende a ser inversamente proporcional à segurança, priorizar a possibilidade de ganhos significa lidar com mais riscos.

Assim, as escolhas feitas pelos investidores arrojados estão principalmente na classe da renda variável. Nesse grupo, os ativos estão mais expostos à volatilidade do mercado. Ademais, ao contrário da renda fixa, não há previsibilidade de rendimentos.

Devido aos maiores riscos, os investimentos de renda variável podem proporcionar ganhos acima da renda fixa. Mas também há a chance de ter perdas financeiras. Por isso, investidores do perfil arrojado precisam lidar com maiores riscos.

Contudo, isso não significa arriscar o patrimônio de forma indiscriminada. É possível manejar os riscos ao embasar as decisões em análises das alternativas do mercado. O objetivo é maximizar os ganhos, lidando de forma inteligente com os riscos que o investimento pode apresentar.

Por conta disso, é comum que as pessoas de perfil arrojado sejam mais experientes no mercado e busquem um bom domínio sobre investimentos — embora não seja uma regra. Então elas se sentem confiantes para fazer escolhas ousadas, mantendo a posição até o momento em que for vantajoso.

Quais investimentos podem fazer parte da carteira do perfil arrojado?

Agora que você sabe mais sobre os investidores arrojados, é o momento de você aprender quais são as alternativas de investimentos da renda variável que podem atender a esse perfil.

Entretanto, tenha em mente que a escolha depende de outros fatores além do perfil — como os seus objetivos e estratégia de investimento. Afinal, a montagem da carteira é uma atividade individual e personalizada.

Vale destacar que a lista a seguir consiste apenas em uma apresentação de possibilidades mais comuns ao perfil arrojado — e não uma recomendação de investimentos. Então cabe a você avaliar e escolher as alternativas mais adequadas para o seu caso.

Acompanhe!

Ações

O investimento mais conhecido da renda variável é em ações. Elas são negociadas na bolsa de valores brasileira, a B3, e permitem participar dos resultados das empresas listadas. Ao adquirir esses papéis, o investidor se torna sócio da companhia.

Além dos investimentos com foco no longo prazo, é possível adotar estratégias que miram em prazos menores — chamadas de especulação. No primeiro caso, o objetivo é lucrar com o crescimento da empresa. No segundo, o foco está na oscilação de preços no curto prazo.

Vale saber, ainda, que existem duas formas principais de ganhar dinheiro com ações. Uma delas é com a venda dos papéis por um preço maior do que o de compra. A outra maneira de obter lucros é recebendo proventos distribuídos pela companhia.

Fundos de investimentos

Na B3 e nas plataformas de instituições financeiras também é possível investir em fundos de investimentos. Essa é uma modalidade coletiva, em que há administração dos recursos por um gestor profissional. A participação nos resultados acontece a partir da aquisição das cotas do fundo.

Com isso, o gestor profissional é quem monta o portfólio do fundo — e o investidor de perfil arrojado pode escolher ter exposição indireta aos ativos da carteira. Os fundos podem ser de diferentes tipos, dependendo da estratégia e dos objetivos. Alguns exemplos são:

  • fundos imobiliários (FIIs) — focam no mercado de imóveis. Eles podem investir em imóveis físicos, cotas de outros FIIs ou em títulos atrelados a esse mercado;
  • fundos de ações — investem em ações e outros ativos relacionados a elas;
  • fundos multimercado — esses fundos não seguem uma regra específica. Logo, têm mais liberdade para definir estratégias e focar em diferentes mercados.

ETFs

Os ETFs (exchange traded funds) são um tipo específico de fundo de investimentos. Eles se diferenciam porque o objetivo é replicar os resultados de um indicador do mercado. Por esse motivo, ETFs também são chamados de fundos de índice.

O foco dos ETFs não é tentar superar o índice ou fazer a gestão de risco para evitar acompanhar as quedas dele. O intuito é apenas reproduzir o seu desempenho. Ademais, eles podem replicar benchmarks do mercado nacional ou do mercado internacional.

BDRs

Além de ETFs focados em ativos de outros países, também é possível acessar o mercado internacional por meio de BDRs (brazilian depositary receipts). Nessa alternativa, uma instituição depositária adquire os ativos em bolsas de valores estrangeiras e negocia os seus certificados na B3.

Assim, o investidor tem uma exposição indireta aos ativos nos quais os BDRs estão lastreados. Portanto, os certificados consistem em uma maneira mais simples e acessível de se expor a ativos de outros países. Afinal, não é preciso realizar a compra direta em instituições internacionais.

Agora que você já conhece mais sobre o perfil de investidor arrojado e algumas alternativas de investimentos para essa classificação, pode avaliar se elas fazem sentido para a sua carteira. Não se esqueça de analisar os seus objetivos e interesses para fazer escolhas conscientes!

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