Muitas pessoas ingressam no mercado financeiro sem atentar para algumas questões importantes. Entre elas, os custos que envolvem um investimento em bolsa de valores — principalmente os impostos e as taxas da B3.
Se você é novo nesse ramo, vale a pena saber como funciona a tributação e a cobrança de taxas sobre investimentos. Isso ajuda a ter maior precisão quando for escolher um investimento.
Este artigo foi preparado para abordar e esclarecer essa temática. Continue lendo para conhecer as taxas da B3!
O que é B3?
Inicialmente, é importante saber que a B3 (Brasil, Bolsa e Balcão) é a bolsa de valores brasileira. Seu papel, de modo geral, é centralizar e organizar o mercado financeiro e de capitas, proporcionando um ambiente onde as negociações ocorram de forma segura e transparente.
Para cumprir com a sua finalidade, a empresa B3 é remunerada por meio de taxas — cobradas a cada negociação. Elas podem variar de acordo com a modalidade de investimento ou operação realizada, com o tipo investidor e em relação ao montante mobilizado.
Quais são as principais taxas cobradas pela B3?
No site da B3, ao pesquisar por taxas, você se deparará com diversas cobranças. Por exemplo, a taxa de registro, de custódia, de permanência, de negociação, de liquidação financeira e outras.
Mas não se assuste. Ainda que o número de taxas seja elevado, elas podem representar um pequeno percentual do capital negociado.
Para que você tire suas dúvidas, confira as principais taxas envolvidas na bolsa. São elas:
Taxa de negociação
Os emolumentos, ou taxa de negociação, são valores fixos cobrados pela B3 para cada operação realizada. Seu valor pode variar conforme:
- a modalidade de operação (day trade ou normal);
- tipo de investidor (pessoa física, fundos ou clubes de investimento);
- montante negociado.
No caso de pessoa física, por exemplo, em abril de 2021 incidia uma taxa de negociação de 0,0050% sobre o valor financeiro em uma operação normal. Ou seja, aquele que comprar ou vender uma ação está sujeito ao recolhimento desse percentual.
Taxa de liquidação
Taxa de liquidação, por sua vez, é cobrada pela concretização do negócio. Em abril de 2021, a taxa cobrada era de 0,0250% para pessoas físicas a cada operação normal realizada. O percentual é reduzido (para 0,0180%) se a compra e a venda ocorrer no mesmo dia (day trade).
Taxa de custódia
A taxa de custódia é um valor cobrado mensal ou anualmente do investidor, enquanto ele mantiver a ação ou outro ativo em sua carteira. Ela pode variar de acordo com o banco de investimentos escolhido pelo investidor. Existe até mesmo instituições que isentam seus clientes desse custo.
Há outros custos ao investir?
Além das taxas cobradas pela B3 de acordo com cada tipo de investimento, o seu banco de investimentos ou outras instituições (como a gestora de um fundo) podem cobrar por seus serviços. Os exemplos mais comuns são a taxa de corretagem e a taxa de administração.
A taxa de corretagem é o principal custo cobrado pela compra e venda de ações ou ativos de renda variável — a renda fixa costuma ser isenta. Como cada instituição possui liberdade para determinar o valor e a forma de cobrança, o investidor pode buscar aquela com bom custo-benefício.
A taxa de administração, por sua vez, normalmente está vinculada aos fundos de investimento. Trata-se de um percentual do valor investido, que serve para remunerar o trabalho do gestor garantir a administração do fundo.
Em alguns fundos pode existir também a taxa de performance, quando superam um determinado benchmark.
Quais são os impostos devidos?
O investidor que aloca recursos na bolsa de valores deve estar ciente, ainda, da necessidade de recolhimentos de impostos ao Fisco. O principal motivo é não mitigar seus lucros com multas aplicadas pelo atraso ou seu não pagamento.
Dentre eles destacam-se:
Imposto Sobre Serviço (ISS)
O imposto Sobre Serviço, usualmente, incide sobre a taxa de corretagem ou emolumentos. Sua alíquota pode variar de acordo com o município. Logo, questione o banco de investimentos escolhido, para saber o percentual que será descontado.
Imposto de Renda (IR)
O Imposto de Renda é aquele com o qual o investidor deve ter maior atenção. Isso porque sua incidência pode acontecer sobre investimentos de renda fixa, renda variável e fundos de investimentos. Ou seja, praticamente todo o tipo de investimento.
Nas transações de renda fixa, a tabela mais utilizada é a regressiva — que começa em 22,5% para aplicações de até 180 dias. Existem algumas aplicações que são isentas, como a poupança e as letras de crédito imobiliário ou do agronegócio.
Nos fundos e nas operações com ações pode haver diferenças na tributação. Assim, é preciso entender cada caso. Na bolsa, operações de day trade ou negociações comuns são tributadas também de modo diferentes.
Atente-se que o IR sobre operações de renda variável não é recolhido automaticamente. Caberá ao investidor apurá-lo e realizar o recolhimento por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). É preciso pagar até o último dia útil do mês subsequente ao da operação.
Como calcular esses custos?
Agora que você sabe a quantidade de custos envolvidos em operações no mercado financeiro deve estar se perguntando: como devo fazer para calcular tudo isso? Em um primeiro momento pode parecer difícil, mas há formas de encurtar esse caminho.
Em relação às taxas e emolumentos cobrados pela B3, havendo interesse na realização dos cálculos exatos, será necessário consultar a respectiva tabela de custos. Caso contrário, basta verificar a nota de corretagem disponibilizada pelo banco de investimento.
Nesse documento está presente o resultado desses cálculos. Assim, você pode fazer a conferência dos valores apresentados para identificar se estão de acordo com o tipo investimento realizado. Havendo alguma disparidade, é preciso questionar a instituição e, se for o caso, pedir reembolso.
Além disso, é possível encontrar na internet sites com calculadoras para diversos tipos de investimentos. Seu uso pode auxiliar ao investidor a encontrar os investimentos mais eficientes, já que nelas poderá simular distintos cenários.
Como você viu, os emolumentos e outras taxas da B3 estão presentes na vida do investidor do mercado financeiro. Por isso, é preciso levá-las em consideração quando for escolher um investimento alinhado ao seu perfil. Assim, você evita surpresas ou frustrações posteriores.
E então, já realizou uma operação de mercado e custo das taxas afetaram seu lucro? Conte para nós no campo de comentários!
1 comentário
Caro André Bona,
Faço a gestão de meus investimentos em uma planilha que eu mesmo desenvolvi. E os cálculos das despesas são feitos a partir das tarifas publicadas pela BS, Surge um problema de arredondamento e divergência com os valores das Notas de Corretagem de minha corretora.
Após aplicar a tarifa percentual sobre o valor de cada operação, faço o ARREDONDAMENTO PARA BAIXO, na 2ª casa decimal (centavos). Este procedimento consta, inclusive, de um tutorial da corretora. Mas o valor total da Nota no final do dia não bate com os meus cálculos, apresentando uma diferença a maior na Nota.
Você sabe onde encontro o passo a passo correto para efetuar os arredondamentos das despesas cobradas pela B3 e pelas corretoras, de forma a eliminar as diferenças citadas ?
Até me lembrei que no passado foi descoberto que alguns bancos desviavam as diferenças de arredondamentos para as contas-correntes de alguém do próprio banco e, como são milhões e milhões de operações, isso dá um valor relevante ao final de cada dia. Tomara que não seja isso.
Agradeço desde já.
GERALDO MAJELA DOS SANTOS: celgemaj@gmail.com CPF 048.524.277-04