O truste é um modelo de organização empresarial que é considerado danoso para a economia. Mas, apesar de ser visto como prejudicial a livre concorrência, não é raro encontrar casos dessa prática na sociedade.
Assim como o truste, outras modalidades consideradas desleais devem ser fiscalizadas para manter o mercado funcionando de maneira justa. Por isso, empresas que se juntam para realizar essas práticas podem ser punidas.
A melhor forma de evitá-las é justamente conhecendo como funcionam. Nesse post, você aprenderá sobre o que é uma truste e como ela funciona. Acompanhe a leitura, aprenda sobre a prática e entenda o motivo dela ser considerada anticomercial!
O que é truste?
Truste é uma prática na qual duas ou mais organizações empresariais se unem em uma mesma companhia. Na prática, pode ocorrer tanto de maneira formal como informal. O objetivo é aumentar o poder das sociedades que se uniram em um determinado setor econômico.
Em outras palavras, o truste permite que as empresas consigam um grande domínio e controle sobre o mercado, podendo aumentar seus lucros e ter total poder sobre a oferta de produtos e serviços.
Sendo assim, os concorrentes acabam sendo prejudicados, bem como os consumidores. Por esse motivo, a prática é considerada prejudicial para a economia, assim como os cartéis, holdings, dentre outras.
O termo surgiu de uma adaptação da palavra “trust”, que significa “confiança” em inglês. A modalidade recebeu esse nome porque, basicamente, se trata de um acordo de confiança entre as organizações que desejam ter o domínio de um determinado setor ou mercado.
Como funciona o truste?
Você entendeu que o truste ocorre quando duas ou mais corporações se unem com o intuito de aumentar seu domínio sobre um ou mais setores da economia.
No entanto, apesar de estarem unidas, cada uma delas mantêm sua própria autonomia. Assim, podem se beneficiar do compartilhamento de componentes da cadeia produtiva uma das outras, da negociação com fornecedores e podem aumentar sua participação no mercado para “enfraquecer” o poder de seus concorrentes, passando a lucrar mais.
É possível perceber semelhanças entre o truste e a fusão entre empresas. E, nesse último, duas ou mais companhias também se unem com objetivo de constituir uma nova.
Entretanto, é importante entender que nem toda fusão se caracteriza como truste. Isso porque, para duas sociedades se fundirem, há uma série de regras que devem ser cumpridas. O objetivo é que o processo seja feito conforme as leis e não prejudique o princípio da ordem econômica.
Quais são os tipos de truste?
Os trustes podem ser divididos em dois grupos: verticais e horizontais. Entenda melhor cada um deles a seguir:
Truste horizontal
O truste horizontal é formado por sociedades que fazem parte do mesmo setor e vendem o mesmo produto ou serviço. Por exemplo, imagine que algumas empresas de tintas de uma região se unissem para acordar e barganhar preços em conjunto com um mesmo fornecedor. Depois disso, elas ofereceriam o produto aos consumidores pelo mesmo valor em um mesmo período.
Essa estrutura, além de prejudicar os concorrentes, afetaria os fornecedores, que seriam pressionados a vender pelo valor exigido pelas organizações que formaram o truste. Ainda, os consumidores sentiriam que não existe uma concorrência honesta, pois muitos estabelecimentos estariam vendendo o mesmo produto pelo mesmo valor.
Truste vertical
Ao contrário do anterior, o truste vertical funciona quando sociedades que se unem comercializam produtos ou serviços diferentes uns dos outros. Inclusive, os setores de cada uma podem ser totalmente distintos.
Nessa modalidade, o objetivo é impor ao mercado e ganhar poder por meio da cadeia produtiva, que pode abranger desde a extração da matéria-prima para produção até a distribuição dos produtos prontos.
Por exemplo, imagine se uma grande corporação adquirisse empresas menores que realizam diferentes serviços relacionados ao petróleo.
Se ela adquirisse estabelecimentos que refinam, outros que extraem e outros que transportam essa fonte de energia, a corporação teria uma cadeia que envolve desde a matéria-prima até o produto final.
Aqui, cria-se uma linha de produção até o desenvolvimento completo do produto. Nesse caso, as empresas poderiam dominar o mercado sozinhas – o que seria injusto.
Qual a diferença entre truste, cartel, holding e joint venture?
Agora você já sabe o que é uma truste e como ela funciona. No entanto, a truste pode ser confundido com outras modalidades existentes no mercado, sendo algumas consideradas ilegais.
Por isso, é importante entender mais sobre cartel, holding e joint venture. Confira a seguir:
Cartel
Um cartel é constituído quando empresas se juntam para estabelecer um preço único de um determinado produto ou serviço. Geralmente as companhias são do mesmo nicho, mas são independentes.
A prática é altamente danosa porque obriga o cliente a comprar o que deseja com os valores fixados pelos cartéis, os quais costumam ser acima do preço justo.
Holding
Holding é um conglomerado de empresas que podem ser de diferentes setores ou do mesmo, podendo ser até concorrentes entre si. Se refere a uma organização maior que controla outros estabelecimentos minoritários.
A sociedade controladora não produz nada, apenas tem o domínio sobre as demais, geralmente por possuir a maior parte das ações de cada uma delas.
Nesse caso, tanto companhias do mesmo setor como de diferentes podem fazer parte de uma holding. Assim sendo, diversos fatores como: administração, compra e venda de cotas e decisões internas de cada uma são realizadas pela holding.
Joint venture
Diferente do truste, que forma uma só sociedade, a Joint Venture cria uma terceira. Logo, as companhias que se unem continuam existindo e sendo independente, mas trabalham em conjunto em outra empresa, normalmente com objetivos que se complementam.
Nesse caso, atuam para criar um produto ou serviço melhor do que se estivessem trabalhando de maneira individual.
Como o truste é fiscalizado no Brasil?
O truste é altamente vigiado por órgãos reguladores do Estado para impedir que prejudiquem a livre concorrência e a ordem econômica.
Quem fiscaliza essa e as outras práticas prejudiciais à economia é o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (CADE). Assim, quando empresas pretendem realizar fusões, é essa autarquia que verifica as intenções e as condições para esse processo, de modo a evitar práticas desleais para a Economia.
Logo, o CADE pode impedir fusões e impor diversas restrições a ponto de impedir a prática para evitar a expansão dela no país.
E você, conhece algum caso de truste famoso no Brasil ou em outro país? Continue aprendendo sobre outros temas importantes para a economia e entenda agora o que é economia de mercado!