Você já ouviu falar em deflação? Muito provavelmente já ouviu falar de inflação, que é o fenômeno inverso do primeiro. Enquanto a inflação sempre é vista com maus olhos, será que a deflação é algo positivo?
Infelizmente não. Os dois podem ser negativos. E mais: a deflação pode até ser pior para a economia. E conhecer esse fenômeno é de extrema importância para entendermos quando ele está ocorrendo e não deixá-lo piorar, pois as consequências podem ser severas.
Continue a leitura do artigo, entenda mais sobre o que é deflação e saiba como esse fenômeno pode afetar nossas vidas!
O que é deflação?
A deflação é um fenômeno no qual ocorre a queda do preços dos produtos e serviços de forma constante e generalizada.
Queda de preços parece ser algo muito bom, se olharmos em um primeiro momento. Afinal, preços menores podem ser benéficos para a população e aumenta o poder de compra, certo? A resposta é não.
Por mais que possa parecer algo positivo, um período longo de deflação pode representar um perigo imenso para a economia de uma região ou país. Períodos de deflação não foram raros na história moderna. Um exemplo famoso é a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.
Por causa dos acontecimentos, a crise fez com que as empresas nos Estados Unidos cortassem os preços dos produtos e serviços, fazendo o mercado ficar no prejuízo.
Essa queda brusca, sem previsão de subida, fez com que muitos perdessem seus empregos, fazendo o país enfrentar uma das maiores crises econômicas da história.
Por que analisar a deflação?
Os preços dos produtos e serviços podem servir como um parâmetro para analisar se a economia está indo bem ou não. A inflação, que é o aumento generalizado e constante no preço dos produtos e serviços, obviamente também é ruim. Se os dois são péssimos, o que seria o correto?
O ideal é que haja uma oscilação de preços, que pode aumentar o valor dos bens em um certo espaço de tempo. Mas, junto disso, outros fatores devem ser elevados também, como renda, consumo e poder de compra, por exemplo.
Por isso, se a inflação ou a deflação está descontrolada, a economia como um todo poderá sofrer graves consequências. Por esse motivo, ambas devem sempre ser analisadas com cautela – e não somente a inflação, como muitos imaginam.
Se você quiser entender um pouco mais sobre as diferenças entre inflação, deflação e outros fenômenos econômicos, confira o artigo abaixo:
O que causa deflação?
A deflação pode ser ocasionada por diversos fatores. Uma das causas pode estar relacionado ao aumento da oferta de algum bem e a falta de demanda. Ou seja, quando há mais produtos disponíveis do que pessoas querendo comprar, pode haver baixa generalizada no valor.
A redução do valor para estimular o consumo pode ser boa por um pequeno período, mas se feita de forma constante e durar muito tempo, os impactos negativos podem afetar toda uma cadeia produtiva, desde a indústria ou fornecedores até você enquanto consumidor.
Outro ponto que pode causar esse fenômeno é a baixa circulação de moeda. Quando há menos dinheiro circulando, significa que o consumo está baixo, pois há menos pessoas comprando. As consequências disso são o desestímulo ao consumo, afetando a produção. Isso causa quedas nos preços e prejudica a economia.
Quais os efeitos da deflação?
Pelo que foi dito no tópico anterior, você conseguiu perceber o quão ruim é a deflação? O movimento de queda nos preços atrapalha as empresas e produtores, atravancando a economia do país. Com a falta de lucro e o prejuízo, as empresas são forçadas a demitir em massa.
Assim, quando se torna um ciclo sem fim, a deflação se torna um problema estrutural, trazendo consequências graves, como:
- recessão econômica;
- quebra generalizada de negócios;
- desemprego;
- aumento do trabalho informal;
- queda na arrecadação de fundos públicos;
- aumento da pobreza.
Para caracterizar deflação, alguns economistas consideram que essa queda nos preços de forma constante e generalizada deve ter acontecido por um período mínimo de um ano.
Por que a deflação pode ser pior que a inflação?
Conforme citado, a deflação pode ser pior que a inflação. Se for analisar, as consequências para a macroeconomia podem ser parecidas em ambos cenários: aumento da pobreza e desigualdade, desemprego, recessão, dentre outros.
Mas, muitos economistas afirmam que uma hiperinflação pode ser mais fácil de lidar do que uma deflação. A inflação já aconteceu em diversos momentos na grande maioria dos países.
Logo, há mecanismos econômicos que funcionam melhor contra o primeiro cenário, pois muitos já imaginam o que fazer para solucionar a inflação, seja implantando uma política de correção monetária ou outro mecanismo.
Houve deflação no Brasil?
Não é nem preciso dizer que o Brasil já sofreu, em diversos momentos, por causa da inflação. Quem viveu os períodos anteriores a 1994, antes da implementação do Plano Real, sabe que o país teve muitos anos de inflação alta e prejudicial.
Mas, além da inflação, será que o país já passou por algum momento de deflação?
A deflação, normalmente acontece mais frequentemente em países desenvolvidos. No Brasil, esse fenômeno apareceu pouco. O mais grave ocorreu quando houve a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que refletiu no Brasil, havendo queda de 8,9% no preços por aqui em um período de um ano.
Nesse momento, o governo de Getúlio Vargas interveio comprando e queimando milhões de sacas de café, que era o principal produto de exportação na época. A intenção era reduzir a oferta e forçar o aumento dos preços.
Como acabar com a deflação?
A melhor maneira de acabar com um período deflacionário seria, de certa forma, gerar inflação. Em momentos como este, o governo pode aumentar a liquidez da moeda, imprimindo mais dinheiro.
No entanto, vale lembrar que imprimir muito dinheiro e fazê-lo circular demais pode gerar hiperinflação e desvalorização da moeda. Por isso, nem sempre colocar muita moeda em circulação resolve o problema. Além disso, normalmente, é sempre necessário adotar outras medidas.
Hoje em dia, um país que enfrenta um problema crônico de deflação é o Japão. Inclusive, os economistas até criaram um termo para definir quando a economia de outros países está estagnada e com indicadores se comportando de forma negativa.
Se quiser saber sobre o assunto, confira o artigo abaixo:
Conclusão
A deflação causa a queda constante no preço dos produtos e serviços. O que pode parecer algo positivo, se ocorrer de forma constante, pode indicar um grande perigo. Por isso, entender sobre o assunto é fundamental para saber o que fazer caso esse fenômeno aconteça no Brasil em algum momento.
Gostou de aprender sobre deflação? Então continue entendendo mais sobre a economia e leia mais sobre as Ondas de Kondratiev e como podem ajudar você a entender a economia e o aparecimento de crises!