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No mercado financeiro, é comum se deparar com investimentos que oferecem rendimentos de 100% do CDI. Mas você sabe o que isso significa? É bastante comum que os investidores tenham dúvidas sobre o assunto ou sintam dificuldades para entender qual será o retorno obtido.

Porém, esse conhecimento é essencial para conseguir avaliar as alternativas do mercado e tomar decisões mais acertadas. Além disso, compreender o funcionamento desse índice ajudará a identificar a sua relação com a economia e outros indicadores importantes, como a Selic.

Neste artigo, você conhecerá mais sobre o CDI e o que significa um rendimento de 100% desse indicador. Continue a leitura!

O que é CDI?

CDI é a sigla para o termo Certificado de Depósito Interbancário. Esse certificado está atrelado às operações realizadas entre instituições financeiras com o objetivo de fechar o caixa com saldo positivo no caixa diariamente, por exigência do Banco Central (Bacen).

Todas as transações são registradas pela Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip). Dessa forma, a partir de uma metodologia própria, ela calcula a média dos juros pagos entre os bancos, divulgando os resultados diariamente.

Também é possível calcular a média anual, com base em todas as movimentações registradas. Na prática, os juros envolvidos nessas operações costumam ser baixos. Isso porque elas envolvem duas instituições financeiras e têm prazo de apenas 1 dia.

Outro ponto importante é que o CDI não é um investimento, mas uma taxa de juros. Assim, embora seja um certificado de depósito, não é possível que os investidores façam aportes nessa opção.

Desse modo, quando um investimento rende 100% do CDI, ela se refere à taxa de juros que será aplicada. Ou seja, ela renderá a totalidade do índice CDI durante o período. Também é possível que ela indique outros percentuais, como 90%, 110% e outros.

Qual é a relação do CDI com a taxa Selic?

No tópico anterior, você observou que o CDI é uma taxa de juros. Nesse cenário, é comum se perguntar qual é a relação dela com a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Então saiba que a Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.

Ademais, é usada como parâmetro para diversas operações de crédito no país. Logo, a Selic se relaciona com o CDI porque, para que as operações entre as instituições sejam atrativas, os juros praticados entre os bancos devem ser inferiores à taxa básica de juros.

Com a proximidade de valores da Selic e do CDI, quando acontece ajuste na taxa básica de juros, a outra taxa irá se regular automaticamente, conforme os novos valores estabelecidos. Por isso, as aplicações de renda fixa com rendimentos ligados a uma das duas taxas costumam apresentar resultados semelhantes.

Quais são as vantagens em investir com base na taxa CDI?

Após entender mais sobre o CDI, é importante conhecer as vantagens de investir em títulos atrelados a essa taxa. Afinal, é possível encontrar diversas alternativas do tipo na renda fixa, como:

  • certificado de depósito bancário (CDB);
  • letra de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA);
  • certificado de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA);
  • debêntures;
  • entre outras.

Assim, para auxiliar nas decisões de investimento, vale entender os benefícios que as alternativas relacionadas ao CDI podem trazer. Veja só:

Retorno atrativo em relação à poupança

Para quem está começando a investir e deseja sair da poupança, as opções atreladas a 100% do CDI tendem a ser mais atrativas. O motivo está no fato de que o CDI fica próximo à Selic, que traz um retorno superior às regras da caderneta.

Nesse sentido, vale destacar que, desde 2012, a poupança segue duas regras diferentes:

  • quando a Selic está maior que 8,5%, o rendimento é igual a 0,5% + a taxa referencial (TR), que está zerada desde 2017;
  • quando a Selic está menor ou igual a 8,5%, o rendimento é equivalente a 70% da taxa Selic + TR.

Vale destacar, ainda, que existem investimentos que superam 100% do CDI, podendo trazer alternativas ainda mais atrativas em termos de rentabilidade. Inclusive, essa é uma prática comum entre instituições que visam atrair investidores.

O ponto de atenção, aqui, é verificar o prazo dos títulos e o seu nível de riscos. Afinal, na renda fixa, eles podem ou não ter a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira, com limite global de R$ 1 milhão, renovável a cada 4 anos

Acessibilidade

Com o avanço da tecnologia, as plataformas de investimento no Brasil também se modernizaram e se desenvolveram. Então é possível aplicar em títulos de renda fixa e acompanhar o seu desempenho pela internet, de forma rápida e segura.

Ademais, é possível encontrar títulos com aportes mínimos variados, tornando a alternativa acessível para vários perfis de investidor.

Quais são as desvantagens e riscos?

Além de observar as vantagens, é preciso considerar as possíveis desvantagens e riscos dos investimentos atrelados ao CDI. Veja abaixo!

Liquidez e carência

Os títulos de renda fixa têm um vencimento, mas podem ter regras específicas de liquidez. Por exemplo, uma aplicação pode permitir o resgate a qualquer momento (liquidez diária), ainda que tenha um prazo de 2 anos.

Em outros casos, ele permite o resgate apenas no vencimento ou após um período de carência, como 90 dias. Nessa situação, o investidor precisará recorrer ao mercado secundário e pode ter perdas no aporte para conseguir levantar os valores antes do prazo acordado.

Portanto, ao avaliar um título atrelado ao CDI, observe sempre as regras referentes ao vencimento e resgate.

Rentabilidade limitada

Para alguns investidores, a limitação da rentabilidade característica dos investimentos de renda fixa pode ser uma desvantagem. Quando atrelada ao CDI, que acompanha a Selic, há riscos de ter resultados menos expressivos, abaixo da inflação, dependendo dos movimentos da economia.

Dessa forma, antes de investir, é preciso entender se as alternativas atreladas ao indicador se alinham ao seu perfil de investidor, objetivos financeiros e o prazo de cada meta. Assim, é possível tomar decisões mais acertadas na composição da sua carteira.

Com este conteúdo, você descobriu o que significa rendimento 100% do CDI e outras informações importantes relacionadas à taxa. Agora, coloque seus novos conhecimentos em prática e utilize-os para buscar melhores resultados para a sua carteira de investimentos.

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O Portal André Bona é um site de educação financeira independente, que tem como missão auxiliar pessoas e famílias a melhor compreender o mercado financeiro e seus produtos.

3 Comentários

  1. Poderia fazer uma simulação com uma valor específico e as condições de retirada.
    Tenho um investimento que rende 100% do CDI e posso retirar a qualquer momento, porém não entendo nada.
    Poderia fazer uma simulação de R$1.000,00, por exemplo. Quanto renderia de 1 a doze meses, ajudaria demais a população.

  2. Muito importante disseminar o conhecimento sobre o mercado financeiro, principalmente com textos simples.
    Gostaria de sugerir um artigo sobre o mercado secundário de títulos atrelados ao CDI. Quando compro um CRA no secundario por 120% do CDI mas o título original so remunerava com 98% do CDI, se o CDI disparar a remuneração será muito menor. Essa é uma informação que ninguém coloca claramente.

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