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O Banco Central decidiu, na última quarta-feira (7), reduzir pela 11ª vez consecutiva a taxa de juros básica da economia brasileira – a Selic. O corte de 0,25 ponto percentual anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) leva a Selic a um novo patamar histórico, a 6,75% ao ano – o menor nível desde sua criação, em 1996.

O novo corte já era aguardado pelo mercado desde o ano passado. Ainda em dezembro, analistas consultados pelo Banco Central projetavam uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom em fevereiro e uma Selic a 6,75% ao ano.

Este novo corte, no entanto, pode ter encerrado o ciclo de queda da Selic. Após a reunião desta quarta-feira, o Copom indicou que a taxa básica de juros da economia brasileira deve permanecer neste patamar ao longo de 2018.

Ciclo de cortes

A Selic – que serve de parâmetro para o custo de empréstimos – vem sendo reduzida desde outubro de 2016, quando se encontrava no patamar de 14,25% ao ano. No décimo primeiro corte consecutivo da taxa, a Selic chega a 6,75% ao ano neste início de fevereiro de 2018.

A possível pausa na redução da Selic indicada pelo Copom, no entanto, deve interromper este extenso ciclo de cortes, principalmente por conta de um esperado aumento da inflação para 2018 e 2019 em meio ao reaquecimento da economia e devido às incertezas que pairam sobre as reformas – em especial, a Reforma da Previdência, que corre o risco de entrar em votação somente no próximo ano.

O Banco Central, no entanto, não descarta uma nova redução na próxima reunião, em março, em caso de alterações no cenário atual – como a aprovação da Reforma da Previdência. Em comunicado, o Copom afirmou que, caso o cenário econômico se desenvolva como o esperado, será “mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, sugerindo a interrupção do corte dos juros.

Porém, de acordo com a instituição, a posição pode ser revertida em caso de “mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos”, indicando um possível corte adicional da Selic no final de março, que poderia levar a taxa básica de juros para 6,50% ao ano.

Juros bancários em alta

Apesar dos seguidos cortes na taxa básica de juros brasileira, os juros bancários seguem em níveis elevados no Brasil. No ano passado, a taxa média cobrada no rotativo do cartão de crédito chegou a 334% ao ano, enquanto a taxa do cheque especial ficou em 323% ao ano.

Por conta disso, a taxa de juros real do Brasil continua sendo uma das maiores do mundo, perdendo apenas para países como a Argentina e a Rússia. E os patamares devem se manter elevados mesmo com a Selic a 6,75%.

Onde investir com a Selic em queda?

Os títulos públicos e privados prefixados, como o Tesouro Prefixado (LNT),  Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), etc, podem ser boas opções para investimento em tempos de queda na taxa de juros. CDBs de bancos menores – que oferecem opção de alto retorno do investimento e que são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – e ativos indexados à Selic também são interessantes para compor a carteira.

Já no mercado de ações, ativos ligados à infraestrutura em geral e de varejo, como ativos de construtoras e de empresas ligadas à concessão de rodovias, administradoras de shoppings centers, companhias de vestuário e bebidas, entre outras,podem valer a pena no médio e longo prazo. Apesar de mais arriscadas, as debêntures também podem se tornar opções de investimento interessantes para investidores com maior apetite ao risco.

 

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