Existem coisas que não ficam bem juntas: é o caso de quando misturamos finanças pessoais e empresariais. Este é um problema enfrentado especialmente em empresas menores.
Se a sua tem dificuldade em fazer essa separação, mas você não sabe por onde começar para resolver o problema, não se preocupe: você está no lugar certo. Confira a seguir algumas dicas que separamos.
Por que não misturar finanças pessoais e empresariais?
Em primeiro lugar, seu negócio é mais do que um hobby. Sendo assim, as finanças da sua organização devem ser tratadas com profissionalismo. Ter contas pessoais e empresariais separadas ajuda a inclusive estabelecer sua identidade comercial.
Em segundo, como você sabe quanto sua empresa realmente gasta ou lucra? É normal que em micro e pequenas empresas os próprios donos sejam também os responsáveis pelo financeiro. Quando gastos pessoais e empresariais se misturam, a pessoa pode achar que a empresa está de fato tendo lucratividade quando, na verdade, é o contrário.
Isso sem contar que um dos princípios básicos da contabilidade é justamente tratar gastos e receitas de pessoas físicas separado dos de pessoas jurídicas. Portanto, fazer essa divisão não apenas ajuda a reduzir problemas, mas também facilita o gerenciamento das finanças empresariais.
Dicas para separar finanças pessoais e empresariais
Confira a seguir algumas dicas que você pode adotar hoje mesmo para começar a colocar ordem nas finanças pessoais e empresariais.
Tenha contas bancárias diferentes
Parece óbvio falar isso, mas algo que causa muita confusão na gestão financeira das empresas é quando o chefe compartilha da mesma conta da organização. Ou quando todos os sócios têm acesso à conta da empresa e tiram dinheiro dela para pagar gastos pessoais.
Resolva isso criando contas separadas para uso pessoal e financeiro, incluindo contas correntes e cartões de crédito. Tenha em mente que contas comerciais devem ser usadas para pagar despesas comerciais e tudo que for para fins pessoais tem que ser feito em uma conta própria para isso.
Nunca, em hipótese alguma, deixe que as duas contas se misturem. Além de ajudar a evitar sobreposições, contas separadas permitirão que crédito comercial e pessoal sejam criados de forma independente.
Defina o pró-labore
O pró-labore é o quanto dono ou os sócios, se houver, receberão. Em empresas menores muitas vezes isso não é estabelecido com muita clareza, especialmente no caso de ela ser comandada apenas por um dono.
Há muitas situações na qual o dono paga as contas da empresa e os salários dos funcionários e, com o que sobra, entende que teve lucro e pega o dinheiro para si. No entanto, ao fazer isso ele está, nada mais nada menos, prejudicando o negócio.
O lucro da empresa deve ser utilizado para capital de giro e investimentos, e não para servir de salário. Ou seja, é impossível separar finanças pessoais e empresariais se o dono não tem um pró-labore definido.
Na hora de estabelecer um salário é importante também cuidar para que o mesmo seja condizente com a realidade da empresa e com as práticas de mercado.
Defina um orçamento para a empresa
Da mesma maneira que o dono deve ter o seu próprio orçamento doméstico, a empresa deve ter o orçamento empresarial.
Basicamente, o orçamento ajudará a controlar as despesas, gastar da maneira correta e a contribuir com o crescimento do negócio. Muitos proprietários de pequenas empresas tiram dinheiro das suas contas pessoais e colocam na organização sempre que há um déficit.
Às vezes isso é inevitável. Mas com um orçamento claro que mostre a situação financeira do negócio, essa situação poderá ser prevista com antecedência e será possível tomar medidas para tentar evitar que ela ocorra.
Existem alguns programas de controle financeiro que podem ajudar na elaboração do orçamento. E quando for defini-lo, esteja certo de que esses erros não atrapalharão.
Tenha uma gestão financeira profissional
O dono de um negócio pequeno geralmente é também o vendedor, a pessoa que faz um trabalho operacional e o gestor financeiro. Sabemos que esse é um cenário comum porque ter uma grande equipe é muitas vezes inviável no começo.
O ideal é que cada função seja exercida por um profissional capacitado e que o dono atue somente na gestão, desempenhando um papel mais estratégico. No caso das finanças pessoais e empresariais, uma pessoa capacitada a fazer o gerenciamento financeiro é muito importante.
Além de colocar ordem nas finanças, essa pessoa trará um olhar para o orçamento que somente alguém com conhecimento pode trazer. E isso será essencial se sua empresa deseja crescer no futuro.
Tenha controle do caixa
Caso você não consiga contratar alguém para ficar responsável pelas finanças da sua empresa neste momento, não deixe de fazer o controle do caixa.
O caixa mostra todo o dinheiro que entra e sai da empresa diariamente. Para separar as finanças pessoais e empresariais, certifique-se que as entradas e saídas são todas referentes ao seu negócio (ou seja, o pagamento do colégio do seu filho não sai da sua empresa, mas sim do seu salário que foi definido na segunda dica).
Ao fazer a análise do caixa o empreendedor consegue verificar para onde a empresa está indo, se gasta mais do que recebe e os pontos que precisam de atenção.
Concluindo
Se o dono se descuidar, é fácil que o orçamento pessoal se misture com as finanças da empresa. Todavia, não importa o tipo de organização que você esteja administrando, nunca é tarde para manter as finanças pessoais separadas das finanças do seu negócio.
As empresas que vemos hoje já bem estabelecidas cresceram aos poucos, com um passo e melhoria por vez. Aprender a manter as contas separadas é uma boa maneira de começar e esperamos que este artigo tenha lhe ajudado.
E já que estamos falando de finanças empresariais, leia agora nosso guia completo da gestão financeira para empreendedores.
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