O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) surpreendeu os especialistas do mercado financeiro no final da tarde da última quarta-feira (16), ao manter a taxa básica de juros da economia – a Selic – no patamar de 6,5% ao ano. As projeções do mercado apontavam para uma redução de 0,25 ponto percentual.
A expectativa de uma nova queda na taxa básica de juros da economia brasileira era sustentada pela sinalização do próprio Copom no mês de março, que sugeriu um novo corte de juros para o próximo encontro, em maio. Com a decisão inesperada na reunião de quarta-feira, o BC põe fim ao ciclo de 12 cortes consecutivos na taxa Selic, que teve início no mês de outubro de 2016.
Em nota, o Banco Central afirmou que a resolução de manter a taxa de juros em 6,5% ao ano tem relação com a volatilidade do cenário externo e a disparada do dólar frente ao real. Isso porque, com a elevação do dólar frente à moeda brasileira, produtos e serviços importados tendem a ficar mais caros e podem pressionar a inflação.
Para o BC, a “continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes” é justamente um dos principais fatores de risco para a inflação no Brasil neste momento. “Este risco se intensificou desde o último Copom […] e o cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade”, afirmou o Banco Central, após confirmar a manutenção da Selic.
Juros e inflação
A definição quanto ao aumento, redução ou manutenção das taxas de juros pelo Banco Central tem como objetivo principal o cumprimento da meta de inflação, estabelecida anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, a meta de inflação definida permanece em 4,5%, com uma margem de tolerância para mais ou para menos.
Com a manutenção da Selic no patamar de 6,5%, os investidores não deverão verificar grandes alterações nos rendimentos dos seus investimentos em renda fixa atrelados à Selic ou CDI, além da Caderneta de Poupança.
Onde investir meu dinheiro?
O mercado brasileiro possui uma extensa lista de opções de investimentos, que atendem tanto o investidor mais conservador quanto aqueles mais moderados ou agressivos. Em um cenário de taxa Selic mais baixa, no entanto, alguns investimentos se tornam ainda mais interessantes, enquanto outros acabam se transformando em opções menos atrativas.
Os títulos públicos e privados prefixados, como o Tesouro Prefixado (LNT), Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), etc, podem ser boas opções em tempos de taxa de juros mais baixas. CDBs de bancos menores – que oferecem opção de alto retorno do investimento e que são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – e ativos indexados à Selic também são interessantes para compor a carteira de investimentos
Já no mercado de ações, ativos ligados à infraestrutura em geral e de varejo, como ativos de construtoras e de empresas ligadas à concessão de rodovias, administradoras de shoppings centers, companhias de vestuário e bebidas, entre outras,podem valer a pena no médio e longo prazo. Apesar de mais arriscadas, as debêntures também podem se tornar opções interessantes para investidores com maior apetite ao risco.
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