Muito tem se falado em empreendedorismo no Brasil e no mundo nos últimos tempos. Em nosso país, o crescimento e diversificação das atividades empreendedoras se devem, em grande parte, à crise econômica, mas também às oportunidades que não param de surgir. Nesse cenário, destacam-se os empreendimentos digitais.
O empreendedorismo tem a capacidade de promover o desenvolvimento econômico em um país. Só no Brasil, dados do Governo Federal apontam o surgimento de cerca de 600 mil empreendimentos por ano. Em 2019, calcula-se que haja mais de 1 milhão e meio de microempreendedores em território nacional.
Neste artigo, vamos fazer uma breve análise básica sobre a situação do empreendedorismo no Brasil, movimento esse que passou a sobressair no cenário econômico nacional na década de 1990. Continue acompanhando e entenda mais sobre o empreendedorismo no Brasil em 2019 e como ele tem influenciado a economia e a sociedade brasileira.
Afinal, o que é empreendedorismo?
O empreendedorismo é, resumidamente, a implementação de novos negócios. Trata-se de uma iniciativa que, em geral, envolve muitos benefícios para o profissional, mas também riscos e incertezas.
Empreendedorismo não é simplesmente abrir uma empresa, mas uma atitude que permite que um problema se torne oportunidade. O empreendedorismo, no Brasil e no mundo, têm um aspecto social e um corporativo ou econômico. Assim, existem duas razões fundamentais para empreender:
- oportunidade: desenvolve-se um serviço ou produto a partir da constatação de uma demanda social;
- necessidade: é o tipo mais comum de empreendedorismo no Brasil. Ocorre quando pessoas resolvem realizar um investimento em um novo negócio devido à falta de oportunidades de trabalho no mercado formal. Então, registram-se (a maior parte como Microempreendedores Individuais – MEI) e passam a ofertar produtos ou serviços
O ato de empreender, inclusive, sempre vai ser a grande mola propulsora da economia e da sociedade.
No entanto, para se alcançar o sucesso como empreendedor, além de conhecimento e planejamento, são necessárias estruturas psicológica, emocional e, se possível, familiar – o que nem sempre é tão simples de se conseguir.
Histórico do empreendedorismo no Brasil
Os desbravadores foram os primeiros empreendedores do Brasil, buscando recursos naturais como pau-brasil, ouro e animais para levar para a Europa. Com o que traziam daqui, os portugueses e outros povos empreendiam no Velho Continente. O Brasil ficava com o que sobrava.
Em se falando dos maiores empreendedores da história do Brasil, não podemos deixar de citar o Barão de Mauá, que, através de mão de obra escrava, auxiliou muito no desenvolvimento do Brasil, da criação de engenhos de açúcar a de estradas e fábricas. No entanto, o empreendedorismo no Brasil passou a crescer mais a partir do século XX, quando diversas grandes empresas, ativas até hoje, apareceram.
Mas o salto do empreendedorismo nacional se deu mesmo a partir dos anos 1990. Antes disso, devido à falta de informação, o empreendedorismo era pouco praticado.
Na década de 1990, tudo mudou: foram criadas algumas instituições vitais para o empreendedorismo, como o SEBRAE e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). Portanto, empreendedorismo e SEBRAE estão muito ligados há mais ou menos trinta anos. A organização é, até hoje, uma fonte de informação e apoio contínuo para empreendedores brasileiros.
Hoje, a quantidade de empreendedores no Brasil e no mundo não para de crescer, seja por oportunidade ou necessidade. Isso faz com que a concorrência seja alta. E daí vem a necessidade de o empreendedor nacional ter um planejamento sólido e eficiente do seu negócio, investindo em estratégias de marketing e em inovações que permitam sobressair-se no mercado.
Empreendedorismo no Brasil em 2019
O desemprego no Brasil apresenta índices alarmantes em 2019: dados divulgados pelo IBGE em maio indicam que a taxa de desemprego no Brasil, no primeiro trimestre de 2019, subiu para 12,7%, totalizando 13,4 milhões de brasileiros sem trabalho. Assim, o desemprego e a crise econômica no Brasil são os principais fatores do aumento do empreendedorismo no Brasil, especialmente por necessidade.
Abrir um negócio próprio é não só um sonho, portanto, mas a única saída para muitos brasileiros.
A maioria dos empreendedores em nosso país registram-se como MEI, como falamos anteriormente. Para obter este registro, basta fazer um cadastro online bem rápido. Assim, pagando uma pequena taxa mensal, você também será uma pessoa jurídica, possuindo um CNPJ. No entanto, é importante ressaltar que o sistema do MEI tem limitações em relação ao número de funcionários e faturamento anual.
Empreendedorismo digital
Um dos melhores nichos de empreendedorismo, tanto no Brasil como no mundo, são os negócios digitais. Tudo graças à facilidade de acesso à Internet e à crescente tecnologia que influencia a sociedade e a economia global.
A Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontou, em março de 2019, que a taxa de empreendedorismo no Brasil atingiu 38% na Taxa de Empreendedorismo Total (TTE). Isso significa que cerca de 52 milhões de brasileiros têm um negócio próprio, número que aumenta a cada dia.
A taxa de empreendedorismo no Brasil é a maior entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ocupando a China o segundo posto. A taxa dos Estados Unidos, por outro lado, é inferior à da China. Assim, pode-se afirmar que os países emergentes como o Brasil têm empreendido mais que as grandes potências.
No entanto, os desafios e riscos do empreendimento no Brasil são significativos.
Desafios do empreendedorismo no Brasil
Apesar das facilidades já concedidas pelo governo, e pelas oportunidades geradas a partir de problemas em nosso país, calcados na crise econômica, quem deseja empreender no Brasil se depara com certos desafios. Especialmente no começo do negócio.
Confira alguns deles:
Burocracia
O Brasil sem dúvida é um dos países mais burocráticos do mundo. O MEI facilitou a formalização de negócios, mas ainda há muitas dificuldades em outras modalidades de empresa.
Pode-se levar cerca de 100 dias para abrir um negócio no Brasil (ou mais). Em países de Primeiro Mundo, esse tempo é de, em média, 5 dias.
Impostos
O Brasil também é um dos países que cobram mais impostos no mundo. Uma microempresa, por exemplo, precisa pagar CSLL, PIS, ISS, COFINS, ICMS e IRPJ, só para citar alguns impostos.
A não realização dos pagamentos, por outro lado, acarreta problemas jurídicos.
Recursos humanos
O empreendedorismo no Brasil também sofre com a falta de recursos humanos nas empresas. Há muitos desempregados, mas a escolaridade e a qualificação, ou simplesmente os talentos necessários ao mercado de trabalho são baixos.
Essa situação é ainda mais grave em negócios inovadores ou em áreas técnicas.
Pesquisa do Índice de Competitividade Global de Talentos (Global Talent Competitiveness Index), realizado pelo Grupo Adecco e o Human Capital Leadership Institute de Singapura, avalia que o Brasil fica na posição 73 no ranking mundial de competitividade global de talentos.
Assim, a falta de capacitação é um dos entraves ao desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, o que possibilitaria melhores resultados econômicos e sociais em nosso país.
No entanto, o governo brasileiro, como mencionamos, tem procurado incentivar o empreendedorismo no Brasil através de algumas iniciativas.
Como o governo pode ajudar os empreendedores?
O Governo Federal tem tentado contribuir com o empreendedorismo no Brasil, disponibilizando instrumentos de apoio aos empreendedores, prevendo aliviar a crise no país.
Algumas boas notícias são a maior facilidade para conseguir linhas de financiamento para empresas, com taxas de juros diminuídas e maior prazo para pagamento. Instituições que podem garantir recursos financeiros para empreendimentos no Brasil são o Financiamento de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para quem tem ideias inovadoras, há prêmios para ajudar projetos transformadores a serem executados, como o Prêmio Brasil-Alemanha.
Conclusão
O empreendedorismo no Brasil apresenta, como todo empreendimento, em qualquer parte do mundo, vantagens e riscos. A crise econômica oferece oportunidades crescentes para empreendedores, ao passo que o governo procura facilitar o financiamento desses novos empreendimentos como forma de estimular a economia e a sociedade nacionais.
Se você tiver o perfil, pode valer a pena empreender, conquistando sua liberdade com comodidade e flexibilidade de horários, além de perspectivas de altos lucros que um trabalho formal pode não possibilitar. Basta você ter conhecimento, planejamento, foco, um mínimo de recursos e persistência.
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