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Ter uma vida financeira saudável não depende apenas da criação de um planejamento financeiro. Também é importante acompanhar resultados que nem sempre estão óbvios no orçamento — como é o caso do grau de endividamento.

Esse indicador é especialmente relevante para entender o nível de comprometimento das suas finanças. Por meio dele, há chances de definir medidas que contribuam com a manutenção da sua saúde financeira.

Neste artigo, você conhecerá qual é o conceito de grau de endividamento aplicado às finanças pessoais e como ele pode ajudá-lo a alcançar a saúde financeira. Confira!

O que significa o grau de endividamento?

Antes de entender como medir a situação das suas finanças, é importante compreender o que representa o endividamento. Na prática, ele corresponde à existência de obrigações financeiras pendentes, quaisquer que sejam.

É crucial notar que a inadimplência não é uma condição obrigatória para o endividamento. Logo, é possível estar totalmente em dia com as contas e, ainda assim, estar endividado. Afinal, podem existir obrigações financeiras que devem ser cumpridas em curto, médio ou longo prazo.

Para avaliar a intensidade dessa situação, você pode calcular o grau de endividamento. Ele funciona como um indicador responsável por medir o comprometimento dos recursos ou ganhos diante das dívidas existentes.

No caso das empresas, por exemplo, é comum que se utilize o índice de endividamento geral. A fórmula dessa medida é dada por:

Endividamento geral = (capital de terceiros / ativos totais) x 100

Na prática, quanto maior for a tomada de recursos ou menor for o patrimônio, maior é o comprometimento financeiro. Como consequência, há um aumento no grau de endividamento.

Qual a relação entre esse índice de endividamento e as finanças pessoais?

Agora que você sabe o que representa o grau de endividamento, vale saber que esse conceito não se limita aos negócios. Também é possível trazer a medição em um contexto de planejamento financeiro e orçamento pessoal.

Por meio dessa medida, há como compreender o quão comprometidos estão o seu patrimônio e os seus ganhos, diante das dívidas assumidas. Portanto, a fórmula é dada pela relação entre as dívidas e o total dos seus ativos.

Para entender melhor, pense que você tem R$ 50 mil investidos. Porém, considerando as parcelas do seu cartão de crédito, existe um total de R$ 20 mil em dívidas. Além delas, existem outros compromissos que somam R$ 10 mil. Ou seja, as dívidas totais são de R$ 30 mil.

Nesse exemplo, o seu índice de endividamento, considerando o montante investido, seria de 60%. Portanto, se fosse necessário liquidar todas as obrigações financeiras no momento, você precisaria utilizar 60% dos seus recursos disponíveis.

Ao avaliar o grau de endividamento pessoal, também é possível considerar a relação entre as dívidas mensais e a sua renda. Se você tiver dívidas mensais de R$ 3 mil e tiver uma renda de R$ 4 mil, seu grau endividamento é de 75%.

Nesse caso, é necessário ter atenção às diferenças entre dívidas e despesas. As despesas são aquelas que existem permanentemente no seu orçamento, como aluguel, conta de luz e a compra no supermercado. Já as dívidas são compromissos temporários, como um empréstimo, as faturas do cartão ou um crediário.

Quais as vantagens de conhecer o conceito?

Até aqui, você descobriu que o grau de endividamento aponta o comprometimento dos seus ativos em relação às dívidas. Então vale saber quais vantagens o conhecimento sobre esse conceito pode trazer para o seu cotidiano.

O primeiro benefício envolve o aumento da sua consciência financeira. Você compreenderá melhor a composição de custos e despesas do seu orçamento e como esses elementos contribuem para o endividamento financeiro.

Essa também é uma maneira de melhorar a sua organização financeira. Afinal, será possível saber o quanto está disponível do seu patrimônio líquido ao considerar a realização de outros planos que envolvam dinheiro.

Ainda, usar o indicador pode ser uma forma de medir a evolução do seu planejamento financeiro. Ao notar uma redução no grau de endividamento, por exemplo, você concluirá que a organização do seu orçamento pessoal tem oferecido resultados positivos.

Quais são os riscos de não avaliar seu grau de endividamento?

Ao mesmo tempo que é necessário conhecer e considerar o grau de endividamento, ignorá-lo pode ter efeitos negativos em sua saúde financeira. Quando você não conhece qual é o comprometimento do seu patrimônio ou dos seus ganhos, a tomada de decisão é prejudicada.

Como consequência, você pode se endividar mais do que gostaria — e, muitas vezes, sem perceber essa situação. Desse modo, seu planejamento financeiro estratégico fica em risco.

Ignorar seu grau de endividamento também pode fazer com que ele atinja valores muito altos. Em caso de imprevistos financeiros ou situações atípicas, você pode encontrar problemas para cumprir todas as obrigações. Esse cenário poderá deixá-lo inadimplente.

Ademais, não controlar seu grau de endividamento dificulta realizar novos sonhos. Como não há espaço disponível no orçamento, você tem que adiar outras conquistas, sendo que isso poderia ser corrigido com mais organização e planejamento.

Como reduzir seu grau de endividamento rumo à educação financeira?

Até aqui, você aprendeu o que é o grau de endividamento e por que ele é relevante. Agora, é o momento de saber como diminuir o indicador e melhorar sua saúde financeira.

Nessa fase, comece calculando o grau de endividamento e interprete os resultados. Quanto maior for o número apresentado, mais perigosa é a sua situação financeira. Em geral, esse cenário exige medidas mais efetivas para reverter o quadro.

Em seguida, é preciso entender qual é o seu passivo circulante, ou seja, qual é a sua composição de dívidas. Verifique se existem compromissos financeiros que podem ser quitados de modo antecipado, pois isso ajudará a reduzir seu endividamento geral.

Também é importante desenvolver hábitos financeiros mais positivos. Para tanto, reveja o orçamento pessoal e encontre gastos que podem ser cortados. Assim, há como juntar dinheiro e potencializar seu patrimônio disponível.

Por fim, é interessante realizar investimentos. Ao fazer seu dinheiro render, você protege parte dos seus recursos e pode acumular o retorno para ajudar o patrimônio a crescer. Desse modo, será possível diminuir gradativamente o grau de endividamento, se novos compromissos financeiros não forem firmados.

Agora você sabe o que é o grau de endividamento e como esse conceito pode ser relevante para a sua gestão financeira. Portanto, vale a pena dar mais atenção ao indicador e acompanhá-lo nas suas futuras decisões!

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