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Os juros fazem parte do cotidiano de pessoas e empresas, tanto no pagamento de contas quanto na realização de investimentos, por exemplo. Nesse sentido, vale saber que eles podem se manifestar de duas formas diferentes: os juros simples e compostos.

Entender qual é a diferenciação entre eles é importante para investidores e cidadãos em geral. Afinal, os resultados da carteira de investimentos, por exemplo, tendem a ser bastante distintos dependendo da maneira como os juros são calculados.

Quer descobrir como os juros simples e compostos funcionam e quais as principais diferenças entre eles? Então continue a leitura!

O que são juros?

Antes de explorar os juros simples ou compostos, vale compreender o que são os juros de forma geral. Esse conceito pode ser entendido como uma remuneração devida a um credor pelo empréstimo ou utilização de valores.

Os juros costumam ser preestabelecidos entre as partes como uma contrapartida pelo empréstimo. Assim, tanto o credor quanto o devedor já sabem quanto serão os juros daquele contrato ou negociação realizada.

Além disso, os juros podem incidir em casos de inadimplência. Eles são os chamados juros de mora, que também funcionam como uma remuneração ao credor, mas que são devidos pela quebra de contrato pelo devedor.

Os juros são expressos em porcentagens em um determinado período. Dessa maneira, eles podem ser de 2% ao mês, por exemplo. Isso significa que, mensalmente, haverá um aumento de 2% sobre o valor inicial. É nesse cálculo que se diferenciam os juros simples e os juros compostos.

O que são os juros simples?

Como você viu, os juros elevam o montante emprestado ou investido de forma periódica conforme o combinado entre as partes. No caso dos juros simples, essa ampliação ocorre sempre considerando o valor inicial.

Retomando o exemplo anterior, imagine que você investiu R$ 2.000 e a taxa de juros dessa aplicação é de 2% ao mês. Isso significa que, no primeiro mês, você receberá R$ 40 como rentabilidade referente aos juros simples, aumentando o capital investido para R$ 2.040.

No segundo mês, os juros simples também consideram o montante inicial. Então os 2% continuarão sendo referenciados nos R$ 2.000 investidos inicialmente. Desse modo, o capital crescerá de novo em R$ 40, chegando a R$ 2.080.

Isso ocorre todos os meses, sempre utilizando o montante inicial como base de cálculo para os juros combinados. Portanto, nesse exemplo, o valor investido aumentará em R$ 40 a cada mês, independentemente do tempo de investimento.

Nesse contexto, é essencial entender o cálculo dos juros simples, para aplicar a fórmula em qualquer situação. Confira:

M = C (1 + i x t)

As variáveis da fórmula são:

  • M: total acumulado;
  • C: capital inicial;
  • i: taxa de juros;
  • t: tempo transcorrido.

Dessa maneira, utilizando o exemplo que você já viu, se o dinheiro ficar investido por 20 meses, o total acumulado será de R$ 2.800.

O que são os juros compostos?

Agora que você conhece os juros simples, fica mais fácil compreender os juros compostos. Eles se diferenciam porque sempre utilizam o montante total como base de cálculo. Logo, os juros são aplicados ao valor total investido e já corrigido — e não ao capital inicial.

Como você deve imaginar, os juros compostos oferecem um poder de acumulação de capital maior. Por isso, eles são conhecidos como os juros sobre juros. Afinal, sempre se considera a rentabilidade do período anterior para se fazer o cálculo.

Utilizando o mesmo exemplo, imagine que aquele investimento de R$ 2.000 utiliza os juros compostos como fator de remuneração, nos mesmos 2% mensais. Nesse caso, no primeiro mês você ganhará R$ 40, alcançando um capital investido de R$ 2.040, da mesma forma que os juros simples.

No entanto, no segundo mês os juros não consideram mais o valor inicial, mas sim o montante investido, ou seja, R$ 2.040. Logo, a rentabilidade será de R$ 40,80, acelerando o aumento do capital.

A fórmula para os juros compostos utiliza as mesmas variáveis dos juros simples, mas ela é distinta por ser exponencial. Veja só:

M = C (1 + i)t

Perceba que, nessa equação, o tempo vira uma potência da taxa de juros, atuando com mais impacto no resultado. Assim, se R$ 2.000 ficarem investidos por 20 meses com os juros compostos, o total acumulado será de R$ 2.971,89.

Comparando ao resultado dos juros simples com o mesmo valor investido e período em meses, há um aumento de R$ 171,89 na rentabilidade.

Quais as principais diferenças entre eles?

Como você percebeu, os juros simples e compostos possuem distinções importantes, como a base de cálculo utilizada. Como consequência, a capacidade de acúmulo de capital muda com o tempo, a depender do tipo de juros.

Como você viu no exemplo, um montante de R$ 2.000 investido por apenas 20 meses geraria ganhos de capital com uma diferença de R$ 171,89. O principal motivo dessa variação seria o uso de juros simples ou compostos.

Em montantes mais expressivos e em um período mais longo, a diferença aumenta exponencialmente, dando mais força aos juros compostos. Logo, eles aceleram o alcance de resultados financeiros e permitem acumular patrimônio com maior facilidade.

Quais os impactos dos juros simples e compostos nos investimentos?

Os exemplos que você viu anteriormente são cálculos simples sobre aplicações que têm uma rentabilidade previsível e prefixada. Contudo, mesmo dessa forma já é possível perceber os impactos dos juros simples e compostos nos investimentos.

Afinal, aproveitar-se de um prazo mais longo para a acumulação de juros sobre juros pode ser uma estratégia para quem deseja alcançar a liberdade financeira, por exemplo. Ou seja, ter renda mensal capaz de cobrir seus custos mensais de forma passiva.

Isso porque o efeito dos juros sobre os juros é ampliado no longo prazo, devido ao crescimento exponencial. Então quanto mais tempo o investidor tem para acumular capital, maior será a ação dos juros compostos — resultando em uma bola de neve positiva sobre a rentabilidade.

Ainda, se você fizer aportes recorrentes, o acúmulo gerado poderá ser ainda maior. Logo, essa é uma decisão que também pode fazer parte da sua estratégia, se o seu objetivo for acumular dinheiro ao longo dos anos e acelerar a conquista dos seus objetivos financeiros.

Agora você entende como funcionam os juros simples e compostos, não é? Sabendo quais são as características de cada um deles e suas diferenças é possível aproveitar melhor esses conceitos. Com isso, você direciona seus investimentos e monta estratégias para explorar a dinâmica dos juros de forma mais benéfica.

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