Você pode não conhecer o termo “memória inflacionária”, mas saiba que isso está presente na sua vida e de todos ao seu redor. Se você tiver 25 anos ou mais, acredite: seus atos são influenciados por esse problema há muito tempo.
Todo brasileiro que trabalha e consome já se deparou com o termo “inflação”. Você com certeza já foi ao mercado e percebeu que os valores subiram e teve a sensação de que seu poder de compra está cada vez menor, não é verdade?
Pois saiba que essa situação é comum no dia a dia da população. O Brasil teve períodos inflacionários muito conturbados, e isso afeta o modo de vida e as crenças da população graças à memória inflacionária.
Quer entender mais sobre isso? Então continue a leitura e saiba o que é esse problema que afeta a população brasileira!
O que é memória inflacionária?
Você sabe que o Brasil enfrentou problemas inflacionários obscuros, e isso não faz muitos anos. Caso não tenha vivido, pelo menos já estudou ou ouviu as pessoas mais velhas comentando o quanto era difícil comprar o que precisavam naquela época.
As pessoas iam ao mercado de manhã e compravam um produto que, no final da tarde, terminava custando o dobro do preço. Por isso, corriam para as lojas para comprar tudo o que precisavam.
A moeda trocava toda hora. Era cruzeiro, cruzados, cruzados novos e outras até finalmente chegar no Plano Real. Ninguém sabia exatamente o valor da moeda e, por isso, gastavam tudo o que tinham por conta do medo da grande possibilidade de desvalorização.
Além disso, ninguém queria perder dinheiro. Por isso, ninguém guardava. Toda essa situação era causada pela incerteza econômica.
Esse cenário moldou a forma como a economia e, principalmente, como as pessoas se comportam. Dessa forma, o comércio, o consumo, dentre outros setores se comportam como se ainda estivessem enfrentando esse passado inflacionário, ou como se estivessem se preparando para enfrentar uma nova crise inflacionária.
Podemos chamar isso de memória inflacionária. E você entenderá melhor sobre este problema a seguir.
Memória Inflacionária e a inflação inercial
Para entender melhor o conceito de memória inflacionária, você precisa entender a inflação inercial. E antes de explicar propriamente a inércia inflacionária, é interessante conhecer os outros 3 tipos de inflação:
- inflação de demanda: acontece quando o aumento da procura de um produto ou serviço faz o valor subir;
- inflação de custos: ocorre quando os custos da produção aumentam, sendo repassados para o consumidor final;
- hiperinflação: ocasionada pelo aumento exagerado dos preços, fazendo com que as pessoas não guardem dinheiro. O poder de compra da moeda diminui drasticamente, fazendo com que as pessoas percam a confiança no valor do dinheiro e não o poupem
Depois de conhecer esses três tipos de comportamentos inflacionários, entenda agora a inflação inercial.
Inflação inercial
A inflação inercial acontece quando os preços em uma economia conseguem resistir às políticas de estabilização criadas para remediar as causas primárias da inflação, que é a memória inflacionária. Essa espécie de inflação decorre dos mecanismos de indexação, que reajustam os valores com base no período anterior.
Assim, mesmo que não seja necessário ou não haja motivos para os preços aumentarem, o aumento acontece baseado nessa memória inflacionária.
Essas ferramentas de indexação podem ser baseados em lei ou regras de aumentos, como mensalidades escolares, aluguéis e condomínios, ou pelo simples fato de que “se o outro aumentou o valor, também irei aumentar”.
Pode parecer abstrato, mas na prática você vê isso acontecer a todo momento no seu dia a dia e na vida da população. Como exemplo, podemos citar os valores dos alimentos sendo reajustados no mercado, da mensalidade de algum curso, da academia, da cerveja no bar e de serviços, mostrando que a memória inflacionária ainda assombra os brasileiros.
Memória inflacionária e sua influência no comportamento do brasileiro
O período econômico conturbado antes da chegada do Plano Real fez as pessoas ficarem descrentes na economia. Mesmo que houve melhora, parece que o trauma do passado é forte no pensamento da massa.
A inflação novamente parece não parar de crescer. Temos essa impressão principalmente na hora de comprar produtos ou serviços. Assim, nos assustamos com os aumentos.
Inflação exagerada pode trazer grandes prejuízos para a economia e a vida da população, mas ter um nível inflacionário é importante para impulsionar as atividades econômicas.
Mas mesmo que a economia não esteja apresentando sinais de que enfrenta uma crise ou período inflacionário complicado, os preços aumentam. Por que isso acontece? Exatamente por causa desse “trauma” das pessoas, que aumentam o valor dos produtos e serviços sem precisar ou porque os outros aumentaram.
Assim, acreditam que tudo deve ser reajustado. Como o passado foi difícil, aumentam os valores e, mesmo que haja melhora significativa, o reajuste é sempre feito com base na inflação anterior, geralmente do ano que passou. E as pessoas tomam essa atitude sem pensar.
O salário mínimo também aumenta e é usado como um indexador. Assim, muitos produtos, serviços e inclusive, valores de indenizações em processos judiciais são reajustados e utilizam o salário mínimo como referência. Dessa forma, tudo é ajustado conforme o salário mínimo ou acima dele.
Os problemas enfrentados pela população na época da inflação alta fez as pessoas se comportarem de uma determinada maneira e passar essas crenças para as gerações mais novas.
Assim, é normal ver pessoas comprando imóveis porque acreditam na desvalorização da moeda e supervalorização do bem que adquiriu, pessoas exagerando na hora de comprar alimentos no mercado com medo do aumento dos preços, etc.
O que fazer para não deixar a memória inflacionária afetar a sua vida
O preço dos produtos e serviços vão continuar aumentando por conta da memória inflacionária que afeta as pessoas. Atualmente, a economia está mais forte e resiste mais às mudanças se comparado ao anos 1970, 1980 e 1990. Mas os indexadores ainda são utilizados.
O problema, no entanto, está no comportamento daqueles que vivem fortemente com a memória do passado e ainda reproduzem comportamentos nada saudáveis, como gastar o dinheiro rápido, comprar imóveis porque entendem que eles valorizam mais que dinheiro, comprar tudo correndo sem esperar e exagerar na quantidade de produtos no mercado.
Se você age assim, você é mais um que deixa a memória inflacionária influenciar seus atos e costumes! Por isso, identifique essas atitudes e pare agora mesmo. Eduque-se financeiramente e aprenda a lidar com o dinheiro. e, caso um novo período conturbado ocorra, você saberá o que fazer para não ficar no prejuízo.
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