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É perfeitamente compreensível que imprevistos financeiros desestabilizem o orçamento mensal. Inclusive, dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram essa realidade no Brasil.

Em março de 2022, o endividamento das famílias bateu recorde e atingiu 77,5%. Isso significa que quase 8 a cada 10 famílias brasileiras têm contas vencidas a pagar. Em comparação com março de 2021, houve um crescimento de 10,3 pontos percentuais no endividamento, indicando um momento delicado no país.

Diante desse contexto, é cada vez maior o número de pessoas que tem pesquisado sobre negociação de dívidas com o intuito de sair do vermelho. Logo, é interessante conhecer formas de organizar as finanças, a fim de ter uma vida mais tranquila e equilibrada.

Neste post, você conhecerá 4 passos para realizar a negociação de dívidas e manter um bom controle financeiro. Vamos lá?

Qual a importância da negociação de dívidas para quem está endividado?

Para começar, é preciso compreender a importância da negociação de dívidas. Nesse sentido, vale entender a diferença entre endividamento e inadimplência. O primeiro conceito remete a uma pessoa que tem uma conta a pagar. Por exemplo, a parcela de uma compra realizada com cartão de crédito.

Já a inadimplência é a situação em que o pagamento foi atrasado. Logo, enquanto o endividamento significa que parte da renda já está comprometida, a inadimplência demonstra que ela é insuficiente para quitar todos os débitos.

Contudo, quando as dívidas não são honradas, é comum passar por situações constrangedoras — como restrição de crédito e impedimento de novas compras. É nesse contexto que se observa a importância da negociação.

Com essa prática, há chances de evitar ou reduzir o pagamento de juros derivados de atrasos, além de ser mais fácil manter o nome limpo, sem restrições de crédito.

A negociação também pode ser compreendida como uma forma de trocar a dívida por outra. Afinal, ao acordar novas condições de pagamento, é como se fosse outra despesa incluída no orçamento. Em geral, isso traz uma alteração no valor da mensalidade ou na quantidade de parcelas.

Como sair do vermelho? 4 Passos para organizar suas finanças!

Se os seus gastos mensais estão muito altos e você precisa negociar dívidas, saiba que, com certas atitudes e mudanças de hábitos, é possível sair do vermelho e organizar as finanças. A seguir, veja 4 formas de transformar essa realidade!

1. Organize todas as dívidas

O primeiro passo para colocar as contas em dia é passá-las a limpo. Seja com papel e caneta ou por meio de planilhas e aplicativos, é fundamental listar todas as dívidas existentes. Dessa forma, você terá muito mais clareza na hora de elencar as prioridades e ir em busca da resolução.

O ideal é identificar qual é a dívida mais cara ou com juros mais elevados, visando reduzir as taxas. Uma alternativa é buscar um empréstimo que tenha taxas menores do que a dívida atual. Essa opção também é útil nos casos em que há mais de uma conta em aberto.

Isso porque você pode solicitar o crédito para quitar todas as inadimplências e ficar com apenas uma mensalidade. Além de reduzir o pagamento de juros, as pendências são centralizadas, facilitando o controle financeiro.

No entanto, lembre-se de fazer comparativos para encontrar uma solução adequada, com bom custo-benefício e que se encaixe no seu orçamento.

2. Repense os hábitos de consumo

Quando as despesas são maiores do que a renda, é preciso reorganizar os hábitos de consumo. Depois de listar as dívidas, será possível planejar estratégias para aumentar a economia mensal e evitar a inadimplência.

Para tanto, comece classificando as despesas em essenciais e supérfluas. As essenciais são aquelas sem as quais não é possível sobreviver. Por exemplo, aluguel, água, luz, alimentação, entre outras.

Já os custos supérfluos são aqueles que podem ser cortados ou adiados, como assinatura de tv, refeições fora de casa, planos de celular etc. Ao evitar gastos desnecessários e compras por impulso, você poderá ter um alívio ao longo dos meses para organizar o orçamento e quitar as dívidas.

3. Renegocie as inadimplências

Após repensar os padrões de consumo, o próximo passo é resolver as inadimplências que já existem. A renegociação de dívidas é uma das melhores opções na hora de organizar a situação financeira — e há diversas maneiras de realizar esse processo.

Por exemplo, você pode entrar em contato diretamente com o credor, explicar a situação e buscar uma solução junto a ele. Em muitos casos, é possível ter abatimento dos juros e um reparcelamento do valor mensal.

Além disso, feiras de renegociações são realizadas com frequência. Muitas instituições atuam com foco nessa área, oferecendo condições especiais para o pagamento das pendências. Os descontos praticados nessas ocasiões tendem a ser bastante significativos, então vale considerar essas oportunidades.

4. Busque uma renda extra

Se as despesas acumularam e estão maiores do que a renda, é preciso de soluções adicionais. Além de buscar formas de diminuir as dívidas, procure alternativas para aumentar os rendimentos mensais.

Existem diversas opções para ajudar nesse objetivo. Por exemplo, você pode tentar fazer horas extras remuneradas para aumentar a remuneração mensal. Outra possibilidade é utilizar o tempo do fim de semana para conseguir um dinheiro a mais por meio da venda de produtos ou prestação de serviços.

Aulas particulares, venda de alimentos e refeições, consertos e outras práticas com as quais você tenha habilidade podem ser monetizadas para ampliar os ganhos.

Como manter as finanças organizadas após a negociação dos débitos?

Após quitar tanto as dívidas mais baratas quanto as mais caras, é preciso manter esse novo comportamento para que a situação de inadimplência não se repita no futuro. Para isso, vale a pena pesquisar sobre educação financeira e conhecer o mercado financeiro.

Ao melhorar a sua relação com o dinheiro, é possível pagar as dívidas, conquistar os sonhos e garantir uma boa aposentadoria. Um ponto essencial para alcançar essa meta é manter a renda sempre superior às despesas mensais.

Caso contrário, mesmo que haja uma reserva de emergência, a tendência é esgotar o valor ao longo do tempo. Além disso, é importante se organizar para fazer investimentos. Assim, é possível buscar a conquista de diferentes objetivos ao longo do tempo.

Como você viu,  existem formas de realizar a negociação de dívidas para sair do vermelho. Ao seguir os 4 passos mencionados, você estará mais próximo da estabilidade financeira. Porém, não se esqueça de que é essencial ter um planejamento adequado para manter o orçamento positivo.

Você conhece outra forma de negociar dívidas que não foi citada ou ficou com dúvidas? Então deixei um comentário e conte suas experiências!

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