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O dólar americano é a moeda mais forte da economia mundial. E, por mais que esse cenário esteja estabelecido e estável há muitos anos, é impossível esquecer a crise de 1929 (ou Grande Depressão) enfrentada pelos Estados Unidos.

O período teve como consequência o chamado New Deal. Ele foi um plano estratégico voltado à superação dos desdobramentos dessa crise, que foi a maior do sistema capitalista. Até hoje as medidas do New Deal são estudadas por economistas e entusiastas da área.

Isso porque trazem bons exemplos aos que desejam compreender como a intervenção do Estado atua em momentos difíceis. Além de outros desdobramentos dos momentos de crise econômica.

Está interessado em saber mais? Acompanhe a leitura!

O que foi o New Deal?

De modo a compreender mais profundamente o que foi o New Deal (em tradução livre, Novo Acordo), é preciso retomar a história por trás da crise de 1929 nos Estados Unidos.

Após a Primeira Guerra Mundial, o ritmo de produção dos EUA estava em alta. Contudo, outras regiões do mundo, como a Europa, ainda estavam se reerguendo. Assim, havia uma diminuição constante das exportações das produções americanas.

Logo, o país acabou por contar com uma enorme quantidade de produtos estocados. Consequentemente, os preços dessas mercadorias caíram (de acordo com a lei da oferta e da procura).

Em outubro de 1929, conforme o nome ligado à crise indica, o cenário culminou na queda do preço das Ações negociadas da bolsa de valores de Nova Iorque. O movimento gerou desconfiança nos investidores e impactou todo o mundo.

Com esse cenário em mente, é possível começar a entender as nuances do New Deal.  O plano remete a uma série de medidas tomadas pelo governo americano. Elas estiveram em vigor entre 1933 e 1937 e romperam com o não intervencionismo do Estado na economia da época.

Quais as principais consequências da Grande Depressão?

A relevância do dólar americano na economia mundial fez com que não apenas os EUA sofressem com a crise de 1929. Em vista disso, diversos países contaram com problemas como:

  • quedas em seus PIBs;
  • destruição de patrimônios nacionais;
  • altos índices de desemprego;
  • queda drástica das Ações negociadas nas bolsas etc.

A NYSE (bolsa de Nova Iorque), inclusive, chegou a quebrar (cenário chamado de crash). Nesse momento, a situação do restante do mundo se tornou ainda mais delicada, obrigando o país a tomar medidas.

Quais medidas foram estabelecidas pelo New Deal?

O New Deal foi coordenado pelo então presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt.  Para tirar o país da crise e estimular sua recuperação, ele sugeriu a intervenção do Estado nos mais diversos setores do país.

Além disso, propôs aproveitar seu poder para acelerar a aprovação de potenciais medidas benéficas ao país. Dentre elas, a mais significativa foi o controle das produções agrícolas. Outros importantes fatores incluíram:

  • criação do sistema de seguridade social americano (Social Security Number ou SSN). Um documento nacional de identificação de Previdência Privada — que é tão relevante quanto o CPF e o RG no Brasil;
  • concessão de crédito aos bancos, na intenção de evitar que o sistema financeiro se rompesse por completo;
  • desvalorização cambial da moeda, visando à retomada das exportações por meio de uma maior competitividade;
  • construção de rodovias, pontes e hidroelétricas com o dinheiro do Estado etc.

Quais foram os resultados e efeitos do New Deal?

Ainda que não se soubesse quais seriam os desdobramentos exatos do plano estratégico, o New Deal trouxe efeitos relevantes. Em poucos anos, os Estados Unidos estavam livres dos principais efeitos maléficos da crise.

Na época, Roosevelt enfrentou a pressão de ultraliberais, que rejeitavam por completo a intervenção do Estado na economia. Contudo, as medidas desenvolvidas mostraram importância e, como dito, são estudadas até hoje.

Quais as diferenças entre New Deal e o plano Marshall?

Por também ser um plano de recuperação, há quem confunda o New Deal com o plano Marshall. Contudo, tirando a participação dos Estados Unidos em ambos os casos, eles não têm relação direta.

O Plano Marshall (vigorado entre 1947 e 1951), também conhecido como Plano de Recuperação Europeia, visou auxiliar na reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945).

Ele foi idealizado pelo, na época, general do exército americano George Catlett Marshall. O objetivo era ajudar os países — em especial do ocidente da Europa — que foram amplamente destruídos em função da Guerra.

Os principais impactos sofridos, nesse sentido, foram a destruição de indústrias e edificações, e escassez de alimentos, bem como de produtos industrializados.

Em vista desse cenário, os EUA ofereceram amparo. Com a ajuda, uma de suas principais intenções era conter os avanços da URSS, a União Soviética ou União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Além disso, o país também visava a remoção de barreiras comerciais.

Como funcionou o Plano Marshall

Os principais pontos de amparo fornecidos para a Europa durante a execução do Plano Marshall foram:

  • concessão de empréstimo financeiro, em um aporte estimado em 18 bilhões de dólares;
  • fornecimento de materiais e alimentos;
  • criação de órgãos exclusivos para facilitar o contato entre as partes. Dois deles foram a Administração de Cooperação Econômica (por parte dos EUA) e a Organização Europeia de Cooperação Econômica (OECD) por parte da Europa etc.

Qual a importância de conhecer o tema?

Como vimos, ambos os planos citados marcam importantes períodos da história mundial e são relevantes para profissionais e investidores do mercado financeiro. Afinal, indicam questões centrais das dinâmicas financeiras dos mercados no mundo.

Buscar conhecimento sobre temas como esses é útil aos que desejam otimizar suas estratégias de investimento. A lei da oferta e da procura e o comportamento dos preços em crises, por exemplo, são conhecimentos essenciais para investidores.

Sendo assim, vale a pena saber o que é New Deal e como ele foi usado para superar a pior crise vivida pelos Estados Unidos. Além disso, compreender os motivos da crise de 1929 e entender o impacto da variação do dólar nos investimentos pode ajudar diversos investidores!

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1 comentário

  1. Bona, sugeri esse tema pro Massaro fazer um vídeo! Que tal um vídeo com crises de países diversos e sua recuperação?
    Obrigado pelos conteúdos, procuro ver tudo que você faz.
    Forte abraço,
    Rodrigo Tres.’.

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