A Escola Austríaca é uma das mais conhecidas – e talvez estudadas – entre economistas. Ela é considerada uma das mais importantes e influentes, pois seu papel na formação do pensamento econômico foi bem expressivo.
Inclusive, seus maiores contribuintes são estudados até hoje com muito afinco. Aprender sobre as escolas de pensamento econômico pode ajudar a entender diversas questões que envolvem a economia e que impactam o nosso dia a dia.
Sendo assim, acompanhe a leitura e aprenda um pouco sobre a Escola Austríaca e seu pensamento econômico!
O que é a Escola Austríaca?
A Escola Austríaca – conhecida também como Escola de Viena – segue uma linha de pensamento econômico que enfatiza, dentre outros princípios, o poder da organização espontânea do mecanismo de preços. Começou a se estruturar a partir do século XIX.
Recebeu esse nome em função de seus fundadores e adeptos iniciais serem predominantemente austríacos. Dentre eles, estavam Carl Menger, Eugen von Böhm-Bawerk e Ludwig von Mises. Outros nomes importantes do século XX incluem Israel Kirzner, Murray Rothbard, Henry Harlitt e Friedrich Hayek.
Importante ter em mente que, por mais que ela continue sendo chamada de Escola Austríaca, seus atuais defensores podem ser de qualquer lugar do mundo.
Sua linha de pensamento foi influente no século XX, sendo considerada por muitos como parte do pensamento econômico dominante. A partir desse século, a Escola foi considerada heterodoxa.
Atualmente, alguns afirmam que ela contribui pouco para o pensamento econômico dominante do século atual. Contudo, algumas citações de economistas da Escola foram interpretadas como avisos sobre a crise financeira de 2008, o que despertou novamente o interesse em teorias escolares.
Origens da Escola Austríaca
Pode-se dizer que o início ocorreu com a publicação de uma obra de Carl Menger em 1871 na cidade de Viena. Foi a partir de suas ideias que ficou conhecido como o fundador de um movimento diferenciado no pensamento econômico.
Ele se notabilizou pela sua exposição dos fundamentos da teoria do valor econômico, descrição de processos de produção e consumo e por diversas definições que seriam utilizadas futuramente no século XX.
Entretanto, não obteve fama na época. Assim, dois de seus seguidores – Böhm-Bawerk e Wieser – passaram a divulgar suas ideias, inclusive no âmbito internacional.
Ambos se tornaram respeitados e tiveram suas ideias bastante utilizadas na construção de diversas teorias, como a dos ciclos econômicos, da produção e da lógica da escolha. Essa escola sempre se manteve afastada de ideias de outras correntes que predominaram nesses meios na época, como a tradição marginalista e a escola marshalliana.
O que essa escola de pensamento econômico defende?
A linha de pensamento dessa escola afirma que a complexidade das escolhas das pessoas faz com que seja extremamente complicado a modelação matemática do mercado em evolução, defendendo uma abordagem laissez-faire para a economia.
Em poucas palavras, laissez-faire é uma expressão francesa que se refere ao liberalismo econômico, em sua versão mais pura do capitalismo. Se relaciona com a ideia de que o mercado precisa funcionar livremente, sem interferência estatal, taxas e subsídios, apenas com regulamentos suficientes para proteger o direito de propriedade.
Economistas que seguem o pensamento austríaco defendem também a aplicação de forma rigorosa de acordos contratuais voluntários entre agentes econômicos. Eles afirmam que negócios e transações comerciais não devem estar sujeitas a forças coercitivas, tanto as governamentais como as corporativistas.
Outra ideia defendida é a do free banking – um sistema bancário sem regulamentações e que tem capacidade de emitir moeda privada.
Quem são os principais contribuintes da Escola Austríaca?
A Escola Austríaca de pensamento econômico se formou e se fortificou graças a diversos pensadores. Confira a seguir um pouco sobre a contribuição de alguns nomes importantes!
Carl Menger
Foi o autor de “Princípios da Economia Política”, obra que inaugurou essa corrente de pensamento, publicada em 1871, como você viu anteriormente.
Menger desenvolveu a teoria da utilidade marginal, que defende que quanto maior o número de unidades de um bem que uma pessoa possui, menor será o valor que ela dará para cada unidade adicional.
Menger e Böehm-Bawerk, contrapunham-se aos teóricos socialistas da economia de expressão alemã, dentre eles, Karl Marx.
Eugen von Böehm-Bawerk
Eugen ganhou destaque por criticar de forma integral a teoria da exploração e da mais-valia, desenvolvida por Marx na obra “O Capital”. Tanto ele quanto Menger criticavam severamente as teorias de intervenção do estado na economia.
Eugen também não concordava com a política econômica que não considerava dois fatores fundamentais para o cálculo econômico: a ação individual (ação humana carregada de desejos e necessidades) e o tempo, principalmente os ciclos econômicos afetados por momentos de escassez, por exemplo.
Ludwig Von Mises
Considerado por muitos como o principal expoente dessa escola. Mises foi o responsável por organizar as ideias de Menger e outros autores que pensaram a economia como algo que deveria considerar a ação humana e o tempo.
Em seus primeiros escritos, inclusive na obra “Ação Humana”, Mises buscou desenvolver uma teoria que chamou de praxeologia, que entende a ação humana como a vontade posta em movimento. Ou seja, entende que a procura por satisfação das necessidades põe o homem em movimento. E é isso que move a sociedade e, consequentemente, a economia.
Para ele, o estudo econômico deveria se orientar não por equações matemáticas insensíveis à realidade humana, mas sim pela condição falível que é própria do ser humano e que reflete no mercado.
Friedrich August von Hayek
Hayek foi um economista e filósofo austríaco que trabalhou com Mises, tendo-o como um grande influenciador de seu pensamento. Ele também é considerado um dos maiores representantes da Escola Austríaca.
Defendeu o liberalismo clássico e buscou sistematizar o pensamento liberal para o século XX. Embora no início da escola as críticas eram direcionadas as teorias socialistas, Hayek ficou conhecido por travar uma longa discussão com outro importante economista do século, John Maynard Keynes.
Confira abaixo um pouco mais sobre o assunto:
- Keynes x Hayek: entenda as teorias econômicas desses dois pensadores
- O que é Keynesianismo? Descubra!
Livros sobre a Escola Austríaca
Seus principais contribuintes elaboraram diversas obras que abrangem o pensamento dessa Escola. Além disso, como é amplamente estudada, há diversos livros que podem servir para o aprofundamento do pensamento defendido por ela.
Confira abaixo alguns escritos importantes e que podem contribuir para um maior conhecimento do assunto:
- A Escola Austríaca, de Jesus Huerta de Soto;
- Ação Humana, Ludwig Von Mises;
- O Caminho da Servidão, Friedrich Hayek;
- A mentalidade anticapitalista, Ludwig Von Mises.
Gostou de aprender sobre a Escola Austríaca? Então continue aprofundado seus conhecimentos sobre essa área! Aproveite e leia agora o que é economia de mercado!
2 Comentários
Wesley, calma amigo
uma bosta essaWescola Austríaca o Escola ruim da porra.