A Escola de Chicago é considerada por muitos como uma das mais importantes para a economia. Inclusive, seus ideais foram muito utilizados e defendidos por diversos líderes de Estado ao redor do mundo.
Apesar disso, é uma das mais criticadas. Isso significa que, por mais importante e influente que seja, diversos economistas, inclusive conceituados, não concordam com o que ela ensina.
Mas afinal, o que a Escola de Chicago defende? Acompanhe a leitura e descubra as ideias dela!
O que é a Escola de Chicago de Economia?
A Escola de Chicago é uma escola de pensamento econômico defensora do livre mercado e que foi disseminada por professores da Universidade de Chicago. Essa escola tem como líderes nomes como George Stigler e Milton Friedman, ambos ganhadores do Prêmio Nobel da Economia.
As ideias defendidas estão associadas à teoria neoclássica da formação de preços e ao liberalismo econômico. A Escola de Chicago rejeita, dentre outras correntes, os ideais keynesianos.
Ainda, defende o monetarismo, a teoria das expectativas racionais e rejeita totalmente a regulamentação dos negócios, em favor de um laissez-faire praticamente absoluto.
Em relação à metodologia, ela também se dedica muito a estudos empíricos baseados em estatísticas, enfatizando menos a teoria econômica e mais a importância de se analisar estatisticamente os dados.
Também se notabiliza por estudar assuntos amplos, que vão desde escravidão e demografia até o casamento.
O nome “Escola de Chicago” passou a ser utilizado na década de 1950 para se referir aos docentes que lecionavam no Departamento de Economia da Universidade de Chicago e em departamentos de áreas correlacionadas, como a Escola Superior de Administração e a Faculdade de Direito.
Esses professores costumavam se reunir com frequência e promover discussões, as quais colaboraram para criar uma opinião desse grupo sobre assuntos econômicos baseando-se na teoria dos preços.
Entendendo a teoria dos preços
De forma resumida, a teoria dos preços – mais conhecida como microeconomia – analisa a formação de preços no mercado. Ou seja, avalia como a companhia e o consumidor interagem entre si e decidem o preço e a quantidade de um bem ou serviço.
Ela estuda a relação entre oferta e demanda e a formação do preço, buscando explicar como este último é escolhido, bem como os fatores para a sua formação.
Qual a influência que a Escola de Chicago exerceu na economia?
Os ideais da Escola de Chicago foram utilizados por líderes de Estado que foram amplamente criticados.
Por exemplo, foram usados inicialmente para embasar a administração econômica durante o governo de Augusto Pinochet, na década de 1970, no Chile, com os chicago boys. Posteriormente, as ideias neoliberais foram adotadas por Margaret Thatcher, dentre outros exemplos.
As teorias da Escola também foram adotadas por importantes instituições mundiais. Os ideais já refletiram fortemente nas políticas do Banco Mundial, no Departamento do Tesouro Americano e no Fundo Monetário Internacional.
Essas e outras instituições passaram a adotar o neoliberalismo como uma solução para os países com dificuldades econômicas. Sob a influência dessa corrente, principalmente entre 1980 e 1990, um grande número de empresas estatais em países considerados de terceiro mundo foram privatizadas.
Importante esclarecer que os ideais neoliberais que essa Escola defende não tem relação com forma como os governantes atuam.
Quem é Milton Friedman?
Impossível entender a Escola de Chicago sem conhecer Milton Friedman, considerado o principal pensador e defensor dos ideais dela.
Ele foi um economista americano e se tornou o principal representante dessa Escola na segunda metade do século XX. É também considerado um dos economistas mais importantes do século passado.
O que Milton Friedman defendia?
Friedman ficou conhecido por criticar severamente as ideias de John Maynard Keynes, outro economista influente. Assim, ele criou o Monetarismo, bem como defendia outras ideias opostas ao defendido pelo keynesianismo.
Confira abaixo algumas de suas contribuições para o pensamento dessa Escola!
Monetarismo
Trata-se do modelo que tem como foco a política monetária, bem como seus efeitos sobre os níveis de preços no curto e longo prazo. A teoria defende o livre comércio, pouca ou nenhuma presença do Estado na Economia e crescimento lento e controlado da oferta de papel-moeda.
Trata-se da ideia central do neoliberalismo, e foi a partir desse conceito que muitos países se distanciaram de políticas públicas de pleno emprego e bem-estar social, defendidas por Keynes, principalmente após os anos de baixo crescimento e alta inflação nos anos 1970.
Essa teoria monetária foi utilizada pelo Federal Reserve como resposta à crise financeira de 2008.
A economia não pode ser controlada por burocratas
Políticas econômicas são impostas a uma sociedade. Por isso, causam consequências imprevisíveis para a população. Isso porque não seguem o conceito da eficiência e racionalidade particular de cada indivíduo.
Governos falham, assim como o mercado
Friedman utilizava a economia estadunidense para demonstrar como políticas de controle de preços e salários resultavam em desemprego e desabastecimento.
Políticas públicas devem ser avaliadas não pela sua intenção, mas pelo resultado obtido
Milton Friedman sempre buscou demonstrar que políticas públicas nem sempre ajudavam. Ele dizia, por exemplo, que:
- o aumento do salário mínimo excluía pessoas com pouca ou nenhuma qualificação do mercado, principalmente devido à falta de conhecimento e preparo delas para determinados trabalhos;
- a utilização de subsídios, taxas e tarifas prejudicam o consumidor, que passa a consumir produtos de pior qualidade devido aos preços praticados.
Em uma de suas obras mais conhecidas, “Capitalismo e Liberdade”, Friedman defendeu outras ideias, como: taxa de câmbio flutuante, alistamento voluntário, abolição da licença médica e cupons escolares.
As obras do economista é vasta e inclui livros, artigos acadêmicos, monografias, artigos em revistas, palestras, dentre outros. Ele abordava sobre diversos tópicos, como: microeconomia, macroeconomia, história da economia, políticas públicas, dentre outros.
Quais são as obras mais conhecidas de Milton Friedman?
Seus livros são amplamente lidos tanto em cursos de economia quanto por governantes. Ainda, alcançaram notoriedade internacional. Algumas de suas obras mais conhecidas são:
- Capitalismo e Liberdade;
- Episódios da História Monetária;
- Price Theory;
- A theory of the consumption function;
- Livre para escolher: um depoimento pessoal.
Aprofunde seus conhecimentos com os artigos abaixo:
A Escola de Chicago de economia é uma das mais conhecidas e influentes no pensamento econômico contemporâneo. Seus ideais foram utilizados em diversos momentos e continuam fortes em algumas nações. Conhecê-la torna possível entender as decisões implementadas por diversos Estados em suas políticas econômicas.
E você, já conhecia a Escola de Chicago? Continue implementando seus conhecimentos sobre economia e entenda o que é o Mercantilismo!
1 comentário
Vamos extirpar tudo que venha da América do Norte.Abaixo a escola de Chicago!