O toyotismo é um sistema de produção que teve influência na sociedade e que determinou o modo de labor das fábricas e empresas ao redor do mundo. Por esse motivo, conhecê-lo pode ser interessante para entender como as relações de trabalho e produção funcionam em diversas companhias.
Esse sistema surgiu depois do Taylorismo e do Fordismo, e veio com a proposta de melhorar esses dois métodos anteriores. Quer saber mais sobre ele e entender sua importância nos dias atuais?
Acompanhe a leitura do artigo e entenda mais sobre o toyotismo!
O que é o toyotismo?
O toyotismo é um sistema de produção industrial focado na flexibilização da mercadoria. Surgiu como uma resposta mais eficiente ao fordismo, o qual previa produção em massa e grande acumulação de estoque.
Depois de verificar as falhas do modelo fordista, os criadores determinaram que a produção seria feita sob demanda, com ênfase na redução de estoques e aproveitamento máximo dos recursos disponíveis na empresa. Esse sistema substituiu o fordismo a partir dos anos 1970.
Origem do toyotismo
O toyotismo foi criado por três engenheiros japoneses: Taiichi Ohno, Shingeo Shingo e Eili Toyoda. Foi desenvolvido entre os anos 1940 e 1970 nas fábricas e montadoras japonesas Toyota, por isso recebeu esse nome.
O sistema foi elaborado com o objetivo de recuperar as indústrias nipônicas após a segunda guerra mundial, quando o país estava destruído, com dificuldade de importar matéria-prima e com um mercado enfraquecido. Dessa forma, o Japão precisava encontrar meios de fabricar com o menor custo possível.
Quais as principais características do toyotismo?
Há cinco características que precisam ser destacadas nesse modo de produção. Confira-as a seguir.
1.Flexibilização da produção e “just in time”
O toyotismo produzia sob demanda e prezava pela eliminação do desperdício de recursos. Dessa forma, toda matéria-prima era utilizada e não havia bens excedentes, tendo somente o necessário.
O just in time, por sua vez, é um sistema no qual a importação das matérias-primas e a fabricação do artefato ocorrem conforme os pedidos dos consumidores. Isso faz com que a oferta nunca seja maior que a demanda, o que evita risco de perda nos lucros.
2. Mão de obra qualificada
No toyotismo, o colaborador precisa ser qualificado para exercer as mais diversas tarefas, além de conhecer muito bem como o artigo é fabricado.
3. Foco na gestão da qualidade e diferenciação no mercado
Nesse método, todas as etapas de produção devem passar por um rigoroso sistema de controle de qualidade, evitando gargalos nos processos.
Ainda, o foco somente na produção dos produtos que realmente serão vendidos permite que o aparecimento de defeitos seja reduzido.
4. Utilização da gestão à vista
O toyotismo preza pela transparência, organização e visibilidade para acompanhar as etapas. Isso é importante para que o método funcione com eficiência.
5. Análise das demandas de mercado
Para se aperfeiçoar e oferecer bens de consumo melhores, a companhia precisa estar atualizada e investir em pesquisas de mercado para deixar sua criação cada vez mais compatível com as exigências dos clientes.
Entender quais as necessidades dos consumidores ajuda a reduzir desperdícios com gastos desnecessários e a investir no que realmente dará lucro.
Toyotismo e fordismo: qual a diferença?
O toyotismo sucedeu o taylorismo e o fordismo. Para elaborá-lo, um dos idealizadores, Taiichi Ohno, foi até Detroit, nos Estados Unidos, para entender o funcionamento das montadoras estadunidenses. Mesmo assim, o toyotismo e o fordismo tem diferenças visíveis.
O fordismo tinha um sistema de produção rígido, centralizado e com foco na produção em série. A estrutura das fábricas fordistas era bastante hierarquizada. As tarefas eram especializadas, ou seja, o funcionário desempenhava apenas uma única função.
As fabricações eram sempre iguais para todos, sem personalização e diferença. Os empregados recebiam relativamente bem para poderem consumir o que fabricavam.
Por outro lado, o sistema de produção toyotista era flexível e versátil. A estrutura não era altamente hierarquizada, baseando-se na inovação, gestão de trabalho e mecanismos de controle interno na empresa.
Os empregados eram capazes de controlar várias máquinas, o que reduzia o número de trabalhadores. Os produtos eram diversificados e podiam ser personalizados de acordo com o gosto de cada cliente. A remuneração era com base na produtividade.
Quais as vantagens do toyotismo?
O toyotismo introduziu diversas inovações no modo de produção ao redor do mundo. O fato de ter como princípios a produção conforme à demanda e a redução de estoques fez com que a matéria-prima fosse utilizada com eficiência, evitando desperdícios.
Além disso, foi graças a esse sistema de produção que os bens de consumo passaram a ser produzidos de forma personalizada. Até hoje, automóveis e diversos outros objetos são fabricados e personalizados para os clientes graças a essa inovação do toyotismo.
Outra contribuição do método foi que ele implementou processos muito mais otimizados e altamente tecnológicos, melhorando a produção.
Por fim, a mão de obra qualificada e multifuncional também se tornou um fator muito pedido nas atuais empresas, pois o profissional precisa ter autonomia e entender todo o processo em vez de apenas desempenhar sua função.
Quais as desvantagens do toyotismo?
Por outro lado, o sistema não é perfeito e tem falhas, na visão de alguns. O primeiro problema dele é que ele é dependente da importação de matérias-primas. O fato de não possuir estoques significativos também pode prejudicar uma companhia.
Outra crítica muito comum é em relação a tecnologia e robotização das empresas, que podem fazer com que muitos percam seus postos de trabalho, aumentando o desemprego. Há pessoas, inclusive, que acreditam que o toyotismo é um dos principais responsáveis pelo aumento do desemprego no setor secundário da economia e das terceirizações no processo de produção.
Toyotismo no Brasil
A partir dos anos 1980, o toyotismo se tornou um sistema mundial. Diversas companhias ao redor do mundo passaram a implementar o método. No Brasil, o toyotismo se consolidou fortemente a partir de 1990, alguns anos após o regime militar brasileiro.
Atualmente, diversas organizações utilizam esse sistema de produção. Principalmente aquelas com processos tecnológicos e altamente mecanizados e nas quais os funcionários entendem todo o projeto e recebem mais conforme o quanto produzem.
O toyotismo foi inovador e é utilizado até hoje em diversas companhias ao redor do mundo, trazendo novos formatos de trabalho, produção e relação com o consumidor. Portanto, ele exerce muita influência não só na forma como os produtos são feitos, mas na maneira como a economia se comporta de forma geral.
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