Todo investimento merece cautela. Afinal, estamos falando de um dinheiro que será aplicado com o objetivo de render. Para fazer a escolha certa, vários fatores devem ser considerados. Um deles é o risco de liquidez nos investimentos.
A liquidez, ao lado do risco e da rentabilidade, faz parte do chamado tripé dos investimentos. O triângulo tem como objetivo ajudar o investidor a avaliar com cautela as melhores opções em títulos ou bens para cada meta pessoal.
No mercado financeiro, uma das pontas sempre fica solta. Para que você possa fazer essa escolha consciente, apresentamos o que é o risco de liquidez. Continue a leitura e fique por dentro!
O que é risco de liquidez nos investimentos?
Liquidez é um termo usado para se referir à facilidade com que um ativo pode ser comprado ou vendido no mercado de investimentos. Em síntese, é a rapidez com que um determinado título pode ser resgatado, sendo convertido em dinheiro.
Partindo desse princípio, investimentos com maior liquidez são aqueles facilmente resgatados ou vendidos, sem causar grandes impactos em sua rentabilidade. Portanto, o risco de liquidez está relacionado aos investimentos que podem ou não serem convertidos em dinheiro rapidamente em caso de necessidade.
Exemplo prático do risco de liquidez
O mercado de imóveis é um clássico exemplo de patrimônio com risco de liquidez. Vamos supor que você tenha um apartamento alugado. O seu investimento é o aluguel pago pelo inquilino.
No entanto, devido a problemas pessoais, você precisa vender esse imóvel rapidamente, avaliado em R$ 500 mil. A necessidade urgente deste capital pode fazer com que você perca parte desse valor, ficando a mercê das negociações e fechando a venda em R$ 420 mil..
E isso acaba indo na contramão do que todos pensam em relação aos imóveis: um bem que nunca desvaloriza. Essa situação deixa claramente exposta o que é o risco de liquidez. Você poderia vender o bem por um valor até maior do a estimativa inicial se tivesse em condições de esperar alguns meses – ou até mesmo anos.
No entanto, a urgência fez com que você tivesse que abrir mão de R$ 80 mil para receber o valor rapidamente. Ou seja, você assumiu o risco de liquidez, perdeu em rentabilidade mas garantiu o dinheiro na conta no prazo ideal para a sua necessidade.
Características dos riscos de liquidez
A liquidez não é apenas definida em baixa ou alta. São diversas características que classificam esses riscos. Entenda:
Liquidez diária ou imediata
Investimentos com liquidez diária ou imediata são aqueles que permitem ao investidor reaver esse dinheiro no momento em que quiser, seja resgatando os rendimentos, seja vendendo o ativo.
A poupança é um clássico exemplo de investimento com liquidez diária. Se você tem um dinheirinho guardado, sabe bem que basta ir à instituição financeira e fazer o resgate do valor desejado. Estes investimentos são representados pela sigla D+0.
O mesmo se aplica aos títulos do Tesouro Selic. A liquidez é diária e não há perda de rentabilidade no resgate.
Liquidez mais demorada
Investimentos com liquidez mais demorada, representados pela sigla D+1 – ou D+ quantidade de dias que levam até o dinheiro ficar disponível – exigem do investidor certa paciência para resgatar a aplicação. É o caso do exemplo que relatamos anteriormente.
Também são exemplos de liquidez demorada alguns fundos de investimento, que permitem resgate em 30, 60 dias ou até em períodos mais longos.
Investimentos com carência ou sem liquidez
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são exemplos de investimentos com carência ou sem liquidez.
Estes ativos são vendidos com uma data para resgate, que pode chegar a alguns anos. Uma vez investido, esse dinheiro só poderá ser recuperado na data acordada no momento da compra.
No entanto, muitos títulos de renda fixa podem ser comprados por outros investidores. A questão é que não há regras, o que vale é a lei da oferta e da procura, que pode levar o vendedor para a mesma situação que exemplificamos no caso da venda do imóvel.
Diferença entre baixo e alto risco de liquidez
Para concluir, vamos resumir as diferenças entre investimento de baixo risco e alto risco de liquidez.
Baixo risco de liquidez
Quando você resolve investir em um título com liquidez diária, está adquirindo um investimento de alta liquidez. Os investimentos de alta liquidez, por sua vez, são o que representam baixo risco.
Isso porque podem ser resgatados a qualquer momento, sem que você seja prejudicado. O que acontece é que você deixa de ganhar a rentabilidade futuro – já que, quanto mais tempo esse valor ficar investido, maior serão os rendimentos na hora do resgate.
Investimentos de alto risco de liquidez
Para ser considerado um investimento de alto risco de liquidez, o investimento assume uma destas características:
- dificuldade de venda, que geralmente só acontece quando há uma queda significativa no valor, ou seja, na rentabilidade;
- o dinheiro pode ser resgatado sem perder sua rentabilidade apenas no vencimento.
Ou seja, é muito importante colocar na balança o risco de liquidez nos investimentos de acordo com o seu perfil e com os objetivos de cada investimento. Se você está pensando em uma aposentadoria mais confortável, por exemplo, é interessante pensar nas aplicações que vencem em longo prazo.
No entanto, se você quer mais segurança para situações de emergência, a alta liquidez pode ser o ideal para você. Seja qual for a sua escolha, lembre-se sempre de que o melhor é separar os seus investimentos, evitando aplica-los em um só lugar.
Para fazer uma escolha ainda mais segura, utilize o simulador de investimentos do Tesouro Direto!