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O mercado de investimentos oferece diversas oportunidades aos investidores, como as debêntures. Você conhece essa alternativa? Apesar de ser um termo bastante conhecido, muitos ainda não sabem os detalhes sobre esses títulos.

Porém, para que seja possível tomar decisões informadas e alinhadas às suas necessidades, é preciso entender o funcionamento dessa aplicação. Afinal, é preciso compreender as suas características para definir se ela é ou não adequada à sua estratégia de investimento.

Neste artigo, você encontrará respostas para as principais perguntas sobre o assunto. Assim, você descobrirá o que são debêntures, como funcionam e mais informações sobre esse investimento de renda fixa.

Acompanhe!

O que é debênture e como funciona?

Uma debênture é um título de renda fixa emitido por empresas. Na prática, funciona como um empréstimo feito para as companhias. Assim, os recursos podem ser utilizados para desenvolver projetos, lidar com dívidas e realizar outras estratégias.

Em troca, o investidor recebe a taxa de juros acordada, que varia conforme o título. Para entender melhor, veja um exemplo prático: uma empresa precisa de um montante financeiro específico, para expandir seus negócios.

Em vez de procurar um empréstimo bancário, essa empresa pode lançar debêntures no mercado, a fim de levantar recursos. Ao investir na alternativa, o investidor recebe os juros sobre a quantia que ele aportou. Logo, quem investe se torna credor da companhia — por emprestar recursos.

Contudo, é importante saber que as debêntures não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Portanto, existem mais riscos envolvidos no investimento, especialmente o de crédito, que se relaciona com o risco de inadimplência.

Quais são os tipos de debêntures?

Depois de conhecer o que são debêntures e como elas funcionam, é importante saber que existem diferentes tipos no mercado. Conheça os principais!

Debêntures incentivadas

As debêntures incentivadas possuem isenção fiscal. Então o investidor que aportar dinheiro em debêntures incentivadas não precisará pagar Imposto de Renda (IR) sobre o retorno obtido.

Elas contam com essa característica porque os recursos obtidos têm o objetivo de financiar projetos de infraestrutura dos quais o Estado possa se beneficiar, como a construção de aeroportos. Desse modo, o Governo incentiva os investimentos por meio da isenção de tributos.

Debêntures comuns

Toda debênture que não é incentivada, é classificada como debênture comum. Ou seja, essa classificação se refere ao tratamento tributário que ela recebe. No caso, há incidência de IR sobre os rendimentos. Porém, ela pode ter classificações específicas conforme o seu funcionamento.

Debêntures conversíveis

As debêntures conversíveis permitem que o título seja convertido em ações da empresa emissora. Portanto, em vez de devolver o dinheiro dos investidores com juros, a companhia faz o pagamento ao conceder uma participação acionária.

Isso pode reduzir o risco do investimento. Afinal, existem chances de que a empresa não tenha caixa disponível para arcar com os pagamentos dos juros e do montante principal. Logo, a possibilidade de se tornar acionista pode evitar ou reduzir as perdas.

Debêntures simples ou não conversíveis

Já as debêntures simples são mais comuns. Ao contrário das conversíveis, essas debêntures não podem ser convertidas em ações. Portanto, quem adquirir um desses títulos deve receber o resgate do título com os rendimentos obtidos em dinheiro.

Debêntures permutáveis

As debêntures permutáveis apresentam semelhanças com as conversíveis, justamente por poderem ser trocadas por ações. A diferença está no fato de que, nesse caso, as ações não serão da mesma empresa que emitiu as debêntures.

Debêntures participativas

Também é possível contar com debêntures participativas. Elas oferecem ao investidor a possibilidade de receber participação nos lucros da empresa que emitiu os títulos como retorno para o aporte.

Debêntures perpétuas

Como o próprio nome sugere, essas debêntures não estipulam um prazo de vencimento. Assim, quem investe nessa aplicação continua recebendo a remuneração contínua. Para tanto, devem ser seguidas as regras definidas e divulgadas na escritura de emissão dos títulos.

Como acontece a rentabilidade desse investimento?

Depois de aprender sobre os tipos de debêntures, chegou a hora de conferir como acontece sua rentabilidade. O retorno pode ser de 3 tipos diferentes, veja só:

  • prefixado: o investidor recebe uma taxa de juros definida em um percentual. Portanto, é possível calcular com exatidão quanto ele receberá até a data de vencimento;
  • pós-fixado: a rentabilidade é atrelada a um indicador do mercado financeiro, como o CDI (certificado de depósito interbancário) ou a taxa Selic. Como ela segue variações do índice, o retorno efetivo só será conhecido no vencimento.
  • híbrido: existe um componente prefixado e um pós-fixado. Assim, ela traz uma taxa de juros em um percentual somado à variação de um índice, como o IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado) ou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

E sua tributação?

Também é importante conhecer as regras específicas sobre a tributação, que acontece nas debêntures comuns (não incentivadas). Nesse caso, a cobrança seguirá a tabela regressiva do IR.

Veja quais são as alíquotas conforme o prazo do investimento:

  • 22,5% para investimentos com menos de 180 dias;
  • 20% para investimentos entre 180 e 360 dias;
  • 17,5% para investimentos entre 360 e 720 dias;
  • 15% para investimentos resgatados após 720 dias.

Quais as vantagens e riscos envolvidos nesse tipo de investimento?

Você já sabe como funcionam as debêntures, mas também é importante saber que a aplicação pode ter vantagens e riscos. Confira!

Vantagens

A principal vantagem das debêntures é que o investimento pode ter um rendimento acima da média na renda fixa. Entretanto, é importante lembrar de que esses ganhos superiores decorrem do risco presente nessas aplicações.

Além do rendimento que pode ser atrativo, as debêntures oferecem rentabilidade, vencimentos e garantias variados. Logo, podem se encaixar em diferentes estratégias e colaborar com a diversificação do portfólio.

Riscos

Entre os riscos, o principal trata da possibilidade de a empresa não honrar com seus compromissos, ficando inadimplente. Como as debêntures não têm proteção do FGC, o investidor pode ter prejuízos diante dessas ocorrências.

Porém, é possível analisar o risco de crédito pesquisando a própria companhia e buscando informações sobre a sua nota de rating. Ela é definida por agências especuladoras, em classificações que indicam se há elevada chance de inadimplência ou não.

Como investir em debêntures?

Antes de começar a investir em debêntures, é essencial que o investidor saiba o seu perfil, que pode ser conservador, moderado ou arrojado. Isso ajudará a entender o nível de tolerância aos riscos para definir se os títulos são adequados às suas características.

Também é preciso avaliar os objetivos financeiros e prazos, para entender se os títulos se alinham a eles. Ainda, é importante pesquisar a empresa emissora, além de verificar questões como retorno e outras características da debênture.

Caso decida fazer o aporte, é necessário ter conta em um banco de investimento. É por meio da plataforma que você terá acesso às aplicações para encontrar as mais adequadas à sua estratégia.

Agora que você sabe mais sobre as debêntures, é possível visualizar mais alternativas para diversificar sua carteira de investimento. Porém, considere sempre se ao investimento se encaixa ao seu perfil e objetivos para escolhas mais acertadas.

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1 comentário

  1. Sobre as debentures participativas da Vale CVRDA6, cujo preço unitario varia em funçao do minério de ferro. Em caso de resgate/venda/cessao dessas debentures, o imposto de renda na fonte vai incidir sobre a diferença do custo de aquisiçao do ativo e o valor de mercado por ocasiao do resgate? Se um investidor adquiriu a debenture pelo valor unitário de R$ 10,00 e cinco anos depois vender esse ativo pelo valor de R$ 50,00, sobre o lucro de R$ 40,00 vai incidir IRRF a alíquota de 15%? E o investidor ainda terá que pagar o Ganho de Capital de 15% sobre esse lucro? O investidor vai pagar esses dois tributos?

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