8 minutes

Você já se perguntou como é a sua relação com o dinheiro? Se você aprendeu a lidar com os recursos durante a vida, é provável que tenha enfrentado alguns desafios e até mesmo sofrido frustrações com eles.

O mais interessante é notar que, em muitos casos, essas questões poderiam ser evitadas. O segredo está na educação financeira para crianças. Educá-las desde cedo pode colaborar para uma saúde financeira positiva no futuro.

Neste artigo, você entenderá como abordar esse assunto e quando começar. Continue a leitura para saber mais sobre educação financeira para crianças!

O que é educação financeira?

Educação financeira é o processo de adquirir conhecimentos e habilidades necessárias para administrar as finanças de maneira eficaz. Ele envolve compreender determinados conceitos de economia, como orçamento, poupança, investimento e planejamento.

Com a educação financeira, as pessoas aprendem a tomar decisões informadas sobre como ganhar, gastar, economizar e investir seu dinheiro. O objetivo é alcançar metas financeiras pessoais, como comprar uma casa, ter uma aposentadoria confortável ou fazer uma viagem.

Qual é a importância da educação financeira?

No tópico anterior, você já entendeu um pouco sobre a importância da educação financeira. Ela ajuda na realização de sonhos e na organização eficiente das finanças ao longo da vida.

No entanto, é hora de entender o assunto de forma ainda mais aprofundada. Dessa forma, você se convencerá de que investir em educação financeira é mesmo o melhor caminho. Confira as principais vantagens da educação financeira:

  • permite tomar decisões financeiras mais conscientes, avaliando os riscos e benefícios de diferentes opções;
  • ajuda a compreender conceitos como orçamento e gestão financeira, o que permite evitar o endividamento excessivo;
  • possibilita que as pessoas estabeleçam metas financeiras realistas e desenvolvam planos para alcançá-las.
  • ajuda a se preparar melhor para imprevistos financeiros, como perda de emprego ou despesas médicas inesperadas;
  • permite fazer seu dinheiro trabalhar para você e aumentar o seu patrimônio ao longo do tempo por meio de estratégias de investimento adequadas;
  • colabora com a redução do estresse relacionado ao dinheiro e promove um maior bem-estar financeiro e emocional.

Quais são os benefícios de trabalhar a educação financeira com as crianças?

Com essas vantagens, fica mais fácil entender por que é importante desenvolver a educação financeira ao longo da vida, certo? Agora, você entenderá os motivos que fazem com que a introdução dos conceitos na infância e adolescência seja uma ótima estratégia para o futuro dos jovens.

Acompanhe!

Desenvolvimento de hábitos saudáveis

Introduzir conceitos financeiros desde a infância ajuda as crianças a desenvolverem hábitos saudáveis de administração do dinheiro. Bons exemplos são economizar e evitar gastos impulsivos.

Entendimento do valor do dinheiro

Ao aprender sobre como as pessoas ganham e usam o dinheiro, as crianças desenvolvem um entendimento mais profundo do seu valor. Assim, elas aprendem também sobre a importância de gastá-lo com sabedoria.

Prevenção de dívidas futuras

Ao ensinar sobre os riscos do endividamento e a importância de viver dentro das próprias possibilidades, as crianças estão mais propensas a evitar dívidas desnecessárias no futuro. Logo, esse é um investimento para uma vida financeira saudável.

Estímulo à responsabilidade

A gestão do próprio dinheiro ensina as crianças sobre responsabilidade, planejamento e tomada de decisões. Essas são habilidades essenciais que se aplicam não apenas às finanças, mas também a outras áreas da vida.

Preparação para o futuro

Aprender sobre temas como poupança e investimentos desde cedo ajuda a preparar as crianças para enfrentar desafios financeiros futuros. Entre eles, é possível citar os custos da faculdade, a compra de uma casa e o planejamento da aposentadoria.

Empoderamento

Ao adquirir conhecimento financeiro, as crianças se sentem mais capacitadas para tomar decisões relacionadas às suas finanças. Além disso, elas se tornam mais confiantes em sua capacidade de alcançar objetivos.

Mais qualidade de vida

Problemas com o dinheiro não afetam apenas a vida financeira. Eles também colaboram para o surgimento de transtornos de saúde relacionados ao estresse e causam uma queda na qualidade de vida geral do indivíduo. Assim, uma criança educada pode se tornar um adulto muito mais tranquilo.

Quando começar a educar os seus filhos?

Não há uma idade 100% certa para começar a trabalhar a educação financeira com as crianças. O ideal é iniciar o mais cedo possível, ou seja, assim que elas começarem a demonstrar interesse e capacidade de compreensão sobre o assunto. 

Isso pode variar de acordo com o desenvolvimento individual de cada criança, mas geralmente é recomendável começar por volta dos 3 a 6 anos de idade.

Nessa faixa etária, as crianças já têm noções básicas de números e determinados conceitos do dia a dia. Assim, elas podem começar a entender o valor do dinheiro — ou, ao menos, a função dele.

Alguns conceitos que podem ser trabalhados inicialmente são:

  • a diferença entre moedas e notas;
  • como contar dinheiro;
  • a importância de poupar e esperar para comprar o que desejam;
  • como tomar decisões de compra;
  • qual é a função do dinheiro e como ele é conquistado.

Conforme as crianças crescem, você pode ir introduzindo conceitos financeiros mais complexos, adaptados à idade e ao nível de compreensão delas. Por exemplo, ensiná-las a entender a diferença entre necessidades e desejos, avaliar o custo-benefício de diferentes opções, o que são investimentos e para que eles servem etc.

O importante é abordar a educação financeira de forma gradual e adaptada ao desenvolvimento da criança. Sempre respeite o tempo delas e torne as lições divertidas e práticas. Isso fará com que elas possam internalizar os conceitos e aplicá-los em suas vidas cotidianas.

Qual é a melhor abordagem da educação financeira para cada faixa etária?

Agora que você já entende os porquês de investir na educação financeira para as crianças, é hora de aprender a abordagem ideal para cada faixa etária. Afinal, o desenvolvimento infantil passa por etapas e é preciso respeitá-las nesse processo.

A ideia é fazer com que o aprendizado seja simples, porém divertido e interessante para todos os envolvidos. Então, continue a leitura para entender mais!

De 3 a 6 anos

Esse é o começo de tudo. Trabalhar a educação financeira com crianças entre 3 e 6 anos requer abordagens simples e lúdicas. Assim, é importante adequá-las ao nível de desenvolvimento cognitivo da faixa etária.

Confira algumas dicas a seguir!

Explique sobre as notas e a função do dinheiro

O primeiro passo é explicar sobre as notas. Mostre que há diferentes animais em cada cédula, deixe que os pequenos sintam as moedas e se familiarizem com o conceito.

Depois, é hora de explicar qual é a função do dinheiro e de onde ele vem. Muitas crianças entendem, ainda que de maneira simplificada, que o trabalho é o que faz com que os itens “surjam” em casa. Então aproveite para desenvolver essa questão.

Use brincadeiras e jogos

Utilize jogos e brincadeiras para ensinar conceitos básicos de matemática financeira. Exemplos são como contar dinheiro, calcular troco e reconhecer diferentes moedas e notas.

Você pode criar jogos de faz de conta, como lojinhas nas quais as crianças podem fingir serem clientes e vendedores, aprendendo sobre compra, venda e troco. É divertido e faz com que elas aprendam na prática.

Conte histórias e leia livros

Você sabia que é possível levar educação financeira para o momento da leitura? Invista em livros infantis que abordem temas relacionados ao dinheiro, como poupar, compartilhar e dar valor ao que se tem. 

Além disso, aposte em histórias com personagens que passam por situações financeiras simples e aprendem lições valiosas. Elas podem ajudar as crianças a compreender conceitos de forma mais acessível.

Incentive a poupança

Ainda que seja muito cedo para falar sobre investimentos, é possível inserir o conceito de forma simples para as crianças. Comece fornecendo cofrinhos ou caixinhas para que elas possam guardar moedas.

Simultaneamente, explique que em um determinado dia (Natal ou aniversário, por exemplo), aquele dinheiro se transformará em um brinquedo especial. É uma maneira prática e simples de apresentar o conceito de economia e investimento.

Ensine sobre trocas e compartilhamento

Ensine às crianças sobre a importância de compartilhar e trocar, mostrando que nem sempre é necessário comprar um novo brinquedo para se divertir. Isso pode ajudá-las a desenvolver uma mentalidade de consumo consciente desde cedo.

Além disso, aproveite para tentar introduzir o conceito de preservação do patrimônio. Cuidar bem dos brinquedos é uma ótima maneira de fazer isso acontecer.

Dê o exemplo

As crianças aprendem muito por meio do exemplo dos pais, então certifique-se de demonstrar comportamentos financeiros saudáveis. Por isso, poupe dinheiro, evite gastos impulsivos e se planeje para o futuro.

Sempre que possível, verbalize esses exemplos para as crianças. Por serem muito pequenas, é provável que elas não consigam identificar as características sozinhas.

Seja paciente e consistente

Por fim, lembre-se de que as crianças nessa faixa etária estão apenas começando a entender o mundo ao seu redor. Então seja paciente e repita conceitos diversas vezes de maneiras diferentes para garantir que elas os assimilem.

Vale reforçar que, nessa faixa etária, eles aprendem principalmente brincando. Portanto, explicar conceitos de forma verbal pode ser ineficiente. Inclua as dicas em brincadeiras e os resultados serão melhores.

De 7 a 11 anos

Nessa idade, as crianças já estão no colégio e, provavelmente, querem todos os brinquedos e cadernos de personagens que seus amigos têm. Mas é importante que elas saibam esperar a hora certa de ter cada item. 

Diante disso, desenvolver a capacidade de autocontrole é um diferencial para ter as finanças em dia no futuro. Nessa etapa da vida, a educação financeira envolve o aprofundamento de conceitos que foram vistos na fase anterior.

Continue para saber mais!

Forneça uma mesada

Considere dar uma mesada às crianças e incentive-as a gerenciá-la de forma responsável. Isso pode envolver a divisão do dinheiro em categorias, ajudando-as a entender a importância de priorizar e planejar seus gastos.

Implemente atividades práticas

Envolva as crianças em atividades práticas relacionadas às finanças, como ir ao supermercado e comparar preços de produtos. A inclusão dos conceitos no dia a dia faz toda a diferença no aprendizado.

Use jogos educativos

Utilize jogos de tabuleiro, aplicativos ou ferramentas online projetadas para ensinar educação financeira de maneira lúdica e interativa. Isso pode incluir jogos que simulam situações financeiras do mundo real, como administrar um negócio. 

Além disso, as brincadeiras de “faz de conta” continuam válidas nessa faixa etária. Respeite as preferências das crianças e adapte o aprendizado de acordo com o que for mais divertido para elas.

Estimule a economia e o investimento

Incentive as crianças a poupar parte de sua mesada ou dinheiro recebido como presente para alcançar objetivos de longo prazo, como comprar um brinquedo mais caro. Explique também conceitos básicos de investimento, como juros e como o dinheiro pode aumentar com o tempo.

Organize discussões em família

Promova conversas em família sobre finanças. Para isso, envolva as crianças em discussões sobre orçamento, planejamento financeiro e decisões de compra. 

Isso ajuda a tornar as finanças um tópico aberto e acessível, sem tabus. Além disso, o processo permite que as crianças contribuam com ideias e aprendam com a experiência dos adultos.

Outra dica é investir no reforço positivo, reconhecendo e elogiando as boas escolhas financeiras feitas pelas crianças. Aproveite para incentivá-las a continuar aprendendo e a ter bons hábitos financeiros.

Seja um modelo de comportamento

Continue a ser um modelo de comportamento financeiro responsável, demonstrando hábitos saudáveis de poupança, gastos conscientes e planejamento. Afinal, as crianças aprenderão muito ao observar suas ações e decisões.

De 12 a 16 anos

Conforme as crianças crescem, surge o momento ideal para elas adquirirem um pouco mais de responsabilidade. Logo, trabalhar a educação financeira com crianças entre 12 e 16 anos envolve abordar conceitos mais avançados e prepará-las para tomar decisões financeiras mais complexas à medida que elas entram na adolescência.

Confira dicas a seguir!

Introduza conceitos de crédito

Explique o que é crédito, como funciona e os riscos associados ao uso irresponsável dessa alternativa. Discuta sobre cartões de crédito, empréstimos e o impacto das taxas de juros sobre o pagamento de dívidas.

Ensine sobre investimentos

Comece a introduzir conceitos básicos de investimento. Mostre como o dinheiro pode crescer ao longo do tempo por meio dos juros compostos e dê exemplos práticos de como isso pode acontecer. 

Crie uma conta digital

A criação de uma conta digital é uma boa estratégia para que os adolescentes se familiarizem com conceitos de forma prática. A mesada pode ser depositada nela, oferecendo mais praticidade e preparando os jovens para o uso consciente do recurso no futuro.

Promova a autonomia financeira

Permita que as crianças tomem suas próprias decisões financeiras dentro de limites estabelecidos. Mas lembre-se de que tudo deve ser feito com supervisão.

Neste post, você descobriu informações relevantes sobre a importância da educação financeira para crianças. Além disso, você conferiu dicas de como implementá-la em cada faixa etária da vida dos seus filhos. Então não deixe de colocar esse conhecimento em prática.

Aproveite para compartilhar o conteúdo em suas redes sociais. Com isso, você ajuda outros pais a colaborarem para o desenvolvimento de uma geração muito mais educada financeiramente!

Share.

Este artigo foi produzido por um autor parceiro e/ou convidado com a finalidade de compartilhar suas opiniões sobre temas diversos e contribuir com o site.

1 comentário

Leave A Reply