Investir é fácil. Basta pesquisar todas as opções disponíveis, compará-las de maneira inteligente e tomar as decisões mais racionais. Será que é assim? Se você já investe há algum tempo, provavelmente vai concordar que as coisas nem sempre acontecem dessa forma.
Em muitos casos, podemos perceber comportamentos irracionais dos investidores. Mas o que explica isso? É que as escolhas econômicas não são baseadas apenas na análise de dados, mas também sofrem influência das emoções.
Esse aspecto emocional na relação com o dinheiro é o objeto de estudo das finanças comportamentais. Assim, elas ajudam a entender algumas armadilhas cerebrais que nos afetam nos investimentos. Confira exemplos a seguir!
1. Comportamento de manada
Certamente você já ouviu algum amigo, familiar ou colega de trabalho indicar um investimento “que todos estão fazendo”. Ou, quem sabe, você já ficou em dúvida se deveria vender ações ou resgatar dinheiro aplicado em um investimento só porque outras pessoas haviam feito isso.
Esses comportamentos têm relação com a ideia de manada. Ou seja, o interesse em repetir escolhas validadas por um grupo social. Ao fazer isso, há um grande risco de cair em problemas. Afinal, muitas pessoas estarem fazendo algo não significa que essa é a escolha mais racional e inteligente.
Um grande — e perigoso — exemplo de efeito manada são os golpes de pirâmide financeira. Muitas vezes, os criminosos se aproveitam dessa armadilha cerebral e atraem vítimas para investimentos enganosos com o argumento de que há muitas pessoas lucrando com eles.
2. Viés de confirmação
Chamamos de vieses cognitivos algumas falhas que acontecem na tomada de decisões. Eles são causados por atalhos mentais que o cérebro toma para escolher de maneira mais rápida. Entretanto, sabemos que muitas escolhas financeiras não devem ser feitas rapidamente, não é mesmo?
Um desses vieses é o de confirmação. Ele se refere à tendência que temos em interpretar as informações de acordo com nossas próprias opiniões. Isso é algo muito comum, já que descobrir discordâncias e reconhecer que estamos errados costuma causar incômodo.
Dessa forma, em busca de manter o bem-estar e perder menos energia analisando as situações, nosso cérebro tende a buscar apenas dados que reforcem o que já achamos.
Um exemplo disso é quando você está interessado em um investimento e acaba dando mais relevância para as informações que trazem pontos positivos sobre ele. Nesse caso, é comum ignorar ou discordar das análises que apontam pontos negativos.
3. Falácia do apostador
Imagine que você está jogando “cara ou coroa” com um amigo e a moeda cai em “cara” dez vezes seguidas. Qual será o mais provável de aparecer na próxima vez? A resposta é a mesma de todas as vezes: há 50% de chance de cair tanto “cara” quanto “coroa”.
Mesmo sabendo disso, talvez você tenha pensado rapidamente que depois de tantos resultados iguais haveria maior chance do próximo ser o mesmo. Ou então o contrário: se já caiu “cara” dez vezes, o décimo primeiro provavelmente seria “coroa”.
Por que pensamentos desse tipo passam pela sua cabeça se, na verdade, a probabilidade do evento futuro não tem nenhuma relação com o que aconteceu no passado? Essa é a falácia ou viés do apostador — isto é, a tendência de deixar a estatística de lado e construir relações falsas entre os acontecimentos.
Isso pode acontecer bastante com quem investe em ações. Sem fazer nenhuma análise racional, alguém pode sentir a necessidade de se desfazer de sua posição depois de aumentos sucessivos, por acreditar que haverá uma queda próxima. Ou o contrário, o investidor pode manter papéis desvantajosos por acreditar que depois de cair muito eles subirão novamente.
4. Cálculo mental
Fazer cálculos mentais é uma estratégia muito utilizada para agilizar uma decisão simples. Por exemplo, escolher entre comprar um ou outro produto no mercado. Entretanto, isso pode virar uma armadilha e tanto quando é utilizada para simplificar demais decisões que deveriam ser complexas.
É o caso dos investimentos. Realizar uma escolha mental rápida em vez de analisar com cuidado as diversas informações relevantes sobre cada opção pode levar a grandes riscos e prejuízos. Então, esse é mais um dos comportamentos irracionais dos investidores.
Isso porque nem sempre as contas mentais fecham. Ou seja, você pode decidir que um investimento tem ótimas condições, mas depois de um tempo perceber que a análise não foi realizada com a atenção que demandava.
5. Excesso de confiança
Outra maneira que o cérebro humano encontra para manter o bem-estar e economizar energia é enxergar as situações com excesso de otimismo. Você já se viu diante de alguma situação pensando “isso nunca aconteceria comigo”?
Essa é uma reação normal da nossa mente, tentando manter o equilíbrio e evitar ansiedade exagerada. O problema é quando essa confiança em excesso surte o efeito contrário e nos coloca em perigo. Por exemplo, ao fazermos investimentos ruins acreditando que somente o melhor vai acontecer.
Uma maneira de controlar esse viés ao investir é tentar se basear ao máximo em análises racionais dos investimentos. Dessa maneira, você se protege contra o otimismo exacerbado. Além disso, diversificar a carteira também é uma forma de diminuir os riscos do excesso de confiança.
6. Status quo
Por fim, uma armadilha mental muito presente entre os investidores é a do status quo. Ela faz referência ao nosso desejo de manter as coisas como estão. Ou seja, de ficarmos na zona de conforto do que já conhecemos.
Esse viés tem muita relação com o medo de correr riscos, já que o desconhecido parece gerar um perigo maior. Em alguns casos, o medo serve para nos proteger, mas, quando o status quo fala mais alto, é possível que ele cause prejuízo.
Imagine um investidor que está obtendo rendimentos pequenos ou mesmo segue em um investimento que não faz mais sentido para si. E, ainda assim, não admite modificar sua carteira porque é resistente às mudanças. Nesse caso, o medo do desconhecido é maior do que a insatisfação com a realidade atual.
Percebe que esses 6 exemplos mostram como as armadilhas mentais podem explicar comportamentos irracionais dos investidores? Não podemos negar que as emoções influenciam nossas decisões financeiras.
Por isso, é muito importante estudar sobre finanças comportamentais e identificar os padrões irracionais. Assim, você se torna capaz de contornar as dificuldades e fazer escolhas mais racionais sempre que possível!
Quer saber mais sobre esse assunto? Veja como o medo, a tristeza e a culpa podem atrapalhar suas finanças!
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