Você já ouviu falar na infidelidade financeira? Conhecendo ou não o termo, deve conhecer algum casal que briga constantemente por causa de dinheiro ou que já até terminou a relação por motivos financeiros.
De acordo com pesquisas realizadas, a traição financeira é uma das principais causas de discussões entre casais. Inclusive, é um dos maiores motivos dos divórcios. Algumas pessoas alegam que esse tipo de infidelidade chega a ser pior que a infidelidade amorosa/sexual.
Esse tipo de traição entre os cônjuges pode pôr tudo a perder. Por isso, é preciso evitar o problema nos seus relacionamentos. Quer saber mais sobre a infidelidade financeira? Então acompanhe o artigo e saiba como evitar esses contratempos na sua vida!
O que é infidelidade financeira?
A infidelidade financeira pode acontecer de diversas maneiras. De forma simples, é quando um dos cônjuges resolve esconder do outro informações sobre dinheiro. Os tipos mais comuns são: esconder valores de despesas ou não deixar o outro saber a quantia real de seus rendimentos.
Esse problema pode começar com atitudes “sutis”, como omitir uma compra, diminuir o valor de algo que adquiriu ou esconder dívidas que fez do companheiro ou da companheira.
Contudo, esses comportamentos podem evoluir para casos mais graves, como separar as despesas de cada um e criar contas bancárias sem que o outro saiba, para poder usar o dinheiro somente para si. Outro caso grave é quando uma pessoa faz a outra se encarregar das despesas domésticas sozinha.
O que alguns dados podem mostrar?
Falar sobre dinheiro às vezes é visto como um tabu. Tanto que muitas famílias e, inclusive, muitos casais, não conversam sobre o assunto. Dizer o quanto ganha, por exemplo, pode ser considerado tão íntimo quanto falar sobre assuntos extremamente pessoais.
Essa mentalidade precisa mudar e as pessoas precisam ser sinceras com seus parceiros em relação a quanto ganha, às suas despesas e claro, precisam trabalhar juntos para manter a situaçao financeira estável.
Por mais que tenhamos aprendido a não falar sobre isso, é necessário saber que deixando de discutir sobre as finanças, jamais aprenderemos a lidar com as economias de uma forma eficiente e muito menos construiremos uma mentalidade enriquecedora.
Não conversar sobre dinheiro pode sim levar um casal a se divorciar. A falta de educação financeira contribui muito para as brigas e para os desentendimentos e, com certeza, é uma das maiores causas para o crescimento do número de divórcios no país.
De acordo com o IBGE, são realizados cerca de 341 mil divórcios por ano no Brasil.
Ainda, uma pesquisa realizada pela Cerbasi e Associados, com cerca de 800 pessoas, mostrou que a infidelidade financeira é um dos principais problemas entre casais. Os dados mostram que cerca de 41% das pessoas gastam dinheiro sem que o parceiro saiba e 67% acham normal fazer compras altas sem comunicar o fato.
Para piorar, cerca de 30% preferem conversar sobre finanças com um amigo do que com o parceiro. De acordo com o educador financeiro Gustavo Cerbasi, os casais preferem não conversar sobre isso para evitar brigas.
Para complementar, os dados do SPC Brasil reforçam que é pelo fato de realmente o tema “finanças” ser considerado um tabu nos lares brasileiros, o grande motivo da infidelidade financeira acontecer com tanta frequência. A instituição afirma que o tema é motivo de brigas para quatro a cada dez pessoas casadas.
Conversar sobre dinheiro é necessário e pode ser a chave para o sucesso financeiro de um casal. Ainda, pode contribuir para a estabilidade e durabilidade de um casamento. Por isso, as pessoas precisam ser maduras o bastante para discutir sobre isso abertamente, de forma amigável e com sinceridade.
Quais são os sinais da infidelidade financeira?
Não são raros os casos de maridos que escondem finanças das esposas ou vice-versa. Felizmente, há como descobrir uma infidelidade financeira. Se você acha que está sendo traído financeiramente, fique de olho em alguns sinais, como:
- não querer falar sobre finanças mas ficar sempre endividado e você não sabe o porquê;
- não falar sobre o quanto ganha e sobre as dívidas que faz;
- encontrar objetos comprados escondidos sendo que a pessoa não lhe avisou ou não falou nada sobre essas compras;
- preocupações demasiadas com dinheiro;
- encontrar extratos bancários de contas que você desconhece;
- falta de confiança em relação ao próprio dinheiro;
- gastos exacerbados de dinheiro consigo mesmo ou com outros;
- recebimento ou aparecimento de quantias de maneira contestável;
- interesse repentino em proteção do patrimônio
Esses sinais já ajudam a identificar se um parceiro está traindo o outro economicamente. Observe os comportamentos suspeitos e pesquise a fundo para saber exatamente o que está acontecendo.
Lembre-se de não acusar seu parceiro injustamente porque achou algo suspeito! “Investigue” com calma e depois converse amigavelmente sobre o assunto para evitar que o mesmo fique na defensiva.
Infidelidade financeira é crime?
Muitas pessoas podem achar que seja um crime. Na verdade, você não encontra infidelidade financeira no Código Civil e muito menos no Código Penal. Portanto, a infidelidade financeira não é um crime tipificado em lei.
Contudo, o Código Civil rege as relações entre a família e regula as normas do casamento. Por isso, é sempre bom atentar-se a algumas regras. A primeira delas é que, de acordo com o artigo 1.688, cada cônjuge deve contribuir para as despesas do casal na proporção dos seus rendimentos.
A outra diz sobre a obrigação de reparação de danos. Caso a traição financeira cause algum dano prejudicial para a outra pessoa, poderá existir o direito à reparação, conforme o parágrafo único do artigo 927 do Código Civil. Caso tenha dúvidas, um especialista da área poderá explicar detalhadamente.
Por que a infidelidade financeira acontece?
Como mencionado, a infidelidade financeira acontece porque os casais evitam falar sobre isso. O assunto é tabu e causa muitos desentendimentos.
Ainda, cabe ressaltar que as pessoas, de modo geral, são compulsivas e gastam seu dinheiro sem conversar com o companheiro(a), pois não percebem que seu dinheiro deve ser usado para contribuir para as despesas do casal. Toda decisão que envolve dinheiro deve ser tomada em conjunto numa relação.
Outro fator que pesa é a falta de educação financeira. Os casais precisam aprender a controlar suas finanças e a lidar com seus desejos para o bem-estar da relação, e devem sempre estudar para saber quais os passos que a serem dados para o casal manter-se economicamente equilibrado. A educação financeira também ajuda a desenvolver um pensamento crítico e a tirar crenças limitantes da mente.
Quando uma pessoa é solteira, ela aprende que pode fazer tudo com seu dinheiro, pois é somente seu. A partir do momento que entra em um relacionamento, o dinheiro não é mais somente do indivíduo, mas sim do casal.
Como evitar ou sair desse problema?
O que fazer para evitar ou sair desse problema? A melhor forma é sempre conversando abertamente sobre as despesas e sobre a entrada de capital. Um casal precisa manter um alto nível de sinceridade e prezar pelo bem-estar da família.
Não pode haver egoísmo, pois se a pessoa quer todo o dinheiro para si ou não tem responsabilidade, dificilmente conseguirá manter uma relação saudável.
Há casais que são individualistas e realmente separam seus ganhos e despesas entre cada um. Assim, cada qual ganha seu salário, paga suas contas e tem contas bancárias separadas. Essa maneira pode não ser saudável e a mais justa, pois se estão juntos, cada um deveria contribuir dentro das suas possibilidades para a manutenção da família, de forma equilibrada.
Isso não quer dizer que ninguém pode ter uma quantia para as suas coisas individuais. As pessoas devem ter momentos a sós e usar seu dinheiro para algo que lhes agradem, mas isso não pode prejudicar as finanças familiares.
Se o problema for a mania de comprar, e um dos dois for muito compulsivo, o ideal é conversar, fazer terapia de casal voltada para finanças e procurar a educação financeira. A verdade é que para tudo, principalmente para os problemas financeiros, o diálogo é sempre a melhor solução para chegar em um acordo.
Precisa saber como cuidar das finanças entre casais? Dê uma olhada nesses artigos:
- 5 dicas para planejar a vida financeira do casal
- Vida de casal: como organizar as finanças em conjunto
- 10 Livros para aprender a cuidar melhor do dinheiro
- Abrir conta conjunta vale a pena? Descubra agora!
Conclusão
A infidelidade financeira é tão grave que está entre os motivos que mais causa divórcio e brigas entre os casais. Isso mostra que a educação financeira é muito necessária para que os consortes saibam lidar com suas finanças na vida a dois.
Embora a educação seja essencial, é necessário ter maturidade, livrar-se de crenças limitantes e parar de achar que assuntos financeiros são um tabu. Portanto, se você acha que há alguma traição financeira, analise com calma os sinais, converse com sutileza, sinceridade e de forma amigável, procurando sempre conhecimento para que isso não aconteça mais!
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