Entender quanto custa um funcionário para a empresa é indispensável para o planejamento de um negócio. Afinal, o valor envolvido na contratação e manutenção de um colaborador vai muito além do salário-base pago para ele.
A lei prevê uma série de encargos para as empresas. Enquanto há aqueles que beneficiam diretamente os trabalhadores — como remuneração e benefícios associados —, outros se destinam ao poder público.
Uma vez que o capital humano é indispensável para a manutenção e o sucesso empresarial, é importante entender qual é o seu custo, certo? Neste conteúdo, saiba como ele é composto!
O que é o salário-base do colaborador?
Determinar quanto custa um funcionário para a empresa parte do salário-base dele. Esse é o valor básico da sua remuneração. Ele pode corresponder ao salário mínimo, ao piso da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) ou a outra quantia determinada em contrato.
Entretanto, montante jamais poderá ser inferior ao salário mínimo — considerando também a proporcionalidade, em contratos de jornadas mais curtas. Os demais benefícios do colaborador, como horas extras ou adicional noturno, são calculados sobre a remuneração básica.
Quais despesas se somam ao salário-base?
O salário-base é apenas um dos valores que compõem os custos de um funcionário para a empresa. A ele, somam-se gastos referentes às parcelas previstas na legislação ou em contrato, bem como obrigações legais, como as previdenciárias.
Saiba quais são os principais!
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
A lei garante aos trabalhadores formais o recebimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS. Ele é uma espécie de poupança compulsória e não gera descontos salariais, pois é pago à parte pelo empregador.
Mensalmente, o empregador deve depositar o valor referente ao FGTS em uma conta exclusiva, vinculada à parcela. De modo geral, o fundo de garantia corresponde, mensalmente, a 8% da remuneração do colaborador.
Porém, existem variações considerando alguns modelos de trabalho específicos. Por exemplo, os aprendizes têm direito a 2% de FGTS. Desse modo, é necessário que cada empregador confira a porcentagem que deve recolher.
Contribuição previdenciária
A folha de pagamento de um colaborador também inclui as contribuições previdenciárias, que ocorrem em favor do INSS — Instituto Nacional do Seguro Social. Nesse caso, uma parte do valor é custeada pelo empregador e outra pelo colaborador, que sofre desconto salarial.
De modo geral, a lei 8.212/1.991 prevê que o INSS patronal corresponde a 20% das remunerações pagas pela empresa ao longo do mês.
Décimo terceiro salário
O décimo terceiro salário também faz parte dos custos dos trabalhadores para as empresas. A cada mês com pelo menos 15 dias trabalhados em um ano, o funcionário garante o recebimento de 1/12 do seu salário. O pagamento do benefício geralmente ocorre nos meses de novembro e dezembro.
No entanto, caso o trabalhador seja dispensado antes, ele receberá o valor devido até o desligamento, seguindo os critérios legais — exceto em caso de justa causa. Por isso, cabe à empresa reservar o montante para a quitação do 13°.
Férias acrescidas de 1/3
Calcular quanto custa um funcionário requer a consideração das férias, que são acrescidas de um adicional de 1/3. Para cada mês com pelo menos 14 dias de trabalho, o colaborador garante 1/12 do seu salário. Porém, nesse caso, a quantia tem um acréscimo de 33%.
Adicionais
A lei garante aos trabalhadores outros tipos de adicionais, que compõem o cálculo da folha de pagamento.
Entre eles, destacam-se:
- adicional noturno: para trabalhadores que prestam serviços entre 22h e 5h;
- adicional de insalubridade ou periculosidade: para funcionários em atividades insalubres ou perigosas, respectivamente;
- vale-alimentação e vale-transporte: benefícios que podem ser custeados pelo trabalhador e pelo empregador.
Horas extras
Quando o trabalhador presta serviços por tempo superior ao previsto no contrato de trabalho, tem direito à remuneração pelo período. Ela é o pagamento das horas extras, que deve ser acrescido de um adicional mínimo de 50%.
Porém, há exceções, como no caso em que a empresa e o trabalhador mantêm um acordo de compensação. Nessa hipótese, o trabalho extra pode ser compensado por folgas.
Benefícios
Além do que está previsto em lei, a empresa pode estabelecer outros benefícios aos trabalhadores. São exemplos o plano de saúde, o plano odontológico, o vale-cultura e o adicional de home office.
Quais são os outros custos associados ao colaborador?
Até aqui, você viu quanto custa um funcionário para a empresa na folha de pagamento. Contudo, os investimentos em capital humano vão além da remuneração mensal, incluindo outras despesas que você deve considerar.
Confira as principais!
Despesas da contratação
A contratação de um novo funcionário não se limita à adição de uma pessoa na folha de pagamento. Na verdade, antes mesmo de firmar o contrato, a empresa precisa arcar com uma série de custos, como:
- divulgação das vagas;
- adoção de ferramentas de triagem de currículos;
- exame admissional;
- concessão de materiais, kit de boas-vindas etc.
Aliás, esses custos de um funcionário ressaltam a necessidade de promoção de medidas de engajamento e retenção. Caso contrário, a empresa pode se ver obrigada a repetir os mesmos gastos para substituições, recorrentemente, além de arcar com verbas rescisórias.
Custos da manutenção do local de trabalho
O seu negócio tem a obrigação de oferecer aos seus funcionários um local adequado de trabalho. Essa necessidade também gera custos, como o de manutenção de um mobiliário ergonômico e oferecimento de ferramentas adequadas.
Ainda, existem os custos referentes à manutenção da saúde e da segurança do trabalho, como os equipamentos de proteção individual (EPI) e uniformes, quando é o caso.
Treinamento e capacitação
As despesas de um funcionário englobam o treinamento e a capacitação deles. Uma empresa que investe nessas frentes tende a conquistar melhores resultados, além de engajar e reter os talentos. Existem diferentes treinamentos: de segurança, para uso de ferramentas, sobre regras internas ou atualizações na área de atuação, por exemplo.
Como calcular quanto custa um funcionário para a empresa?
Você viu que, para calcular quanto custa um funcionário CLT para a empresa, é necessário considerar seu salário base, os adicionais legais e as obrigações previdenciárias. Além disso, é importante levar em conta os valores usados na manutenção dos colaboradores.
Para isso, você pode contar com serviços de contabilidade ou adotar ferramentas que automatizam os cálculos de despesas. Saiba que ter à disposição as informações sobre esses custos é indispensável para o planejamento financeiro empresarial.
Neste texto, você aprendeu o que considerar para determinar quanto custa um funcionário para a empresa. Agora é possível calcular seus custos de capital humano e, a partir disso, traçar estratégias para que as despesas se justifiquem — como para a retenção de talentos.
Uma das principais estratégias para reter colaboradores é investir na sua capacitação. Se você quer saber mais sobre ela, confira nosso artigo sobre o treinamento de funcionários!