Uma das principais premissas que uma pessoa deve saber ao ingressar no mercado financeiro é que não há investimento livre de risco. Ou seja, mesmo os investimentos de renda fixa contam com riscos a serem considerados — inclusive o de perder dinheiro.
Entre os diferentes tipos de perigos presentes no mercado, é válido explorar o conceito e as diferenças entre o risco sistemático e o não sistemático. Afinal, ambos exercem um papel significativo nos resultados de sua carteira de investimentos.
Portanto, continue a leitura deste artigo até o final e veja o que é risco sistemático e não sistemático, bem como as suas principais diferenças.
Aproveite!
O que é risco sistemático?
Você já deve ter notado que existem acontecimentos tão relevantes que impactam a economia como um todo. Eles estão inseridos no conceito de risco sistemático — ou risco de mercado — presente em todos os investimentos.
Portanto, ao investir, você sempre estará se submetendo ao risco sistêmico. Nesse sentido, mesmo um evento que se inicia em um país poderá desencadear instabilidade ou o colapso da economia global.
Normalmente, isso acontece quando uma empresa ou instituição reconhecida no mercado é intensamente impactada. Entretanto, como ela está interligada ao sistema financeiro mundial, os efeitos são espalhados para todos os demais participantes do mercado.
Por exemplo, a falência do banco Lehman Brothers, no ano de 2008, deu início à crise imobiliária norte-americana que afetou todas as economias mundiais. A instituição era a maior subscritora de recebíveis hipotecários do tipo subprime nos Estados Unidos.
A quebra desse banco resultou no colapso do segmento de crédito norte-americano e ameaçou a sustentabilidade de outras instituições que realizavam esse mesmo tipo de operação. Com a situação, os mercados dos EUA tiveram quedas expressivas, refletidas no mundo todo.
Confira outros exemplos que estão inseridos nesse conceito:
- mudanças na taxa básica de juros (Selic);
- variação da inflação;
- oscilações cambiais;
- crise política ou econômica;
- diminuição do Produto Interno Bruto (PIB);
- e muito mais.
Contudo, é importante destacar que nem todos os participantes do mercado ou investimentos são afetados nas mesmas proporções. Por exemplo, o aumento da inflação costuma gerar maiores efeitos diretos em aplicações de renda fixa do que em ativos ou derivativos de renda variável.
O que é risco não sistemático?
Por sua vez, o risco não sistemático é aquele que está atrelado a um setor da economia ou empresa específica. Ele também é conhecido como risco diversificável, pois se trata daquele que pode ser mitigado com a utilização de boas estratégias de proteção.
Para exemplificar, suponha que uma companhia tenha um cliente único e seus ganhos dependam exclusivamente dele. Se eventualmente esse consumidor encerrar o contrato com o negócio, o empreendimento perderá a sua fonte de receita.
A depender do cenário, poderá levar meses ou anos para que o gestor consiga reestruturá-lo ou encontrar novos clientes. De toda forma, esse tipo de ocorrência — por mais grave que seja para a empresa — tende a não afetar outras companhias ou o mercado.
O mesmo pode ser dito em relação a um investidor pessoa física que investe apenas em ações de uma mesma empresa. A razão é que ele somente poderá obter ganhos se a companhia apresentar resultados que reflitam na valorização dos papéis. Do contrário, há chance de ele ter prejuízos ou ficar sem retorno por um longo período.
Qual é a diferença entre risco sistemático e não sistemático?
Depois de conferir os conceitos de risco sistemático e não sistemático, você deve querer saber qual é a diferença entre eles. A primeira distinção diz respeito à abrangência de cada um deles.
Enquanto o risco sistemático incide sobre todos os investimentos, o não sistemático é restrito a um ativo, derivativo, negócio ou setor, não impactando os demais. Nesse contexto, o risco sistemático também é chamado de risco não diversificável.
Essa expressão é usada considerando a maior dificuldade de eliminá-lo, já que ele é constante e age sobre toda a economia. Por outro lado, o risco não sistemático pode ser mitigado com estratégias de proteção.
Nesse sentido, conhecer os conceitos é relevante no momento de montar a sua carteira, considerando que ambos podem afetar nos seus resultados. Tendo esse conhecimento, você tem mais chances de escolher os investimentos apropriados para o seu portfólio conforme o seu perfil de investidor e os objetivos que deseja alcançar.
Como proteger a carteira de investimentos?
Ao chegar até aqui, você pode se interessar em saber como proteger a sua carteira de investimentos contra esses dois tipos de risco.
A seguir, acompanhe algumas estratégias que podem ajudar na proteção dos seus investimentos, especialmente em relação ao risco não sistemático!
Diversificação
A diversificação está entre as estratégias de proteção mais conhecidas no mercado. Ela consiste em dividir o seu capital em alternativas de investimento com características diferentes. Dessa forma, seu portfólio não estará sujeito aos resultados e riscos de apenas um ou poucos ativos.
No entanto, ela não consiste em pulverizar o seu capital em múltiplas alternativas. Na verdade, é preciso tomar decisões estratégicas e, preferencialmente, que estejam descorrelacionadas ou tenham correlação negativa.
A descorrelação acontece quando os resultados de uma alternativa não dependem ou não se relacionam com o retorno da outra. Já a correlação negativa se dá quando um par de investimentos têm resultados distintos frente a uma mesma situação.
Por exemplo, enquanto o preço de um ativo desce, a cotação do outro sobe. Nesse sentido, algumas possibilidades de diversificação são:
- papéis de companhias de diferentes setores;
- alternativas dos mercados nacional e estrangeiro;
- diferentes moedas;
- aplicações de renda fixa;
- entre outras possibilidades.
Assim, mesmo que o mercado acionário ou determinado setor passe por dificuldades, por exemplo, as perdas poderão ser compensadas.
Conte com apoio profissional
Outra forma de mitigar os riscos da sua carteira é contar com apoio de um profissional do mercado. O auxílio de uma assessoria de investimentos tende a fazer sentido no momento de escolher os ativos.
O assessor é o profissional habilitado para apresentar investimentos e esclarecer as suas principais dúvidas acerca de características, riscos, rentabilidade, custos e muito mais. Com esse auxílio, fica mais fácil montar estratégias e selecionar os ativos mais apropriados para a sua proteção.
Ao ler este conteúdo, você entendeu o que é risco sistemático e risco não sistemático e conheceu suas principais diferenças. Portanto, se você quiser colocar em prática o que aprendeu, não deixe de contar com ajuda de uma assessoria de investimentos qualificada.
Gostou de aprender sobre o assunto? Aproveite e confira quais são os principais riscos da sua carteira de investimentos!