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Inflação é um termo que todo brasileiros conhece desde muito cedo, principalmente por causa dos acontecimentos e mudanças na economia. E, claro, pelas notícias, que sempre abordam esse tema em diversos momentos.

Apesar de ser associada a algo ruim, a verdade é que esse fenômeno sempre estará presente em nossas vidas, seja em maior ou menor grau. E acredite: a inflação nem sempre é algo negativo. Muito pelo contrário: ela acaba se tornando um indicador bastante importante da economia.

Mas, mesmo que você acredite que sabe o que é inflação, será que compreende mesmo o assunto? Continue a leitura do artigo e entenda de verdade sobre a inflação!

O que é inflação?

De forma resumida, inflação é um fenômeno no qual ocorre um aumento generalizado e constante dos preços dos produtos e serviços. Difere-se da oscilação de preço, que é apenas movimentos comuns do mercado.

Tal efeito afeta diretamente a vida das pessoas. Quando há esse aumento no valor dos produtos e serviços, as pessoas precisam desembolsar mais dinheiro para comprar o que compravam antes desse aumento de valor. Ou seja, você perde o seu poder de compra.

A inflação deixa o dinheiro mais desvalorizado e, quando há aumento no valor dos produtos e serviços, mas não no salário, as pessoas podem ficar sem acesso a determinados itens que consumiam antes, dependendo da situação.

Como é medida a inflação?

A inflação é medida por pesquisas de preços feitas por instituições especializadas no assunto em todo o país. O índice é representado por valores percentuais, como 5%, 10%, etc.

Para chegar nos resultados, as instituições levam em consideração determinados produtos e medem sua variação de preços em um determinado período de tempo.

Por exemplo, se uma cesta de produtos alimentícios básicos custa R$50 reais em maio e passa a ser vendida por R$100 reais em junho, isso significa que houve uma inflação de 100% de um mês para o outro.

O objetivo das instituições é sempre manter os dados o mais fiel possível em relação à realidade. Por isso, para ajudar a entender como a inflação afeta todas as camadas da sociedade, existem diversos índices diferentes para medir esse fenômeno. No Brasil, por exemplo, existem cerca de 10 medidores.

Há índices que servem para medir os valores dos produtos no atacado, outros no varejo. Outros estudam o poder de compra das pessoas de baixa renda e alguns analisam o poder de compra das classes mais altas, por exemplo.

Como é controlada a inflação?

A inflação é causada por estratégias políticas, econômicas e monetárias, dentre outros fatores. Logo, de certa forma, é possível afirmar que quem controla a inflação é justamente o governo. Mas, como ele faz isso?

Primeiro, cabe destacar que o Banco Central interfere na economia para “assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. Logo, sempre que achar necessário interferir no Brasil, o Bacen o fará.

Contudo, não é somente por intervenções diretas do Bacen que a inflação é controlada. A taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, é considerada a principal ferramenta para monitorar esse fenômeno.

Definida pelo Comitê de Política Monetária do BC, a Selic pode ser alterada conforme a estratégia monetária que será utilizada no momento. Ou seja, a taxa pode ser reduzida para incentivar empréstimos, aumentar o consumo e movimentar o mercado, por exemplo.

Por outro lado, se o governo entende que a economia está aquecida e não quer que os preços saiam do controle, ele poderá aumentar a Selic para fazer as pessoas gastarem menos e os comércios reduzirem os preços. Logo, a principal forma de combater a inflação, fazendo-a recuar, seria aumentando a taxa Selic. 

Quais os tipos de inflação?

Esse fenômeno pode ser classificado, basicamente, em três tipos diferentes: inflação de demanda, inflação de custo e inflação estrutural. Entenda cada um deles abaixo:

Inflação de demanda

A inflação de demanda ocorre pelo aumento na procura de um determinado bem, sem que exista oferta que supra toda essa vontade do mercado. Quando há demanda, mas não há oferta, o preço do produto tende a subir para equilibrar a economia.

Inflação de custo ou oferta

Ocorre por fatores que incidem diretamente sobre o preço final de um bem. Acontece, por exemplo, quando há aumento no valor de uma determinada matéria prima utilizada em certos produtos. Nesse caso, os produtos que utilizam essa matéria terão aumento no seu preço.

A inflação de custo acontece também quando há elevação de tarifas, salário, aumento de combustível, etc. Assim, se um determinado produto é transportado de um local para outro e a gasolina aumentou, o valor dele sofrerá ajuste por isso.

Inflação estrutural

Acontece por causa da ineficácia dos serviços fornecidos por uma certa economia. Essa ineficiência acaba elevando os custos dos serviços prestados. Por exemplo, se as rodovias do país estão em péssimo estado, os custos de transporte e distribuição ficarão mais altos.

Índices de inflação

Conforme citado anteriormente, há diversos índices para entender a economia do país. Alguns deles são:

  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC): elaborado pelo IBGE e mede o custo de vida das famílias com renda mensal de 1 a 6 salários mínimos nas capitais;
  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): elaborado pelo IBGE, mede o custo de vida das famílias com renda mensal entre 1 e 40 SM nas principais capitais;
  • Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M): índice da FGV, monitora variações de preços de mercado, desde matérias primas até os bens finais;
  • Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S): levantado pela FGV a cada quatro semanas e abrange produtos de todos os tipos: alimentação, vestuário, habitação, saúde, dentre outros, Envolve pessoas com até 30 SM;
  • Índice de Preços no Varejo (IPV): elaborado a partir de dados do IBGE, verifica variação dos preços no varejo e analisa individualmente os produtos de acordo com o consumo.

Vale ressaltar que esses não são os únicos índices de inflação! Há outros, como o IPV e o IPC-Fipe, etc. Contudo, o índice considerado o índice oficial da inflação no Brasil é o IPCA.

Conclusão

A inflação afeta nosso poder de compra e faz com que tenhamos que desembolsar mais para adquirir um mesmo produto ou serviço. O fenômeno pode ser inevitável, cabendo apenas a escolha de políticas monetárias que a controle de maneira eficaz e saudável ao longo do tempo.

E você, o que achou de aprender um pouco mais a fundo sobre esse tema tão presente na nossa realidade?  Continue aprendendo mais sobre o assunto e descubra o que é memória inflacionária e como ela pode afetar no seu dia a dia!

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O Portal André Bona é um site de educação financeira independente, que tem como missão auxiliar pessoas e famílias a melhor compreender o mercado financeiro e seus produtos.

2 Comentários

  1. Um aumento na taxa de juros torna mais “caro” os empréstimos ou o custo do dinheiro e isso reduz o incentivo do consumo e deixa pessoas e empresas mais propensas a poupar. Com a redução do consumo, temos uma redução da inflação, pois reduzirá a demanda por produtos e serviços e consequentemente os preços caem. Claro que é uma análise bem resumida e mantendo outras variáveis constantes.

  2. Muito boa explicação.

    Poderia por gentileza me explicar mais claro a relação da taxas de juros x taxa de inflação de um pais?

    Sou leigo nesse assunto, mas acho super interessante por isso quero entender melhor.

    Obrigado.

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