Quando a economia desacelera investidores começam a procurar por investimentos que protejam suas carteiras. É o caso do ouro, uma commodity que pode ser interessante para diversificar o portfólio.
O ouro foi uma opção utilizada por diversos investidores experientes em inúmeras situações ao longo da história, como após o lançamento do Plano Real. na época, eles conseguiram bons resultados. Mas, e hoje, será que vale a pena investir em ouro?
Para encontrar a resposta, conheça os principais pontos sobre este tipo de investimento e veja se a opção é boa ou não para você.
Acompanhe!
Relação do ouro com situações de crise
O valor do ouro é influenciado por três fatores que, por sua vez, são influenciados pelo momento econômico. São eles:
- Cotação do dólar: como o preço do ouro é definido em dólar, as oscilações da moeda americana exercem influência no valor do metal. Ou seja, sempre que há valorização do dólar, tende a haver também um aumento do preço do ouro.
- Inflação: quando a inflação aumenta, a procura por investimentos seguros e moedas mais estáveis também cresce. É nessas horas que o preço do ouro, que é atrelado ao dólar, sobe.
- Cenário econômico: eventos políticos e econômicos, crises e turbulências causam estresse no câmbio. Por consequência, o preço do ouro também sofre variadas oscilações.
Por isso, é comum que o ouro seja lembrado por investidores em situações de volatilidade e crise no mercado, seja ele interno ou externo. Isso não signifca, entretanto, que investir na commodity é uma opção para todos os investidores.
A seguir você confere algumas das principais razões pelas quais vale (ou não vale) a pena investir em ouro.
Razões para investir em ouro
Para começar, o ouro é um bem que não pode ser fabricado. Logo, não está sujeito a intervenções do governo. Isso significa dizer que sua cotação costuma ter mais estabilidade do que se considerarmos outros ativos, como os títulos do Tesouro, por exemplo.
Outra vantagem é que, em tempos de crise, o ouro tende a valorizar (como explicamos acima). É também nesses momentos em que o metal pode ser um ativo de alta liquidez, e isso pode ser um ponto positivo dependendo dos seus objetivos.
Além disso, o ouro pode ser usado também como hedge (proteção) contra a desvalorização da moeda. À lista de vantagens adicionamos ainda que, se pensarmos no longo prazo, pode valer a pena considerar o ouro uma opção de investimento mais segura.
Razões para não investir em ouro
Para saber se vale a pena investir em ouro, entretanto, precisamos também olhar para os pontos negativos. Nesse sentido, o risco é uma das grandes preocupações da grande maioria dos investidores quando analisam produtos no mercado financeiro.
A aplicação em ouro é vista como mais conservadora. Mas, como você deve saber, ela não possui a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), por exemplo, que protege muitos dos investimentos mais seguros do mercado nacional, como os CDBs, os LCIs e LCAs.
Já sobre a liquidez, quando há queda na demanda, o ouro pode ser um ativo pouco líquido. A baixa liquidez também pode ocorrer em momentos de crescimento econômico, pois o ativo pode perder a atratividade.
Outro ponto negativo a considerar é que, justamente por tratar-se de commodity, o metal pode sofrer interferência do clima. Se sua extração for dificultada, por exemplo, a cotação no mercado pode aumentar.
Como investir em ouro?
A negociação do ouro é por grama de ouro puro. Para investir na commodity via mercado financeiro deve-se abrir conta em uma instituição financeira, mas há outras opções de investimento em ouro.
Veja a seguir:
- Mercado futuro: a negociação acontece na bolsa de valores. Dessa maneira, o investidor deve procurar uma instituição devidamente cadastrada na B3. No mercado futuro a negociação do ouro como ativo físico é realizada entre investidores para a entrega no futuro. Ou seja, quem opta por essa modalidade tem o preço da transação já previamente estabelecido.
- Ouro físico: como indica o nome, o investimento na barra de ouro é na forma física. Trata-se de uma modalidade um pouco mais complicada e o investidor deve procurar uma instituição que comercialize o ativo.
- Fundos de investimento: das opções discutidas aqui, os fundos que investem em ouro são uma maneira mais acessível, pois têm menos burocracia e conta com um gestor profissional na administração. No entanto, é importante ficar atento ao tipo de gestão, o qual depende do tipo de estratégia do fundo.
A gestão pode ser mais passiva, refletindo somente as oscilações no preço, ou ativa. No segundo caso o gestor pode comprar e vender a commodity conforme o momento do mercado. Destacamos que, embora esta modalidade seja mais acessível, costuma haver cobrança de taxa de administração e de come-cotas.
- Maneiras alternativas: pode-se investir em ouro também comprando joias ou no mercado informal. Para esta modalidade, vale a pena destacar um ponto de atenção: o investimento no metal no mercado informal não traz a garantia de que ele esteja em sua forma pura.
Adicionalmente, existe o risco de o investidor não conseguir revender a joia, pois muitas não possuem registro de procedência legal.
Então, vale a pena investir em ouro?
A aplicação no ouro tende a ser mais indicada para objetivos de longo prazo. Afinal, conforme vimos, por ser uma commodity, o ouro pode sofrer muitas oscilações imprevisíveis. Nesse caso, para que o investidor possa ter rentabilidade, pode ser necessário um período mais longo de investimento.
Também é considerado um investimento mais conservador, o que pode ser útil para diversos tipos de carteira, especialmente porque, em momentos de oscilação dos ativos, o metal pode compensar o risco de outras aplicações. Portanto, em termos de diversificação do portfólio a commodity pode ser uma opção.
Mas, para saber se vale a pena investir ou não em ouro, o recomendado é que você, como investidor, analise seus objetivos, necessidades e perfil. E, apenas em seguida, veja se eles se encaixam com o investimento em ouro.
Para entender melhor sobre isso, confira nosso artigo: Investimento com objetivo: como investir para atingir uma meta?