Especialmente em momentos de crise, ficamos mais atentos – e com medo – com o que pode acontecer. Parte disso é porque sabemos que, de algum modo, seremos afetados financeiramente por esta situação.
Não seria o momento ideal, mas o fato é que são em situações caóticas que pessoas se dão conta de que precisam apertar o cinto, pois muitas sabem que poderão perder parte da renda por um tempo. Ou mesmo correr riscos adicionais, como uma situação de desemprego.
Se não há como evitar que isso aconteça (afinal, trata-se de algo que foge do nosso controle), podemos pelo menos estar mais preparados financeiramente. Para garantir que você tenha liquidez financeira (ou seja, dinheiro disponível para uso) nestes momentos, confira nossas cinco dicas para cortar gastos.
1. Organize o orçamento
Não há como cortar gastos na crise se você não faz ideia de como está o seu orçamento pessoal. Por isso, a primeira dica é saber exatamente para onde está indo seu dinheiro.
Caso não saiba por onde começar, passe a anotar seus gastos diários e faça isso por um mês. Mas, atenção: em situações extremas, como no caso do coronavírus, em 2020, sua rotina provavelmente vai mudar e alguns gastos poderão ser menores.
Se este for o caso, o recomendado é que observe seus padrões de consumo em dias normais. Você pode verificar o extrato bancário e/ou a fatura do cartão de crédito para isso. O ideal é que consiga ter uma ideia bem aproximada de quanto está gastando no seu dia a dia.
Em seguida, separe por categorias, como alimentação, moradia, lazer, transporte, vestuário, etc. Ao fazer isso você terá uma noção clara do que está fazendo com o seu dinheiro e em quais áreas precisa realizar ajuste, o que nos leva para a segunda dica.
2. Ajuste as despesas
Na primeira dica para cortar gastos você organizou as despesas. Agora está na hora de reorganizar para onde seu dinheiro está indo. Existem alguns métodos para isso. Um deles é o método do pote, o qual divide o dinheiro em:
- Pote 1: 55% da renda deve ir para necessidades básicas;
- Pote 2: 10% deve ir para entretenimento;
- Pote 3: 10% deve ser alocado para investimento de longo prazo;
- Pote 4: 10% para a educação;
- Pote 5: 10% para reservas particulares;
- Pote 6: 5% deve ser destinado para caridade e presentes.
Para entender de forma mais completa sobre o método do pote, recomendamos este artigo. Outro método que pode ser usado é o 50-30-20, que também divide a renda em categorias:
- 50% da renda deve ir para suas necessidades básicas;
- 30% da renda deve ser alocada aos itens flexíveis;
- 20% deve ir em direção aos objetivos financeiros;
Caso queira uma explicação mais completa, confira sobre o método 50-30-20 aqui.
Nestas situações de crise vale também fazer ajustes nos percentuais que, normalmente, você destina a cada área. Por exemplo, se for possível, busque alocar uma parte maior do seu capital em uma reserva particular, como a reserva emergencial. Assim, você corre menores riscos de passar por apuros, pois estará coberto financeiramente.
3. Fique atento ao cartão de crédito
Os gastos com o cartão de crédito costumam ser um grande vilão da organização financeira. E, definitivamente, você deve pensar em cortá-los em tempos de crise. Afinal, nesta situação, é ainda mais comum que se utilize o limite do cartão como uma extensão da renda. O resultado desta prática é, quase sempre, o endividamento.
O cartão de crédito, por outro lado, pode ser um grande aliado no controle dos gastos, desde que usado com inteligência. Isso significa que caso o seu tenha um limite alto, lembre-se que o único limite que importa é a sua renda. E não compre por impulso ou faça dívidas parceladas.
Portanto, em momentos de crise ou não, mantenha atenção aos gastos supérfluos que você faz com seu cartão de crédito. Lembre-se que a fatura sempre chega e que, se sua renda diminuir, você terá que pagá-la do mesmo jeito.
4. Faça lista de compras
Uma boa dica para cortar gastos e economizar na crise é ter em mãos uma lista de compras. Isso vale, inclusive, caso você faça compras online em supermercados.
Com uma lista dos itens necessários você evita comprar produtos desnecessários e foca somente no que precisa (e não corre o risco de esquecer o que era essencial e voltar para casa com o que não precisava ser comprado). Também vale a pena pesquisar e optar, nestes momentos, por alternativas mais em conta sempre que possível.
5. Não compre por impulso
Em momentos de crise é normal nosso emocional ficar abalado. Muitas pessoas ficam ansiosas e cada uma responde de um jeito a esse sentimento. Para muitos, a maneira de descarregar a ansiedade e se acalmar um pouco é fazendo compras.
A fim de evitar que as compras por impulso tomem conta da sua rotina, uma das dicas é: sempre que for fazer uma compra pergunte-se se realmente precisa daquele item. Não haja na impulsividade e espere 24 horas antes de passar o cartão ou tirar o dinheiro da carteira.
Esta, inclusive, deve ser uma prática a ser adotada em qualquer situação, e não apenas durante crises e situações difíceis. Existem também diversas outras estratégias para controlar o impulso na hora de comprar. Leia aqui.
Para fechar: em situações de crise, tenha uma reserva de emergência!
O ideal para passar por crises de maneira menos turbulenta é contar com uma reserva de emergência. Como o nome sugere, ela se refere ao dinheiro que deve ser usado somente em situações emergenciais, como é o caso de perda de parte da renda ou perda do emprego, por exemplo.
Também chamada de colchão financeiro, a reserva é composta, no mínimo, por seis meses do salário da pessoa. Quem a tem consegue lidar de forma mais tranquila com a crise quando ela chega, pois sabe que possui um dinheiro guardado para ajudar a manter as finanças organizadas durante este período.
Aqui no portal André Bona costumamos falar várias vezes sobre o assunto porque realmente acreditamos que a reserva de emergência é essencial. Para se aprofundar no tema, deixamos a sugestão de dois artigos:
- O guia definitivo da reserva de emergência: o que é, como montar e quais os melhores investimentos?
- Reserva de emergência: importância e alternativas para montá-la
Esperamos que estas nossas dicas para cortar gastos na crise e organizar suas finanças tenham lhe ajudado. Em caso afirmativo, compartilhe o post para que mais pessoas possam ser beneficiadas!