De modo geral, ainda é muito difícil encontrar mulheres investidoras que sejam conhecidas e lembradas no mercado financeiro. O número de mulheres aumentou nas Bolsas de Valores ao redor do mundo (principalmente no Brasil), mas ainda é muito baixo se comparado com os homens.
Felizmente, é possível encontrar nomes de investidoras que alcançaram resultados surpreendentes. Conhecê-las é importante para demonstrar que sim, investir no mercado financeiro também é possível para as mulheres.
Continue a leitura do artigo, entenda por que o protagonismo feminino no mercado financeiro ainda é baixo e conheça algumas grande investidoras que podem servir de inspiração para aquelas que desejam investir!
Por que mulheres investem tão pouco?
Sempre que pensamos em grandes investidores, é normal que venham apenas referências masculinas em nossa mente. Isso porque o mercado financeiro, no geral, é bem masculino, tendo muito pouca presença feminina nesse meio.
No Brasil, por exemplo, dos investidores na Bolsa de Valores, apenas 24% são mulheres. Ou seja, a maioria esmagadora (76%) são homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a mesma pesquisa, o número de mulheres que investem em títulos do Tesouro Nacional vem aumentando conforme os anos, sendo maior nesse meio (cerca de 31%). Apesar da presença feminina no mercado financeiro, principalmente na Bolsa de Valores, ainda ser muito baixo, esse número aumentou e parece crescer conforme o avançar dos anos.
Mas, por que há tão poucas mulheres que investem no mercado financeiro? Há diversos fatores que contribuem para esse cenário. Confira alguns deles a seguir!
Herança cultural
As mulheres entraram no mercado de trabalho há poucos anos. Antes disso, eram destinadas ao lar, cabendo ao homem o sustento da casa e de ocupar-se das finanças e da vida pública.
Somente em 1962 que elas puderam ter autonomia e trabalhar sem pedir a permissão do marido. Inclusive, foi a partir desse ano que passaram a poder ter CPF e conta no banco no Brasil.
Ainda há quem acredite que “dinheiro” seja assunto de homem. Tanto que quem ocupa cargos relacionados a finanças e gestão financeira nas empresas são, em sua grande maioria, homens.
Além disso, falta autoconfiança. A gestora de ativos Franklin Templeton realizou uma pesquisa global e constatou que 41% das mulheres alegam saber menos sobre investimentos do que a maioria das pessoas. Entre os homens, cerca de 23% deram essa resposta. Muitas não se sentem capazes e acham que não são inteligentes para isso.
Desigualdade salarial
Outro problema que afasta as mulheres dos investimentos é a desigualdade salarial. Elas ainda ganham menos para desempenhar as mesmas funções. Em média, recebem 22% a menos que os homens, mas essa porcentagem pode chegar a muito mais em certos casos.
Em cargos superiores, como diretoria ou gerência, pode chegar a 30% ou mais, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Realidade familiar
Muitas mulheres, inclusive de baixa renda, são chefes de famílias e criam seus filhos sozinhas. Assim, seus recursos acabam sendo utilizados na criação deles e no cuidados com a casa. Além disso, há muitos lares brasileiros com esposas que são donas de casa, dependendo totalmente do salário dos maridos.
7 mulheres investidoras incríveis que você precisa conhecer
Depois de entender os motivos pelos quais poucas mulheres investem, confira algumas grandes investidoras ao redor do mundo que devem servir de inspiração para muitas que não se sentem capazes para entrar no mercado financeiro!
1. Geraldine Weiss
Geraldine Weiss foi uma das mulheres que conseguiu influência nessa área predominantemente masculina. Conhecida como “a grande dama dos dividendos”, se interessou por finanças em meados de 1960, quando passou a ler e estudar sobre o assunto.
Chegou a ser rejeitada por diversas corretoras antes de fundar, em 1966, seu boletim informativo, o Investment Quality Trends (IQT), o qual presidiu até 2002. Inclusive, por causa do preconceito, assinava seu nome como G. Weiss, para esconder seu primeiro nome.
Ela classificava ações e analisava o rendimento de dividendos de empresas de grande porte, principalmente as chamadas blue chips. As recomendações do boletim informativo tiveram retornos de cerca de 11,2% por ano nos últimos 30 anos, ultrapassando até mesmo resultados de grandes nomes do mercado.
2. Eufrásia Teixeira Leite
Esse nome precisa ser conhecido por todos os investidores brasileiros. Ela foi considerada a primeira mulher a investir na Bolsa de Valores brasileira, em 1873. Inclusive, investiu tão bem que multiplicou a fortuna que havia herdado de seus pais.
Nessa época, as mulheres tinham apenas o papel de ser a cuidadora do lar. Entretanto, Eufrásia nunca se casou e tornou-se uma mas mulheres mais ricas do seu tempo.
Era filha de barões de café e aprendeu a lidar com números e dinheiro desde muito nova. Foi incentivada principalmente pelo seu pai, que queria que ela gerisse a imensa fortuna. Ela chegou a viver na Europa e operar nas principais Bolsas do Mundo.
2. Sallie Krawcheck
Considerada uma das mulheres mais bem-sucedidas de Wall Street. Foi CEO da Sanford C. Bernstein, CFO do Citigroup e presidente da divisão de investimentos do Bank of America.
Atualmente, é CEO e fundadora da Ellevest, dedicada às mulheres investidoras. A empresa tem justamente esse objetivo de diminuir a desigualdade entre homens e mulheres no mercado financeiro.
3. Abigail Johnson
Considerada a sétima mulher mais poderosa do mundo, de acordo com a Forbes. Ela é presidente da Fidelity Investments, fundada em 1945 por seu avô.
4. Camila Farani
Conhecida por ser uma das juradas no Shark Tank Brasil, é especialista em empreendedorismo feminino e hoje é considerada uma das maiores investidoras-anjo do país. Fundou o Mulheres Investidoras Anjo para incentivar o interesse feminino em startups.
Apesar de ser investidora de empresas, não deixa de servir de inspiração para mulheres brasileiras!
5. Abby Joseph Cohen
Economista e analista financeira em The Wall Street. Atualmente, atua como diretora consultiva da Goldman Sachs, mesmo depois de ter se aposentado. Era líder da Global Markets Institute e foi estrategista-chefe de investimentos nesta empresa.
6. Linda Bradford Raschke
Financista, opera principalmente como trader de commodities e futuros e é presidente da LBR Group Inc., empresa de gestão financeira. E presidente da LBR Asset Management, uma CPO.
7. Muriel Siebert
Nascida em 1928, é conhecida como a primeira mulher do mercado financeiro nos Estados Unidos. Isso porque foi a primeira do seu sexo a ter um cargo de importância na Bolsa de Valores de Nova Iorque e foi uma das primeiras mulheres a chefiar uma das firmas-membro da NYSE.
Pode ser considerada a mulher que abriu espaço para outras ocuparem cargos de liderança em importantes bolsas nos Estados Unidos. Tanto que, atualmente, há duas mulheres na liderança de duas Bolsas de Valores de peso. São elas:
- Adena Friedman: presidente e CEO da Nasdaq;
- Stacey Cunningham: banqueira, presidente da Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE).
Aqui você viu 7 mulheres investidoras que podem ser grandes exemplos ao redor do mundo. A história delas serve para demonstrar que mulheres também são competentes para investir e ocupar espaços importantes no mundo dos investimentos.
Elas são a prova de que é essencial ter autoconfiança no próprio potencial e que investimentos também pode ser um assunto de mulheres!
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