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Quando iniciamos nossa jornada no mundo da educação financeira, no geral, ficamos curiosos e empolgados com as novas informações que absorvemos. Seja uma pessoa com perfil de endividada, no “zero a zero” ou poupadora, se você segue o Blog de Valor e outros blogs de economia e o nosso canal do YouTube, eventualmente, começa a entender melhor o mundo das finanças e investimento e tudo o que ronda este importante universo.

Como consequência, buscamos aumentar a capacidade de poupança para aumentar nossos aportes ao longo do tempo. A partir disso, passamos a buscar alternativas – seja de emprego, renda extra ou corte de gastos. E, neste contexto, frequentemente surge um problema.

Este problema acaba residindo na obsessão e no mau gerenciamento de energia para tentar cortar gastos desnecessários no dia a dia, que quase sempre resultam em estresse mental e um aumento na renda pouco relevante.

Por isso, no artigo de hoje – inspirado em um vídeo do André Bona sobre este tema – abordarei alguns mitos e falácias propagadas em diversos veículos de comunicação sobre corte de gastos que podem fazer muito mal para seu bolso e sua saúde.

O melhor para o bolso

Você conhece aquela pessoa “pão dura”, que visa economizar até mesmo nas coisas mais irrisórias do dia a dia? Ou, de repente, você mesmo acredita que cortar aquele cafezinho diário é o melhor para o seu bolso?

Se você ainda acredita ou conhece alguém que imagina que este tipo de economia é o que lhe trará resultados factíveis ao longo do tempo, talvez seja o momento de reconsiderar seus hábitos e crenças. Vamos tentar refletir sobre esses tópicos logo abaixo. Acompanhe!

Cortando o cafezinho para poupar dinheiro

Não raro, professores e pessoas que possuem amplo conhecimento em educação financeira recomendam que você corte todo tipo de gasto supérfluo – inclusive, aquele seu cafezinho pós-almoço. Será que isso é o mais indicado – o que irá, de fato, trazer benefícios tão grandes no longo prazo? Vamos fazer as contas.

Vamos supor que você trabalhe em um grande centro urbano, num local em que estão concentras as maiores empresas do Brasil: por exemplo, Avenida Paulista, Faria Lima ou Vila Olímpia, em São Paulo. Se esse for o caso, um café pequeno sai em torno de R$ 6 a xícara.

Utilizando uma taxa real de 1% ao mês (estou sendo mais do que otimista, dificilmente essa taxa é conseguida em renda fixa), também, vou dar uma super forçada e não vou considerar que existe imposto a ser pago (o que é impossível de acontecer no mundo real). No final das contas, após 20 anos, você terá economizado R$ 178.065,97.

Acontece que o café após o almoço é uma situação prazerosa para muitas pessoas e, ao cortar esse gasto ínfimo, você estará em guerra com seu cérebro. Além disso, pense nos efeitos colaterais que isso poderia trazer: mau humor, pior desempenho no trabalho, entre outros.

Cancelando o Netflix para poupar dinheiro

Uma inovação tecnológica que trouxe alegria para diversos “caseiros”, o Netflix possui uma assinatura premium no valor de R$ 37,90 na época dessa publicação (este valor está considerando o plano com o custo mais elevado). Vamos fazer a conta a juntos!

De novo, vou ser muito mais do que otimista e utilizar uma taxa real de 1% ao mês. No final do período de 20 anos, você teria um valor equivalente a R$ 37.294,78. Claramente, um esforço que não compensa apenas pelo fator financeiro.

Aqui, devemos levar em conta situações de lazer e também de uso. Obviamente, se você é detentor de uma assinatura, mas não a utiliza, então talvez seja o caso de repensar este gasto e até realocar para uma outra forma de lazer que é, de fato, usufruída.

Não pagar a anuidade do cartão de crédito para poupar

Outra grande besteira é utilizar um cartão sem anuidade simplesmente pelo fato de que ele é de graça. Acontece que muitos desses cartões não possuem programas de milhas ou programas de fidelidade, prendendo você a serviços limitados. Por conta disso, esta pode ser considerada mais uma maneira incorreta de poupar dinheiro.

Não basta apenas levar, portanto, o financeiro em relação a pagar ou não pagar esta anuidade do cartão de crédito, mas sim todo o contexto de pontos e benefícios usufruídos.

Novamente, caso utilize pouco o cartão de crédito, de fato, talvez o melhor caminho a seguir seja um com anuidade zero; devemos analisar caso a caso. Porém, se você é o tipo de pessoa que concentra todos os gastos e contas no seu cartão, talvez valha a pena considerar um bom programas de milhas. Existem diversos cartões que oferecem esse tipo de serviço, basta verificar se ele se adéqua à sua realidade.

Vale lembrar que o programa deve se ajustar a você e não o oposto; caso queira gastar mais por causa do programa de milhas, acredito que esteja com o pensamento errado a respeito do que é o programa e seu respectivo papel.

Comprar o sapato mais barato como forma de economia

Durante algum tempo da minha vida, trabalhei de roupa social e isso incluía o famoso sapato social. Erroneamente, eu adquiria o produto mais barato que podia encontrar, acreditando que isso me pouparia algum dinheiro.

Porém, quando analisei melhor essa escolha, percebi o erro que havia cometido. Isso porque eu gastava R$ 100 a cada 3 meses em um novo sapato, graças à péssima qualidade dos modelos que eu adquiria, enquanto que poderia gastar em torno de R$ 300 em um produto de qualidade que duraria um ano. Logo, comprando o mais caro, eu economizaria cerca de R$ 100 anualmente.

Isso acontece com os mais diversos itens do nosso dia a dia: sapatos, roupas, eletrônicos, entre outros. Nestas situações, o melhor é analisar se, de fato, vale a pena pagar menos por um produto de qualidade inferior.

Aquisição de produtos em promoção

Muitas pessoas utilizam épocas festivas – nas quais descontos são concedidos – para aproveitar e conseguir pagar mais barato em diversos produtos, com o objetivo de poupar dinheiro. Entretanto, de nada adianta comprar e gastar mais do que você, de fato, necessita.

Por exemplo, você vai às compras e adquire 10 peças de roupas quando, na verdade, precisaria de apenas 5. Ainda que o preço tenha como resultante a mesma quantia, dificilmente você deixaria de comprar mais peças em uma próxima promoção.

Se o objetivo era utilizar a promoção para economizar algum dinheiro, então o caminho mais indicado seria comprar a mesma quantidade dos produtos de sua real necessidade. Desta forma, você estaria, de fato, economizando e não apenas consumindo de maneira impulsiva.

Conclusão

Neste artigo, procurei apresentar algumas situações que devem ser repensadas por todos nós que procuramos poupar na hora de consumir. Afinal, nem sempre conseguimos nos controlar ou fazemos escolhas erradas que prejudicam nossa qualidade de vida e nossa saúde – que é o bem mais precioso que possuímos.

Por isso, antes de escolher a maneira incorreta de poupar dinheiro, procure atentar-se ao que está sendo economizado e verifique se, de fato, está fazendo uma boa escolha.

E você, conhece alguma outra maneira incorreta de poupar dinheiro? Então deixe seu comentário e compartilhe-a conosco!

 

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Aluno do curso O Investimento Perfeito, possui experiência como analista de crédito PJ no mercado financeiro. Acredita que a educação financeira é um conhecimento primordial na vida das pessoas e busca espalhar essa filosofia para aumentar a qualidade de vida de todos ao seu redor.

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