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Quem está em seu primeiro emprego tem necessidades, sonhos e desejos muito diferentes de quem já se aposentou. Por isso, há indicações específicas de investimentos para cada fase da vida.

Essa é uma questão mais complexa do que parece, pois a idade e o momento profissional são apenas alguns dos fatores que pesam na hora de indicar ativos financeiros.

O perfil do investidor (o quanto ele tolera de riscos) e seus objetivos de curto, médio e longo prazo (compras de bens e aposentadoria, por exemplo) também precisam ser levados em consideração.

A seguir, falaremos um pouco sobre algumas possibilidades de investimentos para quem está dando seus primeiros passos na vida profissional, quem já está formando sua família e quem está perto de se aposentar ou já se aposentou. Confira!

20 a 35 anos: começo da vida profissional

Recém-formados e pessoas que estão no seu primeiro emprego têm uma grande vantagem na hora de investir: o tempo está a seu favor. O passar dos anos ajuda a acumular ganhos de juros compostos e também dá mais chances para se recuperar de perdas, o que permite assumir mais riscos.

Por isso, é bom começar a investir o quanto antes, mesmo que a renda, ainda não tão grande, permita apenas pequenos aportes mensais. A disciplina nos gastos e a regularidade das aplicações faz toda a diferença no seu futuro financeiro.

E em que o jovem deve investir? Se ele tiver um perfil mais arrojado e tolerar bem as altas e baixas nos retornos da renda variável, a hora é de tomar riscos visando o longo prazo:

  • fundos de ações;
  • ETFs (fundos de ações negociados em bolsa, que replicam índices do mercado financeiros, como o Ibovespa);
  • fundos multimercados.

Títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, também podem ser interessantes para a aposentadoria.

Nessa fase da vida, o jovem também tem alguns desejos e necessidades específicos, como o primeiro carro e uma casa própria.

O principal foco, entretanto, deve ser em investir nos estudos e na qualificação profissional, pois esses podem ser diferenciais na hora de conseguir um bom emprego e uma renda mais elevada. Dificilmente uma aplicação trará o mesmo dinheiro que um bom salário.

Títulos de crédito privado, como CDBs, LCIs e LCAs podem oferecer bons rendimentos para alcançar esses objetivos e conferem mais previsibilidade ao planejamento financeiro, seja para compra de bens, seja para financiamento de cursos de graduação e pós-graduação.

35 a 50 anos: topo da carreira

Nessa fase da vida, muitas pessoas passarão a alcançar certo grau de prestígio em seus ofícios, o que pode vir acompanhado por uma remuneração considerável. Além disso, novas responsabilidades surgem, como sustentar a casa e ter filhos.

O tempo até a aposentadoria também é menor, o que pode tornar irreversíveis algumas perdas no patrimônio. Por isso, é hora de diminuir riscos, reduzindo a parcela destinada a ativos de renda variável, como ações, fundos de ações e fundos multimercados.

Por outro lado, é hora de aumentar a proporção de investimentos em ativos mais conservadores e com boa liquidez, como fundos de crédito privado, Tesouro Selic e CDBs com liquidez diária.

Esses ativos permitem resgate em caso de emergências e fases difíceis, o que pode fazer a diferença na hora de garantir a segurança e o conforto da família.

50 a 65 anos: hora de pensar na aposentadoria

À medida que a aposentadoria se aproxima, é chegado o momento de proteger o patrimônio que já foi construído. O tempo para se recuperar de perdas é mínimo, então tome cuidado e reduza o risco de sua carteira.

Uma das grandes ameaças ao dinheiro acumulado é a inflação. Por isso, investir em títulos públicos atrelados à índices de preços com vencimento em médio prazo é escolha interessante.

Hoje, por exemplo, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2024 ou 2035 cumpriria bem esse papel de assegurar o poder de compra pelas próximas duas décadas.

Também é hora de destinar uma fatia maior da carteira de investimentos para ativos com boa liquidez, como o Tesouro Selic, pois pode haver um aumento considerável em alguns tipos de gastos, como despesas médicas.

65 anos em diante: investir para gerar renda

Nessa fase da vida, não há mais tempo para grandes riscos. O ideal é destinar a maior proporção do patrimônio a ativos seguros, como títulos públicos.

Uma parte da sua carteira pode estar alocada no Tesouro Selic, que tem sempre rentabilidade positiva, sem surpresas ou sustos para o investidor.

A grande necessidade do aposentado, entretanto, é ter rendas para complementar sua aposentadoria, seja ela pública ou privada. Viu como os investimentos para cada fase da vida variam?

Uma opção bastante conservadora são os títulos públicos que pagam juros a cada seis meses, como o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.

Como esse pagamento se dá em datas diferentes para cada um dos títulos (que você pode ver em detalhes no calendário de cupons), o investidor pode diversificar suas aplicações e receber seu dinheiro com uma frequência maior, como forma de ter um fluxo constante de receitas.

Para aqueles que têm mais disposição ao risco, uma alternativa são os fundos imobiliários, de preferência aqueles que possuem imóveis alugados para bons pagadores, como órgãos governamentais. Esses fundos distribuem seus lucros vindos de aluguéis aos cotistas, o que pode ser um ótimo complemento de renda.

Outra opção é o investimento em ações de empresas que sejam boas pagadoras de dividendos. Além de receber esses lucros, algumas dessas companhias estão entre as mais sólidas da bolsa, o que diminui oscilações.

O investimento nesse tipo de ação pode ser feito tanto diretamente, comprando os papéis na bolsa de valores, quanto por meio de fundos de dividendos, os mais conservadores entre os fundos de ações.

No entanto, esses dois últimos investimentos não podem representar uma parcela muito significativa do patrimônio total. Afinal, apesar de toda a análise e seleção dos ativos, ainda representam riscos.

Agora você conhece quais são os melhores investimentos para cada fase da vida. Não se esqueça de descobrir qual é o seu perfil de investidor e definir objetivos, pois só com todos esses fatores é possível desenvolver um planejamento financeiro eficiente e adequado e montar uma carteira de investimentos diversificada.

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