Você é o tipo de pessoa que tem dúvidas sobre a necessidade ou não dos seguros de carros e outros tipos de apólice de proteção de patrimônio? Se este não for seu caso, certamente você deve conhecer ou já ter ouvido falar de alguém que acredita que não vale a pena manter um seguro veicular.
Seja em relação aos seguros de carros ou outra modalidade de seguro, no entanto, é importante ter em mente que a seguridade tem como principal objetivo manter protegido aquilo que se tem, como um carro, uma casa ou até mesmo a saúde, no caso dos seguros saúde. E, por conta disso, a escolha em ter ou não um seguro acaba impactando diretamente no planejamento financeiro pessoal.
No artigo de hoje você entenderá melhor como funciona esta relação entre seguros de carros, em especial, e o planejamento financeiro pessoal e entenderá a importância de utilizar os seguros para proteger o seu patrimônio.
Seguridade e o planejamento financeiro pessoal
A seguridade e o planejamento financeiro pessoal são questões que se relacionam durante boa parte da vida de cada pessoa. Para ilustração desta relação, usarei um gráfico do livro “Investimentos”, do Mauro Halfeld, por entender que ele se trata de um dos pilares do planejamento financeiro pessoal.
Acompanhando o gráfico, podemos verifica que, no eixo X, temos uma escala de faixa etária (idade), enquanto que, no eixo Y, temos o patrimônio acumulado ao longo da vida de cada indivíduo. A acumulação de patrimônio ocorre no decorrer dos anos de vida. Essa é a perspectiva natural da formação do patrimônio pessoal.
Gráfico do livro “Investimentos”, de Mauro Halfeld
Durante o processo de formação desse patrimônio, todos estamos expostos a uma infinidade de fatos, contratempos e situações imprevistas. E como proteger o nosso patrimônio e dar continuidade à sua evolução? Uma das formas é através da seguridade.
Seguros de carros: por que é importante?
Ao adquirirmos um carro, adquirimos também um patrimônio. No caso do carro, estamos falando de um bem móvel, que irá “se mover” com freqüência, nos levar ao trabalho, ao lazer, ao supermercado e à grande parte de nossas atividades.
Por isso, em todas essas situações, estaremos vulneráveis aos riscos pertinentes a esse tipo de bem: roubo, colisão, acidentes, etc. E qual o papel do seguro de automóvel? É justamente o papel de “proteger” o patrimônio.
Confira a seguir dois casos, A e B, que são bastante comuns em nosso dia a dia. Se você não se encaixa em nenhuma destas situações, certamente conhecerá algum amigo ou parente que pode estar inserido em um destes dois casos:
Caso A:
Imagine que uma pessoa junte, durante um período, um determinado capital com a intenção de adquirir, à vista, um veículo de, por exemplo, R$ 70 mil. Imagine agora que o dinheiro, antes aplicado no banco, será transferido para o carro.
E se esse carro for roubado? Neste caso, sem seguros de carros, corre-se o risco de perder o patrimônio completamente.
Para evitar esta situação, o proprietário do veículo poderá optar por fazer um seguro e, caso seja roubado, terá protegido integralmente o seu patrimônio.
Caso B:
Suponha agora que uma pessoa não possua reservas financeiras, mas deseja adquirir um veículo 100% financiado por um banco. Neste outro caso, se for roubado, continuará devendo ao banco e não terá o patrimônio pelo qual pagou parcialmente.
Fazer o seguro nessa situação garante ao segurado a proteção da parte que pagou (seu patrimônio) e garante, ainda, a devolução ao banco da parte que lhe cabe. Ou seja, elimina-se esse risco, protegendo o patrimônio e evitando um endividamento desnecessário.
Por isso, se você tem ou pensa em ter um veículo em breve e não possui seguro, talvez seja o momento de repensar suas decisões e integrar o custo da seguridade ao seu planejamento financeiro pessoal para proteger o seu patrimônio.
E por que os ricos não fazem seguros de carros?
Um dos motivos pelos quais muita gente ainda torce o nariz para seguros de carros são os rumores de que as pessoas mais ricas não fazem seguros de seus carros. Mas, será que isso é verdade? Será que esta decisão pode ser aplicada no dia a dia da maioria das pessoas?
Neste caso, temos que analisar a decisão de cada um de outra maneira. Imagine que você possua uma empresa com uma frota de carros ou possua uma grande quantidade de veículos particulares em sua garagem. Se for segurar todos os carros, seu custo será muito elevado.
É importante sempre ter em mente que as seguradoras se baseiam em probabilidades estatísticas para definir o valor do prêmio (é o custo que pagamos para ter direito ao seguro). Trata-se do prêmio, pois é um prêmio pago para que a seguradora assuma o risco que é nosso.
Vamos analisar um veículo e o custo de seu seguro. Hipoteticamente, teríamos um veículo de valor de mercado de R$ 50 mil. Supondo que o prêmio custe algo em torno de R$ 2,5 mil, concluímos que o prêmio corresponde a 5% do valor total segurado. A seguradora teria prejuízo nessa transação apenas se houvesse um sinistro (roubo, perda total do veículo, etc) e tivesse que pagar o valor do carro ao segurado.
Mas a análise da seguradora não é assim. Como se baseia em estatísticas, ela fará uma avaliação da seguinte forma: quantos roubos de carro ocorreram em determinada região com relação ao total de veículos da mesma região?
Suponha que a cada 100 mil carros nas ruas, 500 são roubados. Isso significa que a probabilidade de roubo na região é de 0,5%. Então, se o prêmio é de 5% do valor segurado, a seguradora tem as despesas comerciais (comissões), impostos e despesas administrativas e, se isso representar cerca de 3% do valor segurado (isso é um exemplo didático!), então lhe sobra líquido 2%, dos quais 0,5% serão utilizados para pagamento dos sinistros de toda a sua base de clientes e os 1,5% será o seu lucro. Uma bela margem!
Quando um empresário possui uma frota de veículos (1000 veículos, por exemplo), a conta a ser feita também é estatística. Ele muito dificilmente será roubado em TODOS os 1000 veículos. Talvez possa ser roubado em 1 a cada 5 anos, por exemplo, e ainda assim valerá a pena não contratar o seguro para toda a frota. Será mais barato ser roubado, eventualmente, do que segurar todos os veículos 100% do tempo.
Isso se aplica em casos nos quais pessoas com muito dinheiro possuem uma quantidade grande de veículos. Nestas situações, acaba valendo a pena absorver o risco a fazer um seguro de cada um dos carros. Estes exemplos, portanto, acabam sendo a exceção – e não a regra – em se tratando de seguros de carros.
Quando fazer um seguro?
Considerando mais uma vez o gráfico do Mauro Halfeld, você já deve ter percebido que a fase de acumulação de patrimônio exige a presença da seguridade. Afinal, é o momento da defesa do patrimônio.
Já posteriormente, com um patrimônio formado e muito mais sólido, pode-se até abrir mão dessa seguridade, uma vez que caso um sinistro ocorra, não haverá uma perda significativa do patrimônio. Vamos supor que um indivíduo possua, com 65 anos, um patrimônio acumulado de, por exemplo, R$ 2 milhões.
Se o carro de 100 mil que possui for roubado, ainda que o prejuízo seja significativo, não impactará de forma decisiva em seu patrimônio. Ainda assim, dependendo do valor do seguro, pode valer muito a pena segurar o veículo e evitar eventuais transtornos.
Isso não significa, entretanto que todas as pessoas em fase de formação de patrimônio devem, obrigatoriamente, ter seguros – ao menos do ponto de vista financeiro. Isso porque cada indivíduo tem uma determinada tolerância ao risco.
Alguns aceitam com naturalidade o risco de perder o automóvel. Outros, não. Dessa forma, isso é como adequar um investimento em ações a um investidor: tem gente que gosta de colocar toda a sua reserva em bolsa de valores. Tem gente que passa mal se estiver exposto a uma perda de 1%.
É perfil. É individual. Porém, quando ministro cursos de bolsa, digo sempre: “o seu estômago é que vai dizer”. Por isso, se optar por não ter o seguro e ficar perdendo noite de sono, eu recomendo que faça o seguro. Se optar por fazer o seguro e ficar se remoendo pelo valor pago de prêmio, então não faça, mas tenha ciência do risco a que está exposto.
Também é importante ter em mente que o seguro nem sempre protege apenas o seu patrimônio. A maior parte das apólices também protege o segurado de eventuais danos a terceiros – evitando despesas inesperadas, que acabam sendo absorvidas pela seguradora.
Coberturas especiais e benefícios adicionais
Além disso, atualmente, existem seguros que oferecem uma série de benefícios e coberturas especiais.
Imagine uma colisão: seu carro vai para a oficina e você não tem como se locomover. Com um carro reserva contratado, sua vida não muda em quase nada. Tudo é resolvido sem transtornos.
Como o mercado de seguros é competitivo, além do carro reserva, uma série de outros serviços adicionais são disponibilizados para os clientes das seguradoras, via assistência 24 horas. Confira alguns deles:
Alguns desses benefícios:
• Reboque
• Chaveiro
• Troca de pneus
• Serviços de despachante
• Serviços adicionais de pequenos reparos para residência (hidráulica, elétrica, desentupimento, chaveiro, etc).
Estes são benefícios que pouco lembramos de utilizar, mas que comumente fazem parte das apólices de seguros de carros. Em muitos casos, estes benefícios adicionais podem fazer o segurado até mesmo economizar em algumas situações de necessidade.
Em relação às coberturas especiais, você pode, por exemplo, adaptar o seu seguro à sua realidade, como reduzir o valor do bem segurado. É uma alternativa para baratear o prêmio e manter o seguro. Também é possível contratar seguro somente para atender a terceiros, em casos de acidentes, ou fazer uma apólice somente de cobertura para roubos, por exemplo.
Motoristas profissionais, taxistas e outros
Outra questão importante a ser considerada quando o assunto é seguros de carros é quanto à cobertura também para profissionais que utilizam o carro para o seu sustento, como os motoristas de aplicativos (como a Uber), taxistas, e outros. Com o veículo parado por conta de uma pane ou um acidente, estes profissionais não geram renda para sua manutenção.
Existem seguros específicos para esses casos e, na maioria das situações, é altamente indicado manter o veículo com seguro. Afinal, seria uma maneira de não apenas proteger o patrimônio, mas blindar, de algum modo, seu planejamento financeiro pessoal e proteger seus rendimentos.
Portanto, quando o assunto é seguros de carros, não pense no seguro do seu automóvel como um custo na sua vida financeira. Pense na proteção do seu patrimônio e em serviços adicionais que pode dispor em caso de necessidade.
Lembre-se que é muito mais fácil encaixar o custo de uma seguridade no seu orçamento e no planejamento financeiro pessoal que ter de lidar com uma perda do seu patrimônio ou mesmo com custos extras resultantes de um acidente veicular.
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*Artigo publicado originalmente em 22/10/2011. Atualizado em 30/01/2019.
2 Comentários
Excelentes dicas, o problema é que com a crise que sofremos actualmente esse processo não é tão linear!
Realmente não é linear. Mas é sempre bom ter um planejamento para enfrentar as situações adversas.