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A geração Z tem características marcantes de comportamento e personalidade. Entre elas, está o fato de ser composta por pessoas multitarefas, por serem as primeiras a já nascer em um mundo no qual a tecnologia propicia atividades simultâneas.

Logo, o modo como esses indivíduos lidam com o dinheiro não poderia ser diferente disso. A economia digitalizada e a tecnologia financeira estão fortemente presentes no dia a dia deles, e os auxiliam no destino de suas finanças e investimentos.

Quer saber o que significa geração Z, quais são as suas características e os seus comportamentos em relação ao dinheiro? Confira, a seguir!

Afinal, quem compõe a geração Z?

A geração Z, também chamada de Gen Z, é composta por pessoas que nasceram no fim da década de 1990 e início dos anos 2000, até 2010. Em 2021, a geração Z representava mais de 20% da população do Brasil e, aproximadamente, 40% dos consumidores do mercado.

Esse público é conhecido por ser nativo digital, ou seja, já nasceu conectado à internet. Por ter contato muito cedo com o dinamismo das informações e por manter uma relação intensa com a tecnologia, esses indivíduos costumam ser críticos e seletivos. Frequentemente, eles são autodidatas online.

Como a geração Z se comporta em relação ao dinheiro?

Essa relação tão próxima com os meios digitais faz com que o comportamento dessas pessoas em relação ao dinheiro chame a atenção por apresentar características interessantes. Assim, quando o assunto são finanças e investimentos, a geração Z tem algumas características em comum.

Veja só:

  • consciência do impacto ambiental e social da empresa, o que costuma levar a procurar por investimentos ESG (Environmental, Social and Governance);
  • maior atenção aos hábitos de consumo e ao orçamento;
  • busca por educação financeira para saber cuidar do próprio dinheiro;
  • entendimento de que é preciso guardar recursos para o futuro;
  • atualização constante de informações sobre economia para tomar decisões;
  • disposição para pagar mais, desde que tenha uma boa experiência financeira;
  • uso de diferentes tecnologias para economizar e ganhar mais dinheiro.

Qual a relação da geração Z com a poupança?

Sendo pessoas mais interessadas em assuntos ligados a finanças, é natural que a geração Z tenha preferências diferentes das anteriores quando se trata de investimentos. Por exemplo, elas são menos apegadas à poupança em relação a indivíduos de outras gerações.

Essa característica da geração Z apareceu na 6ª edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro 2023 da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Como comparação, a caderneta é o investimento mais citado pela população entre 41 e 75 anos, que abrange as gerações X (31%) e boomers (30%).

Já entre as gerações mais jovens — millennials (25%) e Z (16%), a proporção é menor. Um recorte desse estudo ainda mostrou que todos os grupos cresceram em número de investidores, de 2021 para 2022. As pessoas pertencentes à Gen Z, em especial, tiveram alta de 8 pontos percentuais, atingindo 34% nesse período.

Onde a geração Z investe?

Apesar de aparecer entre os investidores que priorizam a poupança, a Gen Z aparenta ter uma predisposição para arriscar mais em busca de retorno rápido nos investimentos.

Observe como a geração Z (16 a 25 anos, em 2023) investe, segundo a ANBIMA:

Caderneta de poupança 16%
Fundos de investimentos 7%
Títulos privados 5%
Moedas digitais/criptomoedas/criptoativos 7%
Ações na bolsa de valores 5%
Previdência Privada 2%
Tesouro Direto 2%
Moedas estrangeiras 2%

Investimentos alternativos, como NFTs, costumam fazer sucesso com a geração Z. Essa é a sigla em inglês para non-fungible tokens, ou tokens não fungíveis. Uma das razões para essa atração é o fato de parte desses ativos estarem diretamente ligados a temas como games e futebol.

Geração Z na bolsa de valores

Embora muitas pessoas estejam na poupança e em começo de carreira profissional, a geração Z já aparece na bolsa de valores, como identificado. Um dos principais fatores que levam esses indivíduos a ter um comportamento mais arrojado é a busca por retorno rápido.

Outro motivo é explicado pelo fato de essas pessoas se permitirem arriscar mais devido ao maior tempo de vida que esperam ter pela frente para recuperar possíveis perdas.

Quais as principais fontes de informação para decidir onde investir?

Outro dado importante que a pesquisa da ANBIMA trouxe é a fonte que a geração Z costuma consultar para tomar decisões financeiras. Nesse recorte da população, o papel do assessor de investimentos apareceu em queda.

Logo, esse público não demonstra muito interesse em buscar informações com esses profissionais, seja de forma presencial ou online. Sites de notícias, amigos e parentes apareceram no topo de fontes mais relevantes para a geração Z, mostrando que ela segue os conselhos de quem confia.

Em seguida, aparecem aplicativos de bancos e influenciadores financeiros. Veja o resultado:

  • amigos/parentes: 21%
  • sites de notícias: 21%
  • aplicativos de bancos: 13%
  • influenciadores financeiros: 12%
  • assessores de investimentos: 8%
  • portais, fóruns de investimentos e blogs: 7%
  • consultorias/casas de análises: 4%

Qual o impacto das características da geração Z no mercado financeiro?

Você entendeu que o olhar crítico é uma das marcas das pessoas que compõem a geração Z, certo? Essa é uma das razões, por exemplo, para que esses indivíduos mostrem uma exigência maior em relação à ética e transparência das empresas, seus impactos sociais, econômicos e ambientais, além de suas experiências digitais.

Essas características se acentuaram durante a pandemia, momento em que houve uma aceleração digital jamais vista antes. Desse modo, as empresas — principalmente aquelas do mercado financeiro — tiveram que se adaptar às novas necessidades dos clientes rapidamente.

Então, diante da crescente influência da geração Z nos padrões de consumo, as organizações começam a se modernizar e priorizar os valores praticados por ela — para que não fiquem para trás. Portanto, vale a pena observar essas transformações ao tomar decisões sobre seus investimentos.

Agora que você já entendeu como funciona a geração Z e quais são as suas principais características, poderá entender mais sobre as tendências do mercado financeiro para o futuro. Ainda que a segurança da poupança mantenha uma atração sobre essas pessoas, elas parecem mais dispostas a buscar rentabilidades maiores em alternativas mais arriscadas.

Que tal aprender mais sobre como investir em renda variável? Veja como dar os primeiros passos nessa classe de investimentos!

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O Portal André Bona é um site de educação financeira independente, que tem como missão auxiliar pessoas e famílias a melhor compreender o mercado financeiro e seus produtos.

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