Quando você decide realizar uma compra, pagá-la à vista não costuma ser a única alternativa, certo? Na B3, a bolsa de valores brasileira, também há a chance de efetuar operações com pagamento no futuro — e é para isso que existe o mercado a termo.
Esse é um ambiente composto por derivativos financeiros e pode trazer oportunidades de proteção ou de ganhos com as variações. Porém, é preciso saber como ele funciona e quais são os pontos de atenção.
A seguir, descubra o que é o mercado a termo e veja como é possível operá-lo!
O que é o mercado a termo?
O mercado a termo é um ambiente da bolsa de valores que prevê a negociação de derivativos, com a liquidação da operação em uma data futura. No caso, as partes se comprometem a realizar o negócio com liquidação em um momento posterior.
Além disso, vale saber que o preço também difere daquele observado no mercado à vista. Nesse cenário, a transação ocorre com um montante acrescido de uma taxa de juros, como se fosse uma compra a prazo. Essa taxa pode ser combinada entre as partes — mas, em geral, fica próxima à Selic.
Como esse mercado funciona?
Após entender o conceito geral do mercado a termo, é essencial compreender como é o seu funcionamento. Nesse ambiente, o comprador e o vendedor definem condições específicas para o contrato a termo, como:
- ativo-objeto;
- prazo de vencimento;
- quantidade de ativos;
- preço de liquidação e outros pontos.
Vale notar que esse contrato é o derivativo negociado entre as partes e apresenta características que dependem do que ficar acordado. A partir de então, comprador e vendedor se comprometem a realizar a negociação dentro das condições definidas.
A liquidação, por sua vez, pode acontecer de duas maneiras. A primeira ocorre no vencimento, com entrega do ativo e pagamento do preço estabelecido.
A segunda alternativa prevê a liquidação antes do vencimento. Nesse caso, ocorre uma antecipação do valor que será pago no contrato, com entrega dos ativos pelo vendedor.
Ainda, é importante conhecer a tributação do mercado a termo. O Imposto de Renda (IR) é cobrado quando existe lucro na operação e tem alíquota de 15% sobre o ganho de capital.
O recolhimento deve ser feito pelo investidor ou especulador, mediante preenchimento e pagamento do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). O prazo de pagamento é o último dia útil do mês seguinte à realização da operação.
Exemplo prático
Para entender melhor o conceito, vale a pena recorrer a um exemplo prático no mercado a termo de ações. Por meio dele, é possível acordar a negociação de ações com uma taxa de juros incidindo sobre os preços, em uma data futura.
Considere que a ação da empresa A é negociada a R$ 50,00 no momento. Em um contrato a termo com vencimento de 120 dias, pode-se estabelecer uma taxa de juros de 4%. Nesse caso, o preço de negociação das ações passa a ser R$ 52,00 no contrato a termo.
Agora, imagine que o contrato é de 100 ações. No vencimento, o comprador pagará R$ 5,2 mil pelo lote. Se os papéis estiverem negociados no mercado à vista por R$ 54,00, por exemplo, a operação gera um lucro de R$ 2,00 por ação — uma variação positiva de R$ 200,00, no total.
Já se a ação estiver negociada a R$ 49,00, o prejuízo será de R$ 1,00 por ação, ou de R$ 100,00 ao total. Por outro lado, quem vendeu o contrato a termo obterá um ganho — já que vendeu os ativos a um preço maior que a cotação do mercado à vista.
Para que serve a negociação de contratos a termo?
Tão importante quanto compreender como o mercado a termo funciona é saber para que ele serve. Na prática, são duas as possibilidades principais: conquistar proteção contra as oscilações do preço ou se beneficiar das movimentações do mercado financeiro.
Com um contrato a termo de ações, por exemplo, você consegue ter mais previsibilidade sobre o preço de negociação dos ativos. Assim, há como proteger sua carteira de possíveis quedas nas cotações.
Essa também pode ser uma forma de explorar as movimentações de preços. Na liquidação do contrato a termo, você pode vender os ativos recebidos logo em seguida e obter ganhos com a variação financeira.
Quais são os outros ambientes da bolsa de valores?
Agora que você conhece as características do mercado a termo, vale a pena saber como funcionam os outros ambientes da bolsa de valores. Assim, é possível definir onde faz sentido operar, de acordo com a sua estratégia.
Na sequência, saiba mais sobre o mercado à vista, de opções e futuro e veja como eles se diferenciam do mercado a termo!
Mercado à vista
O mercado à vista é o principal ambiente da bolsa de valores. Ele se caracteriza pelas negociações que acontecem com base nas condições de cada momento do pregão. Logo, as compras e vendas são realizadas pelos preços definidos pela relação entre oferta e procura.
Nesse caso, são negociados ativos e veículos financeiros, como ações, cotas de fundos de índice (ETFs) e de fundos imobiliários (FIIs), entre outros. Note, entretanto, que a liquidação financeira pode demorar alguns dias úteis para ocorrer.
Mercado de opções
Outro ambiente é o mercado de opções, que prevê a negociação dos derivativos financeiros conhecidos como opções. Eles garantem o direito de comprar (call) ou vender (put) um ativo-objeto com um preço definido previamente (strike). Ademais, a negociação acontece em uma data futura.
Quem compra as opções (tomador) deve pagar um prêmio para quem as vende (lançador). Além disso, o tomador tem o direito de exercer ou não o direito, de acordo com as características de mercado. O lançador, porém, fica obrigado a cumprir as condições em caso de exercício do contrato.
Mercado futuro
Já no mercado futuro, as partes se posicionam contra ou a favor do desempenho de um ativo de referência. A liquidação tende a ser estritamente financeira, e não física.
Vale notar que os contratos futuros podem ser de commodities, índices ou moedas, por exemplo, e apresentam ajuste diário. Logo, os resultados são apurados em todos os pregões, levando ao depósito ou desconto de valores aos operadores, de acordo com o posicionamento de cada um em relação à média ponderada dos contratos negociados no dia.
Como você aprendeu, o mercado a termo prevê a negociação de derivativos em um momento futuro, com base em condições predefinidas. Com ele, é possível tanto fazer hedge de carteira quanto aproveitar as oscilações que tendem a ocorrer no mercado, por meio de um contrato a prazo firmado entre as partes.
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