O keynesianismo é uma das correntes de pensamento econômico mais utilizadas ao redor do mundo. Mesmo que você nunca tenha ouvido falar sobre ela, acredite: a maioria dos países tem ou já sofreu influência das ideias keynesianas.
Criada por John Maynard Keynes, a corrente de pensamento ganhou força no século XX, período no qual houve diversos conflitos, guerras, crises e prejuízos econômicos. E até hoje tem grande relevância em alguns países.
Reserve alguns minutos e conheça as ideias desse economista, que foi um dos mais influentes do século XX. Acompanhe!
Quem é John Maynard Keynes?
John Maynard Keynes nasceu em 1883 em Cambridge, na Inglaterra e faleceu em 1946, em Sussex, no mesmo país. É considerado um dos economistas mais influentes do século XX. Fundador da macroeconomia moderna, seu trabalho é utilizado como base para a escola de pensamento keynesianista.
Ganhou notoriedade pela sua obra “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”. Nesse livro, defendeu a instabilidade do capitalismo e a incapacidade dele de promover o bem-estar da sociedade”.
Além de economista, foi escritor, um dos fundadores do Fundo Monetário Internacional, diretor do Banco Central Inglês, conselheiro em associações filantrópicas, dentre diversas outras funções.
O que é keynesianismo?
A Escola Keynesiana, também chamado de Teoria Keynesiana ou somente keynesianismo, é uma doutrina político-econômica que opõe-se ao liberalismo. Isso porque ela defende que o Estado tenha um papel forte em uma nação.
Foi muito importante, pois renovou a teoria econômica clássica. Pauta-se na macroeconomia e defende o controle da inflação e um regime de pleno emprego.
Além disso, Keynes defendia que o Estado deveria oferecer benefícios sociais aos trabalhadores, como: seguro desemprego, salário mínimo, seguro saúde, dentre outros.
Assim, o Estado teria um papel ativo e precisa cumprir deveres para com a sociedade. Inclusive, foi do keynesianismo que surgiu o conceito de bem-estar social ou welfare state.
O keynesianismo foi utilizado por diversas países por décadas no século XX. E ainda está presente em algumas nações no século XXI.
Quais as características do keynesianismo?
O keynesianismo defendia um Estado participativo na construção do bem estar da sociedade. Além disso, essa escola de pensamento também tinha diversas características que precisam ser mencionadas. São elas:
- protecionismo e equilíbrio econômico;
- investimento de capital por parte do governo (“o governo precisa gastar”);
- oposição aos ideais liberais e neoliberais;
- intervenção estatal na economia;
- benefícios sociais;
- redução da taxa de juros;
- garantia de pleno emprego;
- equilíbrio entre demanda e produção.
Ainda, alegava que o excesso de desigualdade econômica era prejudicial à economia. Keynes defendia que a desigualdade social deveria ser reduzida ao máximo para a sociedade prosperar.
Qual a principal diferença entre o keynesianismo, liberalismo e neoliberalismo?
Quem entende um pouco das características do liberalismo e do neoliberalismo consegue perceber que os ideais de Keynes são o oposto. Mesmo assim, vale reforçar algumas diferenças.
O liberalismo é uma corrente baseada nas ideias de Adam Smith e defende aspectos como: liberdade individual, direito ao voto e livre mercado. Ela defende uma baixa intervenção do Estado na economia, que é exatamente o oposto do keynesianismo, que acredita que o Estado deve regulá-la.
O neoliberalismo pode ser visto como uma “atualização” do liberalismo e defende: privatização de empresas estatais, livre circulação de capital internacional, abertura econômica para multinacionais/transnacionais, dentre outras.
Inclusive, se quiser saber mais a fundo as diferenças entre liberalismo e neoliberalismo, confira o artigo abaixo:
O keynesianismo ganhou força perante o liberalismo, mas perdeu espaço com o avanço do neoliberalismo, quando o mercado internacional se abriu e a globalização ficou mais forte.
Por fim, é importante entender que os ideais keynesianos não são socialistas ou comunistas. As ideias de Keynes são completamente diferentes.
John Maynard Keynes defendia a economia de mercado, e não a economia planificada. Também não era contra o capitalismo, apenas tecia críticas e demonstrava que a forma como funcionava não era a mais adequada.
Ou seja, keynesianismo não defende estatização da economia, apenas a participação do Estado para suprir a necessidade da população e sua presença para fortalecer a economia.
Keynes, inclusive, era capitalista. Aliás, os socialistas o criticavam, pois ele já defendeu ideias opostas ao comunismo, criticou o marxismo e até já disse que estava do lado da “burguesia educada”.
Quando e onde o keynesianismo foi utilizado?
A Teoria Keynesiana foi muito utilizada no século XX por grande parte dos países e até hoje continua sendo usada em diversas nações. Em situações de crise financeira, por exemplo, foi aplicada em vários momentos. Exemplos não faltam.
A quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, demonstrou que o liberalismo não tinha força para melhorar a economia. Então, o presidente Roosevelt, baseando-se em princípios muito semelhantes aos de Keynes, implementou o New Deal para tirar os Estados Unidos da retração econômica.
O New Deal, foi considerado um sucesso. Houve intervenção estatal, controle da emissão de papel moeda, investimento em setores industriais e políticas de criação de emprego.
Novamente, os preceitos de Keynes voltaram em 2008, com a crise das Subprimes. Recentemente, na pandemia do coronavírus, o keynesianismo reapareceu, havendo diversos países tomando medidas para manter o bem-estar de sua população e adotando uma postura mais intervencionista na economia.
Além desses momentos de desequilíbrio econômico, o conceito de bem-estar social é utilizado em diversos países ao redor do mundo. Os ideais de Keynes apareceram também na América Latina. Atualmente, alguns dos melhores exemplos da aplicação do bem estar social são: Dinamarca, Noruega, Finlândia, Luxemburgo, dentre outros.
Críticas ao keynesianismo
O keynesianismo foi muito criticado por suas falhas. Até porque, não há sistema e teoria econômica perfeita. Todas falham em algum ponto.
Há estudiosos que consideram algumas ideias de Keynes próximas ao mercantilismo, por exemplo. Ainda, muitos alegam que se tratava de uma doutrina de cunho socialista, que acaba sendo bastante distinta a o keynesianismo.
Além disso, economistas liberais e neoliberais já criticavam Keynes. F. A Hayek na época não concordava com os ideais keynesianistas e Milton Friedman já chegou a chamar a Teoria Keynesiana de ingênua.
Apesar das críticas, o keynesianismo foi uma escola de pensamento econômico que exerceu (e ainda exerce, de certa forma) muita influência ao redor do mundo. Por isso, John Maynard Keynes pode ser considerado, sem dúvidas, um dos economistas mais importantes que já existiram.
Gostou de aprender sobre mais essa teoria econômica? Continue seus aprendizados sobre economia e confira agora o que são a Escola Austríaca e a Escola de Chicago de Economia!
2 Comentários
perfeito o artigo, encontrei tudo que precisava para apresentar um trabalho resumido sobre o assunto. Obrigada
Explicação simples mas clara. Obrigado