Dentre os diversos tipos de investimentos, escolher o que mais se enquadra ao nosso perfil e objetivos envolve alguns fatores. Um deles é com relação ao rendimento.
O que muitos investidores não sabem, é que instituições financeiras, ao divulgarem a rentabilidade de um investimento, geralmente consideram um valor bruto. Ou seja, não são mostradas as taxas de administração e de custódia, a alíquota do Imposto de Renda, inflação e demais custos.
Isso significa que, se por exemplo, falamos que uma aplicação rendeu uma porcentagem X no último ano, é bem provável que nos referimos a uma taxa bruta, sem considerar os descontos. Quando isso acontece, o investidor acaba não tendo exatidão da rentabilidade de uma aplicação.
O problema pode afetar especialmente investidores iniciantes. Para resolver essa questão, existe a Rentabilidade Real dos Investimentos. É sobre ela que falaremos neste artigo. Confira!
O que é a rentabilidade real dos investimentos?
A rentabilidade real dos investimentos considera o rendimento de uma aplicação com o desconto da inflação. E o que a inflação tem a ver com investimentos?
Simples: a inflação interfere no poder de compra. A quantidade de produtos que você compra com R$ 100,00 hoje, no supermercado, não é a mesma de 5 anos atrás.
A inflação é, aliás, um dos motivos principais pelos quais você não deve deixar o seu dinheiro parado. Também é por causa dela que não podemos cometer o erro de investir baseando-nos em rentabilidades passadas.
Então, para você entender bem, grave que a rentabilidade real dos investimentos diz respeito à remuneração líquida obtida acima da inflação do período. Conhecê-la é importante para todos os investimentos, especialmente os de longo prazo.
Além da rentabilidade real, existe a rentabilidade nominal.
Qual a diferença entre a rentabilidade real e nominal de um investimento?
A rentabilidade nominal é o valor bruto de rendimento de um investimento durante determinado período. Trata-se da taxa mostrada quando realizamos nosso investimento. Por exemplo, ao investirmos em um CDB que remunera 120% do CDI, a taxa de 120% anunciada é a nominal.
Essencialmente, a diferença entre a rentabilidade real dos investimentos e a rentabilidade nominal, é que a primeira considera a inflação.
Por que saber a rentabilidade real do investimento?
Você vai concordar que toda pessoa que investe o faz querendo, no mínimo, preservar o patrimônio financeiro.
Justamente por isso é que quando vamos investir temos que procurar pelo menos manter o poder de compra (ou seja, os R$ 100 investidos hoje devem, em 5 anos, permitir com que tenhamos o mesmo ou mais poder de compra. Do contrário, para que investiríamos?).
Para exemplificar, suponhamos que os R$ 100 investidos renderam, ao final do período em que deixamos o valor aplicado, 10%. O investimento foi, portanto, atualizado para R$ 110.
Acontece que nessa época a taxa de inflação foi de 5%. Com isso, entendemos que o poder de compra mudou, sendo que para comprarmos o que comprávamos com R$ 100, passamos a precisar de mais dinheiro.
A questão toda é que, temos os R$ 110, mas qual foi a verdadeira rentabilidade, considerando a inflação do período? É essa resposta que busca o cálculo de rentabilidade real.
É justamente o ganho real de um investimento que faz nosso patrimônio crescer. Assim, dizemos que é importante entender a rentabilidade real porque a nominal não conta toda a história sobre de quanto será a rentabilidade do dinheiro investido.
Como calcular a rentabilidade real dos investimentos?
Seguindo com o exemplo acima, você pode pensar que para calcular a rentabilidade real dos investimentos devemos subtrair a inflação da taxa. Na verdade, o cálculo precisa envolver também o retorno nominal.
Mostrando na prática:
Para realizar o cálculo, devemos pegar o valor final corrigido, que no nosso exemplo foi de R$ 110. Em seguida, comparamos o valor com o efeito inflacionário, que foi de R$ 105 (R$ 110 – 5% de inflação).
Na fórmula matemática, temos:
- (1 + rendimentos) / (1 + inflação) – 1
- (1 + 0,10) / (1 + 0,05) -1
- 1,10 / 1,05 -1
- 0,0476 = 4,76%
Com esse resultado, entendemos que o rendimento real do investimento foi de 4,76% (e não 10%). O restante do valor foi comprometido pela inflação do período.
Agora, vamos pegar um investimento cujo rendimento foi de 10% em um ano. A inflação no período foi de 6%.
Na fórmula, temos:
- (1 + 10%) / (1 + 6%) – 1
- (1 + 0,10) / (1 + 0,06) – 1
- 1,1 / 1,06 – 1
- 3,77%
No segundo exemplo, o rendimento real do investimento foi de 3,77%, enquanto o restante foi comido pela inflação do período.
Proteja seus investimentos e seu dinheiro!
Como você viu, a inflação acaba comprometendo o resultado final do investimento. Para manter o poder de compra, especialmente quando o investimento é de longo prazo, pode valer a pena buscar por alternativas de investimentos que permitam uma proteção contra a inflação.
O Tesouro IPCA+ é uma dessas alternativas, pois sua rentabilidade considera uma taxa prefixada, mais um percentual correspondente à inflação acumulada no período.
Existem outros investimentos que rendem uma determinada taxa + IPCA. É o caso dos CDBs, LCIs e LCAs atrelados à inflação, que são títulos de renda fixa de baixo risco,.
Destacamos que para buscar uma rentabilidade real melhor é fundamental diversificar a carteira de investimentos. Muitos investidores desconhecem que a diversificação de ativos é um princípio básico de construção e gerenciamento dos investimentos.
O educador financeiro André Bona, em seu canal no Youtube, explica sobre como e quando fazer essa diversificação. Assista ao vídeo.
Concluindo
Investir é para qualquer um, desde que o investidor esteja disposto a, em primeiro lugar, educar-se financeiramente.
Quem faz parte desse mundo de investimentos, já sabe que existem muitos detalhes que fazem a diferença. Alguns desses detalhes são, muitas vezes, desconhecidos, como é o caso da rentabilidade nominal e da rentabilidade real dos investimentos.
Esperamos que este artigo tenha ajudado a clarear um pouco mais o seu entendimento. Agora que chegamos ao fim deste post, se você está no início da sua jornada, veja as 5 dicas preciosas para quem pretende realizar os primeiros aportes no mercado financeiro.
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