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Algumas situações da vida podem levar as pessoas financeiramente despreparadas a uma crise financeira. É o caso da perda de emprego, urgências de saúde, conserto inadiável no imóvel, entre outras situações. Como nunca se sabe quando um imprevisto acontecerá, é preciso se resguardar.

Nesse sentido, vale a pena entender o que é e como funciona a reserva de emergência. Afinal, com ela, você pode se prevenir de custos inesperados e ter mais tranquilidade nas suas finanças pessoais.

Quer saber mais sobre o assunto? Veja a seguir o que é reserva de emergência, sua importância e aprenda como montar a sua!

O que é reserva de emergência?

A reserva de emergência — ou fundo de emergência — é uma quantia em dinheiro que você deve ter guardada para cobrir gastos não planejados e urgentes. Desse modo, ela ajuda a reduzir os impactos negativos de eventuais imprevistos financeiros.

Imagine, por exemplo, que você seja acometido por uma doença e o seu plano de saúde não cobre os custos que terá com o tratamento. Se não houver uma reserva financeira, seu orçamento financeiro pessoal ficará comprometido, o que pode levá-lo ao endividamento.

No entanto, se você tivesse um dinheiro disponível exclusivamente para cobrir despesas atípicas e urgentes, teria condições de lidar melhor com uma situação como essa. Com a reserva de emergência, é possível encontrar mais tranquilidade e segurança diante de dificuldades.

Ainda, cabe ressaltar que ela deve ser utilizada somente em casos realmente necessários e imprevisíveis. Esse é um cuidado fundamental para garantir que o montante estará disponível em situações urgentes.

Por que ter uma reserva de emergência?

Ao saber o que é a reserva de emergência, você pode perceber que o principal benefício dela é a proteção financeira. Contudo, essa não é a única vantagem que ela pode proporcionar.

Observe, a seguir, o que mais essa reserva pode oferecer e entenda a importância de montar a sua!

Equilíbrio na crise

Encontrar equilíbrio emocional em tempos de crise é uma tarefa difícil. Afinal, ao enfrentar situações que fogem do seu controle, é comum ficar ansioso, preocupado e desanimado. É por isso que momentos assim podem agravar transtornos psicológicos, como a depressão.

As emergências financeiras estão entre as mais difíceis, já que é preciso ter dinheiro para sobreviver e arcar com os custos do dia a dia. Então, em situações inesperadas, ter uma reserva de emergência pode trazer mais tranquilidade até você conseguir superar uma fase complicada.

Tendo dinheiro disponível para manter as contas pagas por um período, fica mais fácil contornar os desafios. Com isso, suas preocupações mais urgentes são sanadas e você terá melhores condições para pensar em como solucionar o problema.

Liberdade financeira

Além da proteção em crises, quem tem uma reserva de emergência tem maior liberdade financeira. Ao ter um dinheiro guardado para imprevistos, é possível usufruir de mais autonomia para tomar decisões relacionadas ao orçamento e à sua vida profissional.

Assim, uma pessoa financeiramente livre pode, por exemplo, realizar projetos pessoais com a consciência de que isso não vai prejudicá-la diante de imprevistos. Nesse cenário, também fica mais fácil mudar de emprego ou até de carreira.

Tranquilidade para investir

Ter dinheiro reservado para emergências também permite ter mais tranquilidade para investir seu patrimônio no mercado financeiro — especialmente na renda variável. Isso porque as alternativas dessa classe de investimento trazem riscos de perdas, mas têm um maior potencial de retorno.

Em certas situações, um prejuízo pontual pode fazer com que você fique com menos recursos do que aportou inicialmente. Se for preciso resgatar o dinheiro diante de um imprevisto, você realizará a perda. Mas, tendo a reserva de emergência, é possível manter os investimentos, conforme o seu planejamento.

Qual deve ser o montante economizado?

Se você gostou de aprender o que é reserva de emergência e tem interesse em montar a sua, precisa entender qual é o montante a ser guardado. Como o objetivo dela é custear os gastos pessoais durante um determinado período, a meta em relação ao valor economizado é individual.

Para defini-lo, o primeiro ponto a considerar é seu custo de vida mensal. É aconselhável que a reserva supra, pelo menos, 6 meses de despesas. Esse intervalo é razoável para conseguir superar imprevistos maiores, como a perda de um emprego.

Contudo, para ter mais segurança diante de surpresas, os autônomos e empreendedores podem aumentar o montante para o equivalente a 10 ou 12 meses dos seus gastos. Além disso, é possível construir uma reserva de emergência empresarial.

Assim, se você quer saber o tamanho ideal para sua reserva de emergência, comece identificando as suas necessidades. Imagine que seu custo mensal seja de 2.000 reais e você queira uma reserva de 6 meses. Então é só multiplicar os dois números — e o saldo seria de 12.000 reais.

Como montar uma reserva de emergência?

Depois de saber como calcular o tamanho da sua reserva de emergência, tanto pessoal quanto empresarial, é hora de aprender o passo a passo para montar a sua!

Calcule o seu custo de vida

Como você viu, o passo inicial para construir a sua reserva de emergência é calcular o seu custo de vida mensal. Para tanto, é preciso identificar quais são as suas despesas dentro de um mês. É possível fazer isso ao analisar os seus gastos fixos e variáveis nos últimos meses.

Então pegue os extratos bancários, faturas do cartão de crédito, boletos, notas fiscais e comprovantes de pagamento mais recentes, separando-os por mês. Depois, some todos os valores e divida-os pelo número de meses somados.

O resultado deste cálculo será seu custo médio mensal, que deverá ser multiplicado pelo número de meses que você deseja ter reservado. Ao saber o valor total desejado, considere o seu orçamento para definir em quanto tempo pretende terminar de montar a reserva.

Analise sua vida financeira

Após calcular o valor do seu fundo de emergência e definir quando ele estará pronto, é hora de analisar a sua vida financeira atual. Dessa forma, você pode saber se conseguirá guardar mensalmente o valor necessário para montar a sua reserva no tempo pretendido.

Nesse sentido, é preciso saber o quanto você ganha e gasta mensalmente. A diferença deste cálculo será o dinheiro disponível para começar a reserva. Ao descobri-lo, é possível saber se ele é o suficiente para atingir sua meta mensal para economizar o saldo total no prazo desejado.

Estabeleça metas de economia

O próximo passo para montar a sua reserva de emergência é estabelecer metas de economia. Para isso, é válido revisar suas despesas e identificar quais delas podem ser reduzidas ou até mesmo eliminadas.

Por exemplo, muitas vezes, o plano de telefonia pode ser trocado por outro com um preço mais acessível. Outras contas que podem ser avaliadas são: energia elétrica, água, alimentação, passeios, combustível, taxas cobradas por bancos, TV a cabo, seguros e serviços de streaming.

Analise com atenção essas informações para auxiliar em sua meta de economia mensal. Assim, você aumenta as chances de ter o valor necessário para a sua reserva de emergência no período desejado.

Planeje-se financeiramente

Depois que você souber onde e como economizar, precisa se planejar financeiramente para cumprir as metas a cada mês. Com foco e disciplina, é possível chegar até o objetivo final — mesmo avançando aos poucos.

Uma planilha de controle financeiro pode ajudá-lo nessa tarefa. Nela, você pode anotar suas receitas e despesas, organizando-as mensalmente. Dessa forma, fica mais fácil acompanhar o planejamento financeiro e fazer mudanças necessárias ao longo do tempo.

Invista a sua reserva

Economizando todos os meses, você terá dinheiro para montar a sua reserva de emergência. Mas onde deixar esse montante guardado? Mantê-lo em uma conta corrente sem render fará com que você perca dinheiro devido à desvalorização causada pela inflação.

Para evitar que isso aconteça com o seu patrimônio, é importante deixá-lo aplicado em investimentos que proporcionem rendimentos. Porém, é essencial investir a reserva em alternativas que permitam o resgate a qualquer momento.

Onde investir o montante?

Até aqui, você viu o que é reserva de emergência, qual é o montante necessário para montar uma e um passo a passo de como fazê-la. Agora vale a pena saber onde ela pode ser investida. Assim, é possível identificar os investimentos mais adequados para essa finalidade.

Ao fazer essa escolha, você deve usar três critérios. São eles:

Liquidez

Um ponto importante a ser considerado na sua escolha é a liquidez dos investimentos. Você sabe o que isso significa? Ela se refere à velocidade ou facilidade para transformar uma aplicação financeira em dinheiro.

Desse modo, investimentos com baixa liquidez não têm resgate rápido. Enquanto isso, os investimentos com alta liquidez são os produtos que podem ser facilmente resgatados. Como você viu, a reserva de emergência é para cobrir gastos não planejados e urgentes.

Considerando que imprevistos podem surgir quando você menos espera, o ideal é que esse montante esteja guardado em alternativas que ofereçam alta liquidez ao investidor. Portanto, ao escolher onde investir a reserva de emergência, dê preferências às opções com essa característica.

Segurança

Como o foco da reserva de emergência é aumentar a sua segurança no cotidiano, esse é outro aspecto essencial que você deve considerar ao decidir onde investir o montante. Normalmente, os investimentos de renda fixa atendem a essa finalidade.

Eles são considerados investimentos de baixo risco por oferecer previsibilidade de ganhos. Assim, você sabe como a aplicação rende ao longo do tempo. Ademais, é possível procurar por alternativas mais seguras, nas quais o risco de perda é muito baixo.

Por exemplo, na renda fixa há os títulos do Tesouro Direto. Como as aplicações são emitidas pelo Governo Federal, eles praticamente não apresentam o risco de o emissor não honrar com o pagamento. Por isso, os títulos públicos são as opções mais seguras do mercado.

Além disso, certos títulos de renda fixa privada possuem a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Essa instituição garante a devolução de até 250 mil reais por CPF e por instituição, em caso de calote do emissor. Há ainda um limite global de 1 milhão de reais renováveis a cada 4 anos.

Rentabilidade

Embora o objetivo da reserva de emergência não seja aumentar o seu patrimônio, você deve estar atento à rentabilidade dos investimentos. Dessa forma, é possível evitar que o seu dinheiro perca valor ao longo do tempo, o que diminuiria o seu poder de compra e comprometeria suas finanças.

Afinal, ao definir o tamanho da sua reserva, o cenário econômico considerado pode ser diferente daquele em que você precisará utilizar o dinheiro. Por isso, é essencial considerar a rentabilidade para tentar proteger sua reserva da inflação.

Quais são os investimentos mais adequados para a reserva de emergência?

Ficou claro que é essencial investir a reserva de emergência para que ela consiga cumprir seu objetivo de proteger suas finanças. Mas, como você viu, essa quantia deve estar aplicada em investimentos que contam com segurança e alta liquidez.

Confira exemplos que atendem a esses requisitos:

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um título de dívida pública e apresenta bastante segurança. Ele rende conforme a taxa Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira — e tem liquidez diária. Por esses motivos, a aplicação costuma ser bastante utilizada para guardar a reserva de emergência.

Fundos DI

Outra opção para aportar a reserva de emergência é um tipo de fundo de renda fixa: o fundo DI. Eles são compostos por títulos públicos e privados que acompanham a Selic ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Logo, são investimentos considerados seguros e possuem alta liquidez.

CDBs com liquidez diária

Por fim, o certificado de depósito bancário (CDB) com liquidez diária também é uma alternativa de investimento que atende aos requisitos essenciais para a sua reserva de emergência. Afinal, ele é protegido pelo FGC e apresenta resgate facilitado.

Porém, fique atento: nem todos os CDBs têm liquidez diária. Por isso, é preciso checar as características dos títulos disponíveis para se certificar qual deles se adéqua à finalidade da reserva de emergência.

Com essas informações, você já sabe o que é reserva de emergência e sua importância para a proteção das suas finanças. Agora, faça o seu planejamento para montar a sua e avalie as possibilidades para escolher as alternativas mais adequadas para investir o montante.

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